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ENTRETENIMENTO

Cinco séries que abordam temas delicados de forma leve

Séries que abordam síndrome de asperger, depressão pós-parto, ansiedade crônica e mais. Conheça títulos bem avaliados e bem vistos pela crítica, que aprofundam de formas nada óbvias várias temáticas tão reais e pouco tocadas em roteiros

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Redação iBahia

27/09/2020 às 14:30 • Atualizada em 27/08/2022 às 11:59 - há XX semanas
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Pautas atuais repletas de críticas ao machismo, racismo e outros absurdos estão cada vez mais

inclusas em produções de grandes streamings. Os roteiros das séries estão cada vez mais empenhados em cumprir um bom papel de alerta social. Mas existem tramas que tocam não apenas em assuntos relevantes para nos tornarmos melhores, mas também em temas que são pouco abordados em outras obras e que são delicados (requerendo grandes estudos).

É cada vez mais comum encontrar séries com personagens fora do antigo padrão estabelecido, com tramas mais profundas.

Um grande exemplo é a série The Good Doctor, sobre sobre Shaun Murphy, um jovem médico com autismo, que trabalhando num grande hospital, precisa provar sua capacidade. A série é muito bem avaliada, sobretudo devido a atuação de Freddie Highmore como Shaun.

Mas, diferente de The Good Doctor, há muitas produções que falham ao criar clichês sensacionalistas, totalmente diferentes da realidade. Para você nessa cair na roubada, o NÃO ÓBVIO selecionou cinco séries que abordam temáticas delicadas de forma leve, com personagens reais e cativantes.

1. YOU’RE THE WORST



Lançada em 2014, You’re the Worst é uma série original FX. Nela, acompanhamos o casal improvável Gretchen (Aya Cash) e Jimmy (Chris Geere), ambos são autodestrutivos, independentes e egocêntricos. Mas, mesmo assim, eles tentam dar uma chance ao amor.

Mas, não é nenhum deles que possui algum transtorno. Entre os quatro personagens principais, conhecemos Edgar, colega de casa de Jimmy, ex-veterano de guerra que possui estresse pós-traumático.

Assim que saiu do colégio, Edgar serviu o exército norte-americano no Iraque, onde ficou por dois anos. Ao voltar para casa, foi rejeitado pela família. O estresse e vício em heroína, quase o tornou um sem-teto, quando, na verdade, só queria sentir-se um civil comum outra vez.

You’re The Worst é considerada a série que melhor aborda o TEPT. Por mais que hajam diversos filmes e séries sobre guerra, nenhum chega tão próximo a mostrar a realidade de um soldado que volta ao lar. Muitas vezes, eles têm dificuldades em se reintegrar na sociedade, como acontece com Edgar.

Mesmo que a série não foque nele, os roteiristas se dedicaram para não deixar nenhum ponto de fora, tanto é que ex-veteranos visitaram o set de filmagem e descreveram suas experiências. You’re The Worst é uma série, muitas vezes, mais dolorida, do que engraçada.

Segundo o showrunner, Stephen Falk, é possível superar todos os negativos e não ser definido por eles. Edgar, como qualquer outra pessoa, não se define por seus problemas e se esforça para se consertar.

☌ Onde assistir: Amazon Prime (Estados Unidos)
☌ Gênero: Comédia
☌ Lançamento: 2014
☌ Número de temporadas: 5
☌ Finalizada? Sim
☌ Elenco: Chris Geere, Aya Cash, Desmin Borges, Kether Donohue
☌ Nacionalidade: Estados Unidos

2. BLACK-ISH



Em Black-Ish, o publicitário Andrew Johnson (Anthony Anderson) tenta ensinar conhecimentos sobre a cultura negra de periferia para os quatro filhos, acostumados com a boa vida de um bairro rico, rodeado por vizinhos brancos e, portanto, com visões de mundo muito diferentes.

Num dos momentos da série, Rainbow Johnson (Tracee Ellis Ross) protagoniza um episódio de depressão pós-parto. Nele, Rainbow se sente sobrecarregada, acredita que não precisa de ajuda psicológica e ninguém sabe como realmente ajudá-la.

Para desenvolver o episódio, a produtora executiva e escritora de Black-Ish, Corey Nickerson, trouxe a própria experiência à tona. Segundo Nickerson, médicos não falam sobre essa condição que acomete tantas mulheres.

Em 2016, a depressão pós-parto atingia 25% das mães no Brasil; uma a cada quatro mulheres. Por não ser um assunto tão comentado, é mal visto por quem enxerga de fora, que acha a condição um desleixo da mãe – ao mesmo tempo em que a própria mulher não sabe como encarar a situação.

Isso é mostrado na série, quando Rainbow discute com a mãe e tenta se cuidar da nova bebê, mesmo se sentindo exausta e envergonhada por não conseguir se conectar com a criança.

Ross conta que a gravação foi tão forte, que após as cenas ela se sentia esgotada e não conseguia parar de chorar no set.

Para Nickerson, o episódio foi uma maneira de ajudar a normalizar a condição, que é muito comum. Não há problemas se sentir assim. Procurar a ajuda certa é necessário.

O episódio foi ao ar no Dia Mundial da Saúde Mental.

☌ Onde assistir: Amazon Prime
☌ Gênero: Comédia
☌ Lançamento: 2014
☌ Número de temporadas: 7
☌ Finalizada? Não
☌ Elenco: Anthony Anderson, Tracee Ellis Ross, Yara Shahidi, Miles Brown, Marcus Scribner, Marsai Martin
☌ Nacionalidade: Estados Unidos

3. MR. ROBOT



Mr. Robot é um dos títulos mais aclamados. Além de bem avaliada, é irreverente e extremamente complexa.

Elliot (Rami Malek) é um programador que trabalha com engenheiro de segurança virtual durante o dia e como hacker durante a noite. Ele logo se vê numa encruzilhada, quando é recrutado para destruir a firma que ele é pago para proteger.

O personagem principal tem transtorno de identidade dissociativa, depressão e ansiedade. Acima de tudo, a série mostra sua luta diária lidando com todos esses transtornos. Rami Malek faz excelente trabalho, sob um personagem muito bem criado.

Para desenvolver Elliot, Sam Esmail, criador da série, consultou um psicólogo antes da produção de Mr. Robot, além de se inspirar em suas experiências pessoais, lidando com depressão e ansiedade.

Muitos espectadores com os mesmos transtornos elogiaram a autenticidade de Elliot, uma representação fidedigna, que foge dos já conhecidos forçados e sensacionalistas estereótipos disponíveis na mídia. Nas comunidades de fãs, muitos dizem que nada é extrapolado.

Mr. Robot é uma série interessante, cheia de reviravoltas, que dá protagonismo a um personagem cativante, cheio de questões e reflexões provocativas. É considerada um dos melhores títulos sobre hacking e cibersegurança.

☌ Onde assistir: Amazon Prime
☌ Gênero: Drama
☌ Lançamento: 2015
☌ Número de temporadas: 4
☌ Finalizada? Sim
☌ Elenco: Rami Malek, Carly Chaikin, Christian Slater, Portia Doubleday, Martin Wallström, Grace Gummer
☌ Nacionalidade: Estados Unidos

4. MODERN LOVE



Modern Love é uma das novas produções da Amazon Prime, conferida como uma das favoritinhas de quem assina o serviço de streaming. Dividia entre oito episódios independentes, cada um fala sobre o amor em todas as suas formas.

No terceiro episódio “Me Aceita como Eu Sou, Quem Quer Que Eu Seja”, conhecemos Lexi, uma advogada bem sucedida que convive com crises de bipolaridade e depressão. Lexi foi diagnosticada aos 15 anos e desde então, esconde a doença para que não afete diretamente sua vida em todos os sentidos.

Pela internet, há inúmeros depoimentos de pessoas com bipolaridade e outros tipos de transtornos que se identificaram com a personagem. A série foca em como, muitas vezes, Lexi está bem, tranquila; mas, de repente, sente-se incapaz de manter relacionamentos com outras pessoas e sem motivação para viver mais um dia.

O transtorno bipolar é mais comum do que parece. No Brasil, em 2016, cerca de 4 milhões de pessoas foram diagnosticadas com bipolaridade.

Em entrevista, Anne Hathaway disse que quanto mais sensíveis, mais abertos e conscientes sobre esse tipo de assunto nos tornamos. “Eu acho que essas conversas estão começando a acontecer. Todas as pessoas com quem conversei disseram que conhecem alguém com transtorno bipolar. E este episódio vai significar muito, porque oferece alguma forma de representação.”

Me Aceita como Eu Sou, Quem Quer Que Eu Seja é o episódio mais bem avaliado e comentando de Modern Love.

☌ Onde assistir: Amazon Prime
☌ Gênero: Romance, comédia
☌ Lançamento: 2019
☌ Número de temporadas: 1
☌ Finalizada? Não
☌ Elenco: Anne Hathaway, Dev Patel, Tina Fey, Andrew Scott, Cristin Milioti, John Slattery, Catherine Keener, Julia Garner
☌ Nacionalidade: Estados Unidos

5. COMMUNITY



Outra série que traz diversidade às representações em cena é Community. Na Universidade Comunitária de Greendale, o advogado Jeff Winger (Joel McHale) tenta recuperar o diploma invalidade pela Ordem dos Advogados do Colorado.

Lá, ele conhece pessoas diferentes e desajustadas e juntos, formam um grupo de estudos, em que descobrem mais sobre si mesmos do que sobre estudos. Entre os amigos do grupo, há Abed (Danny Pudi), um geek viciado em cultura pop.

Na verdade, a série nunca mostrou abertamente que Abed possui algum transtorno, mas sempre deu pistas entre os episódios. De forma implícita, através dos gestos desajeitados, pouco ou muito contato visual, incapacidade de perceber sinais sociais e emocionais estão entre os sintomas percebidos em Abed.

Por isso, fãs dizem que ele tem asperger, um estado do espectro autista, em que pessoas tem dificuldade em entender e manter interações sociais, para além de tópicos específicos.

Muitos fãs do show que possuem asperger ou autismo confirmaram que Abed possui o transtorno, identificando-se com o personagem

Não é para tanto que o show é adorado por muita gente e Abed é considerado um dos melhores personagens com asperger na televisão. Para além disso, em Community, ele não é rotulado por seu espectro e é carismático e amável.

☌ Onde assistir: Amazon Prime
☌ Gênero: Comédia
☌ Lançamento: 2009
☌ Número de temporadas: 6
☌ Finalizada? Sim
☌ Elenco: Alison Brie, Joel McHale, Donald Glover, Gillian Jacobs, Danny Pudi, Chevy Chase, Ken Jeong
☌ Nacionalidade: Estados Unidos

*Conteúdo divulgado em parceria com o site NÃO ÓBVIO

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