Hoje em dia praticamente todo mundo está conectado de alguma forma à internet. Não apenas as pessoas, mas há um grande número de dispositivos que fazem parte do nosso cotidiano. Para alguns, isso pode parecer exagero, mas a Internet das Coisas (IoT - Internet of Things, em inglês) já faz parte do nosso dia a dia há algum tempo. E essa conectividade influencia em nossas vidas mais do que imaginamos, gerando uma série de benefícios e facilidades.
A Internet das Coisas surgiu na primeira metade da década de 1990, quando uma sanduicheira foi conectada à internet. “Na época, era simplesmente uma sanduicheira comum, acoplada ao computador, que usava o protocolo da internet e acionava apenas as funcionalidades de ligar e desligar”, explica o especialista em tecnologia e coordenador educacional do Centro Universitário UniRuy | Wyden, Carlos Eduardo Tanajura.
Atualmente, as tecnologias estão cada vez mais inseridas em outros dispositivos. Há sensores e captadores que utilizam a infraestrutura da internet para a comunicação com o usuário. Um exemplo desses dispositivos são as smarts TVs, que permitem ao usuário ter acesso a serviços como a Netflix e o YouTube.
Entendendo a Internet das Coisas
A IoT refere-se à conectividade de objetos comuns à internet, proporcionando mais facilidades. “Você tem desde eletrodomésticos e smarts TVs a celulares e dispositivos que possuem sensores e são acoplados à infraestrutura da rede mundial”, conta Tanajura.
O termo Internet of Things foi criado em 1999, por Kevin Ashton, membro do Instituto de Tecnologia de Massachussetts, nos Estados Unidos. Ele defendia que a tecnologia iria revolucionar o mundo e permitir uma economia de recursos energéticos, assim como de recursos naturais. A evolução da tecnologia e dos meios de processamento de dados tem permitido que a internet esteja cada vez mais conectada com os dispositivos.
“Antes, para se fazer um simples levantamento de extrato, você teria que ir até sua agência e falar com uma pessoa que operava um sistema com o computador. Hoje, basta ter um app instalado em seu celular, que ele acessa esses dados remotos na central do seu banco e levanta todo o seu histórico de forma bem simples, desde que você esteja habilitado para ter acesso remoto à sua conta. Isso traz facilidades para o usuário”, analisa o especialista.
Os objetos estão conectados
O crescimento da Internet das Coisas pode ser facilmente comprovado por qualquer um: basta ir a uma loja que você verá smarts TVs, óculos com realidade virtual e smartphones sendo vendidos. Apesar do crescimento estar sendo gradual, ele também é constante. A previsão é que entre 100 e 200 milhões de objetos estejam conectados no Brasil até 2025.
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“Até bem pouco tempo, você dificilmente tinha dispositivos com grande capacidade de armazenamento e processamento de dados. Hoje, com a nuvem, você é capaz de armazenar uma grande quantidade de dados. As tecnologias são muito dinâmicas e é muito difícil falar sobre os limites da Internet das Coisas”, opina Tanajura.
E essa evolução já nos permite usufruir de objetos conectados, com o intuito de melhorar o nosso bem-estar. Um desses objetos são os chamados smartwatches (conhecidos também como relógios inteligentes). Quando estão conectados à rede, eles fazem muito mais do que apenas mostrar as horas. Eles podem ser equipados com aplicativos de música, contadores de passos e personal trainers virtuais. Alguns modelos vão além: possuem dispositivos de emergência, que podem ser acionados pelo usuário e enviar um estímulo de socorro automaticamente para os seus familiares.
Com o crescimento do setor de segurança, a conexão das câmeras com a internet e dispositivos também apresenta um grande desenvolvimento e crescimento. Assim, elas possuem uma melhor atuação na prevenção de roubos. Um exemplo é uma tecnologia online que é capaz de reconhecer o rosto do dono de um veículo. Quando esse veículo é roubado, o equipamento não reconhece o rosto do condutor e envia automaticamente uma mensagem informando o estranhamento para o celular do proprietário, por meio de um aplicativo.
Desenvolvimento de cidades inteligentes
Uma tendência para as grandes cidades é cada vez mais estarem conectadas e captarem dados que podem ser utilizados no desenvolvimento de serviços e projetos que melhorem a qualidade de vida da população. Cidades que seguem esse modelo de governabilidade são as chamadas cidades inteligentes ou smaties cities. E a IoT é de extrema importância para o seu desenvolvimento.
“A Internet das Coisas é crucial para o desenvolvimento das cidades inteligentes. A tendência é que tenha cada vez mais sensores e dispositivos conectados em redes disponíveis para uso pelas cidades”, esclarece o especialista Carlos Eduardo Tanajura.
Para que uma cidade seja considerada inteligente, ela precisa criar sistemas urbanos mais eficazes, capazes de enfrentar desafios contemporâneos e problemas urbanos. Essas cidades são inovadoras e competitivas e utilizam os dados gerados pela sua população para criar essas inovações e programas que melhorem sua infraestrutura, transporte, economia, turismo e setores de educação e saúde. Mas a captação desses dados só é possível graças à Internet das Coisas.
Para Tanajura, porém, é preciso ações sociais e políticas públicas para ensinar as pessoas a fazerem uso das tecnologias disponibilizadas pelas cidades. “Vamos supor que uma cidade crie um sistema onde são marcados os pontos onde há coleta seletiva. Se as pessoas não são educadas a fazerem coleta seletiva ou não usufruírem desse sistema criado pela cidade, então a tecnologia não está funcionando”, avalia.
O especialista ressalta também a necessidade da sociedade estar envolvida no desenvolvimento tecnológico das cidades. “A sociedade precisa ser parceira na implementação de tecnologia, senão a cidade dificilmente vai conseguir se tornar uma smart city”, finaliza.
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Redação iBahia
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