O início da história das Ganhadeiras de Itapuã vem do momento onde o bairro era apenas uma vila de pescadores e um grupo de mulheres negras já lutava pela subsistência de suas famílias. Elas lavavam de ganho, preparavam peixes e outras iguarias para vender na rua, mercados, feiras. Iam a pé até o centro da cidade, equilibrando balaios nas cabeças.
No trajeto, “para espantar o cansaço”, iam compondo e cantando; eram cantigas de roda, sambas e cirandas. De toda essa tradição, surgiu o grupo Ganhadeiras de Itapuã.
Cronistas do dia a dia, as Ganhadeiras comunicam-se com diferentes gerações. Em pleno litoral da capital baiana, sua música foi recentemente nomeada de “Samba de Mar Aberto”, que se distingue das células do samba de roda do Recôncavo e traz características próprias, é aberta à influência da ciranda, sambas de diferentes matrizes, candomblé entre outras misturas rítmicas.
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O grupo, que já tem mais de 15 anos e agora foi homenageado pela escola de samba Viradouro (vencedora do Carnaval 2020), já recebeu o Prêmio Culturas Populares – Mestre Duda 100 Anos de Frevo, concedido pelo Ministério da Cultura, e foi reconhecido como uma das iniciativas exemplares das culturas populares do Brasil. Em 2014, lançou um disco homônimo que em 13 músicas reúne raridades da cultura negra baiana e brasileira, candomblé, a importância da presença e liderança feminina, o amor pela natureza e crianças. O trabalho foi contemplado na 26ª edição do Prêmio da Música Popular Brasileira na categoria Melhor Grupo e Melhor Álbum Regional em cerimônia realizada no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
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Redação iBahia
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