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Quem são os pataxós, o povo que conquistou a seleção alemã?

Rituais com a pajelança e o Awê despertam fazem parte da cultura secular dos Pataxós, que vivem em Coroa Vermelha

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15/07/2014 às 18:00 • Atualizada em 27/08/2022 às 6:17 - há XX semanas
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Índios Pataxó tenta preservar cultura e tradição
Ainda envolvidos pela Copa do Mundo, realizada no Brasil, a lembrança especial vai "além campo". Os personagens que fizeram parte da agenda da seleção campeã do mundo, os índios Pataxós, roubaram a cena e a atenção em alguns momentos. Os primeiros habitantes do Brasil ganharam status de protegidos e reverenciados pelos alemães, com convites para assistir aos treinos e receberam apoios sociais que vão da educação à moradia. Mas, de fato, o que tanto encantou os alemães?Os índios Pataxós, na Bahia, ficam região de Porto Seguro, mas precisamente em Coroa Vermelha, e, como a maioria dos povos indígenas, tem ainda muito forte suas manifestações culturais e religiosas preservados a todo custo. Sua língua originária é o Maxacali (patxôhã) e a sua população gira em torno de 12 mil pessoas, segundo dados da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Cultura - Pajelança e Awê são dois rituais fortes da tradição dos Pataxós e é registrada por viajantes, cronistas e historiadores. O Awé, em resumo, é um conjunto bem variado de coreografias e cada uma tem um propósito determinado. Durante o ritual os índios podem consumir uma bebida de nome Aluá, que é fermentada de grãos de milho moídos ou cascas de frutas, como abacaxi, por exemplo.Um outro ritual, reproduzido pelos alemães ao redor da taça no Mundial, foi em alusão ao Pajelança. Os jogadores aprenderam com os índios, que realizaram para eles antes de viajarem para a final, no Rio de Janeiro. A crença dos índios é que o ritual "abençoa" o guerreiro antes deles partirem para a guerra ou outra luta qualquer. De acordo com a tradição, a pajelança afasta o mau olhado e fecha o corpo contra os inimigos. Pelo visto, deu certo, pois a seleção alemã consagrou-se como a grande vitoriosa do mundial.
Os alemães repetiram pajelança ao redor da taça na final do Mundial
Amesca - De acordo com registros do "Inventário Cultural Pataxó: tradições do povo Pataxó do Extremo Sul da Bahia", elaborado pelo Instituto Tribos Jovens, "onde há pataxó, há amesca". Conta a história que a "Amesca era uma índia pataxó que desde criança foi escolhida pelo seu povo para ser uma grande guerreira, por isso ela não podia se casar e ter filhos. Passados muitos anos, Amesca cresceu e se tornou uma jovem muito bonita e logo se apaixonou por um índio que também era Pataxó. Logo Amesca engravidou e até então estava tudo bem, mas com o passar do tempo, Amesca descobriu que estava grávida de gêmeos. Segundo os mais velhos da sua aldeia, quando uma índia ficasse grávida de gêmeos teria que sacrificar um dos dois, pois acreditavam que um deles viria para praticar o bem e o outro para fazer o mal. Amesca não queria que seu filho morresse e então passou os nove meses chorando e pensando no que ela iria fazer para salvar seu filho. No dia do seu parto, Amesca deu à luz aos seus dois filhos e morreu. Assim, os mais velhos acreditaram que a maldição morreu com ela e que seu filho estava livre da maldição.
A árvore faz parte das crenças Pataxó e possui diversas utilidades
Então o seu povo enterrou Amesca e foi embora daquele lugar. Passou-se muito tempo até que os Pataxó voltaram ao lugar onde tinham enterrado Amesca e em cima do seu túmulo viram que tinha nascido um grande pé de árvore. Eles colocaram o nome dessa árvore de Amesca. Essa árvore soltava uma resina branca parecida com uma lágrima e dava duas frutinhas grudadas e muito doces. Os índios logo observaram que essa resina era as lágrimas da índia e que os frutos eram os seus filhos gêmeos". A planta tem uso medicinal e está presente em quase todos os rituais da cultura Pataxó, como na Pajelança e no Awê. A resina é utilizada também como fonte de energia para acender lamparinas, nas orações para incensar o ambiente, no artesanato, entre outras.

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