O mundo está cada vez mais conectado. E não apenas as pessoas com os seus smartphones, mas também máquinas e objetos do nosso dia a dia estão cada vez mais sendo incorporados ao mundo da conectividade, gerando mais dados nas redes em uma velocidade cada vez maior. Essa é uma proposta que surgiu há alguns anos e tem se firmado bastante com as evoluções tecnológicas.
Chamada de Internet das Coisas – tradução literal da expressão em inglês Internet of Thing (IoT) –, essa conectividade de objetos do nosso cotidiano não pode ser freada. De acordo com um estudo recente divulgado pela Ericsson, as conexões de internet das coisas que vão usar a rede celular devem chegar ao número de 4,1 bilhões em 2024. O relatório acredita que o ano de 2018 deve terminar com cerca de 1 bilhão de IoT que usando as redes de celular.
“Até o momento, a IoT tem sido caracterizada por um grande número de conexões, volumes pequenos de dados e, em alguns casos, requisitos rigorosos de consumo de energia”, aponta o relatório. Porém, essas características tendem a mudar, principalmente com a chegada da quinta geração das comunicações móveis, a chamada Internet 5G.
Com a consolidação do 5G, não apenas a velocidade da internet sofrerá um aumento, como também haverá uma queda na latência das conexões. É justamente essa latência menor que permitirá o avanço das novas tecnologias, entre elas a consolidação dos carros autônomos, por exemplo. Mas alguns países ainda precisarão esperar um pouco para ter contato com essa nova geração de conexão. No Brasil, por exemplo, a expectativa é que o lançamento do 5G aconteça apenas em 2020.
Entendendo a IoT
Em nossa rotina, usamos alguns objetos que estão conectados à internet: smartphones, tablets, notebooks. Porém, há outros que também estão conectados e nós sequer percebemos, como câmeras de segurança, smart TVs e alguns videogames novos, que se conectam à rede obrigatoriamente.
O conceito de IoT está em conectar os objetos do nosso dia a dia à Internet, atribuindo-lhes novas funções a desempenhar. Assim, essa conectividade torna os objetos mais eficientes. Nesse contexto, uma geladeira com internet poderia informar quando um alimento está chegando ao fim e pesquisar na web os mercados mais próximos e aqueles que oferecem esses alimentos a melhores preços.
Mas a tecnologia não é importante apenas para coisas simples do nosso cotidiano. Ela pode ser usada para ajudar a medir em tempo real a produtividade das máquinas de uma fábrica. As cidades podem usar a IoT também para melhorar as condições de seus moradores, servindo para ajudar na coleta de dados, tomada de decisão ou aprimorar serviços.
Um bom exemplo que acontece em Salvador é o aplicativo Cittamobi, que permite ao usuário do transporte público saber pelo seu smartphone quando o seu ônibus vai passar no ponto e, assim, se deslocar para ele apenas quando tiver perto da chegada de sua linha. Já os órgãos de controle de tráfego podem utilizar os sensores para se conectar a uma central de monitoramento de trânsito e estabelecer as melhores rotas para os veículos em determinado horário. Aliás, muitas cidades têm incorporado as tecnologias de IoT, ampliando sua conectividade e aderindo ao termo smart city.
Redes para máquinas
As máquinas e robôs também possuem os seus canais próprios de comunicação pela internet. Até meados de 2018, o número de máquinas conectadas já chegava a 8,4 bilhões. Ou seja, há mais maquinas conectadas do que celulares.
Em 2017, os robôs ganharam suas redes próprias. Enquanto os celulares usam as redes 3G e 4G, as máquinas possuem redes como LTE-M e NB-IoT, que usam o espectro LTE – o mesmo usado na tecnologia 4G. Porém, em suas redes próprias, as máquinas e robôs conseguem uma resposta de conexão em menor tempo, com maior duração da bateria dos aparelhos conectados. Essas redes próprias surgiram com o intuito de resolver as limitações que as redes tradicionais de celular possuem.
Porém, máquinas e robôs ainda continuam usando as redes que já conhecemos – como o 2G, 3G e 4G. No Brasil, por exemplo, um quarto de todos os acessos à rede 2G é feito por máquina. O problema é que elas não foram projetadas para permitir tantas conexões de dispositivos distintos.
As coisas devem esquentar a partir do ano que vem, com a estreia da rede 5G – com sua menor latência e capacidade de dividir sua rede para diversos tipos de aplicação. Essa velocidade e versatilidade da rede será de extrema importância para o surgimento de novas tecnologias que usem a internet das coisas.
Além disso, as redes 5G vão permitir que cada dispositivo baseado em IoT foque sua utilização apenas nos recursos que são necessários para a tecnologia. Isso vai evitar tanto um congestionamento da rede, quanto o desperdício de energia. Mas até a estreia e consolidação dessa rede, os dispositivos e robôs vão precisar continuar se virando com o que já está disponível no mercado.
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Redação iBahia
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