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Guerra em Canudos matou mais de 20 mil pessoas

Com a seca, podem ser vista as ruínas da antiga Fazenda Canudos destruída durante a guerra

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24/08/2014 às 8:00 • Atualizada em 01/09/2022 às 18:18 - há XX semanas
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O Sertão da Bahia é desde sempre um cenário de epsódios dramáticos. O município de Canudos é um exemplo e vivenciou há mais de 100 anos a histórica guerra que destruiu a região. Hoje existe um esforço de resgatar a história do Vencidos, - como foi chamada os combatentes de Antonio Conselheiro. O missionário ergueu o povoado de Belo Monte, na Fazenda Canudos, onde reuniu centenas de seguidores que buscavam uma vida melhor, - algo próximo ao paraíso. Conselheiro não acreditava na República e em nada que fosse desse mundo material e com isso ganhou a antipatia da Igreja que se sentiu ameaçada pelas pregações do "anarquista". Em 1882, a D, Luis, Arcebispo da Bahia, proibia os paroquianos de ouvir as pregações do agitador social e religioso. Mas, a Igreja que durante anos o rejeitou, hoje já admite a importância do religioso e vem tentando resgatar a história do missionário.
Monumento de Conselheiro
Por Canudos, já passou o escritor peruano Mário Vargas Llosa, quando escrevia "A Guerra do Fim do Mundo" que fala exatamente da tragédia com o povoado de Belo Monte. O livro foi lançado em 1981 e traduzido para 15 idiomas. A região ainda está longe de uma cidade moderna. Continua longe do centro urbano, em todos os sentidos, a exemplo dos jornais só chegam por encomenda. Hoje, nem de longe a cidade transmite o período sangrento da guerra, é sim uma cidade pacata, de vida tranquila. A antiga Fazenda Canudos foi devastada pelo 40° batalhão de infantaria do Exército Brasileiro no ano de 1897. Um açude foi construído para encobrir a destruição. A história indica que foram mortas 25 mil pessoas, destes cinco mil militares. Abaixo do açude de Cocorobó, criado na época em que o o Brasil era governado por militares, estão as ruínas de um dos episódios mais tristes do Brasil. Na época, historiadores e pesquisadores reagiram, argumentando que estavam encobrindo o principal símbolo de um dos maiores genocídios do país. Com a seca, o açude foi secando e revelando construções, como casas, pontes e outros indícios da velha Canudos.
O jornalista e escritor Euclides da Cunha registrou no livro Os Sertões, o início e o fim do povoado de Belo Monte: "Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a História, resistiu até o esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil soldados". Como chegarVia Terrestre: Distância: 410km de Salvador.Partir de Salvador pela BR-324 sentido Feira de Santana, a partir daí, seguir pela BR-116, passando por Serrinha, Ribeira do Pombal, Tucano e Euclides da Cunha, até chegar em Canudos. De ônibus, a empresa São Luis [+ 55 71 3388 3560] disponibiliza linhas a partir do Terminal Rodoviário de Salvador. Para maiores informações sobre as condições das estradas, acesse o site do DNIT.

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