O site independente francês Mediapart, em colaboração com a Rede Europeia de Jornalismo de Dados e o Algorithm Watch, divulgou, nesta segunda-feira (15), um estudo sobre o comportamento do algoritmo do Instagram. De acordo com o estudo, o algoritmo favore conteúdos que contenham certo grau de nudez em relação aos demais.
A publicação explica que o algoritmo é baseado em uma patente registrada por dois engenheiros do Facebook em 2015. Essa patente é responsável por calcular quanto uma publicação pode render de engajamento, com base em índices e no seu potencial de despertar o interesse dos usuários.
"A patente afirma especificamente que o gênero, etnia e nudez das pessoas na foto podem ser usados para calcular as métricas de interação", com base em faixas de cores relacionadas à cor da pele, dizem os autores do estudo, liderados pelas jornalistas Judith Duportail e Nicolas Kayser-Bril.
Eles trabalharam com 26 voluntários que usavam aplicativos para coletar informações sobre o conteúdo visualizado, de um total de 2,4 mil publicações de 37 pessoas de 12 países diferentes que usam profissionalmente o Instagram para divulgar suas marcas, especialmente em setores como alimentação, turismo, esporte, moda ou beleza.
Na pesquisa, foi identificado que fotos de mulheres de calcinha ou maiô são vistas 1,6x mais do que fotos totalmente vestidas. Para homens, o mesmo índice de exposição é de 1,3x. Das 2.400 imagens da pesquisa, 362 eram de corpos nus (21%). Por outro lado, fotos que representam nudez representaram 30% da massa total de fotos exibidas.
Os autores do estudo reconhecem que a variável nudez pode não se aplicar a todos os usuários da rede social, pois o Instagram oferece conteúdos mais diversificados a uma porcentagem dos voluntários do estudo.
O Instagram explicou ao Mediapart que "organiza as postagens nos feeds de acordo com contas seguidas e apreciadas, e não de acordo com critérios arbitrários como a presença de um maiô".
Em nota ao portal TecMundo, um porta-voz do Facebook por meio de sua assessoria de imprensa comentou o estudo. "A pesquisa é falha em diversos pontos e mostra de maneira equivocada como o Instagram funciona. Classificamos as postagens em seu feed com base no conteúdo e nas contas nas quais você demonstrou interesse, e não em fatores arbitrários, como a presença de roupas de banho".
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Redação iBahia
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