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Transformação digital passa por ‘mudança na forma de pensar’

Processo exige mudanças mais bruscas na estrutura das organizações

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Redação iBahia

18/09/2018 às 11:07 • Atualizada em 28/08/2022 às 6:12 - há XX semanas
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Não tem mais para onde fugir. A tecnologia cada vez mais influencia diretamente nossa vida, assim como os setores industriais e empresariais. A transformação das empresas começa a se mostrar uma realidade e deve se intensificar nos próximos anos. Tudo isso graças à transformação digital.

O processo de transformação digital é o uso da tecnologia com o intuito de melhorar o desempenho das relações de trabalho, aumentando o seu alcance e garantindo melhores resultados. E isso passar por uma mudança de mentalidade, não só de uso de novas tecnologias.

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“As pessoas tendem a associar a transformação digital a uma substituição de humanos por robôs, o que não é verdade. Ela utiliza a tecnologia como base, porém nasce nas áreas de negócio, de suporte, identificando a necessidade de automação e utilizando da tecnologia para suprir essas necessidades”, diz Roberto Mosquera, consultor e especialista em Administração e Marketing de Serviços.

De acordo com o especialista, essa transformação digital envolve ações coordenadas dentro da empresa, fazendo com que todo o processo ocorra por meio ou influenciado pelo ambiente digital. “A transformação digital acontece quando toda a cadeia de valor da organização incorpora a tecnologia para efetuar as coisas de modo mais rápido e de maneira mais assertiva, com o menor custo”, explica.

Mudança estrutural

Assim, a transformação digital exige mudanças mais bruscas na estrutura das organizações, uma vez que a tecnologia passa a desempenhar um papel estratégico central ao invés de ser apenas uma presença superficial dentro das empresas. Não é apenas criar um blog corporativo e uma fanpage ou utilizar um aplicativo para falar com seus clientes. Essa transformação é muito mais do que isso.

Essa mudança, porém, leva tempo para acontecer, principalmente porque vai mexer com toda a estrutura das relações e do funcionamento de uma empresa. Com a transformação digital, surge uma necessidade das organizações se comportarem de maneira mais flexível e a responderem com mais agilidade. Há também uma necessidade de estar aberta aos incutes dos seus clientes assim como dos concorrentes.

“A questão é na mudança da forma de pensar. Hoje, nas empresas, os líderes tem a cultura de controle sobre todas as coisas, decisões e equipes. Mas quando surge a necessidade de trazer o cliente e o concorrente para dentro da empresa, você não consegue responder rapidamente a isso tendo essa centralização de decisão”, avalia o especialista.

Para Mosquera, é dessa necessidade de responder mais rápido ao mercado e aos clientes que surge uma das mudanças mais bruscas que a transformação digital incute: a descentralização na tomada de decisões. “É necessário mais autonomia para a equipe responder essas demandas, claro que com um alinhamento com as estratégias executivas da empresa”, afirma.

Os líderes, então, passam a ter a função de definir as estratégias e objetivos da empresa e a responsabilidade de disseminar essas estratégias para toda a organização. Vai ser com base nesse alinhamento que as equipes vão tomar as decisões, sempre de acordo com os impulsos do mercado e do cliente. Ou seja, os líderes passam a ter a função de direcionar as equipes, deixando para elas a responsabilidade e autonomia de decisão nas execuções do dia a dia.

Surgimento e fim de profissões
Além das mudanças estruturais, as execuções de cargos também vão passar por alterações. Com a transformação digital, as máquinas vão passar a ter uma maior participação dentro dos processos das empresas. Esse processo vai fazer com que cada vez mais máquinas e humano se complementem dentro das empresas.

Essas mudanças vão acabar impactando também no surgimento de novas profissões ou transformando profissões já existentes em obsoletas. “Vamos ter profissões que vão terminar e outras que vão nascer, mas todas elas vão sofrer impacto da transformação digital. Vai haver sim uma substituição do ser humano pelas máquinas em algumas tarefas, principalmente em tarefas repetitivas, onde o homem agrega hoje pouco valor”, opina Mosquera.

O especialista, porém, acrescenta que o novos cargos operacionais e profissões também devem surgir nesse processo de transformação digital. “Na transformação digital, o homem continua sendo necessário, porque a máquina não consegue substituir o ser humano em criatividade e em cenários em que as experiências são necessárias. É preciso não brigar com essa tendência e, ao contrário, identificar de que forma você se encaixa nessa mudança”, argumenta.

Um exemplo de profissão que pode se tornar obsoleta é o telemarketing. O cargo, hoje em dia, é fonte de emprego para muitos brasileiros, mas pode estar com os dias contatos a partir de um avanço da Inteligência Artificial.

Atualmente, inclusive, já existem os chatbots – que conseguem automatizar algumas interações com o público por meio de aplicativos de mensagens. Esses “contatos inteligentes” oferecem opções de como ajudar ao consumidor e podem até mesmo compreender solicitações e respondê-las de maneira imediata. Quando ele não está preparado para atender a requisição, então transfere a ligação para um atendente continuar a assistência.

Profissionais qualificados
Esse processo de transformação digital não vai ocorrer apenas com algumas profissões específicas, como algumas pessoas pensam. É preciso compreender que as mudanças ocorrem de maneira ágil e estar capacitado para trabalhar em um mercado com novas diretrizes e rotinas.

“Em linhas gerais, o que se espera do profissional no futuro é que ele seja flexível, protagonista de sua carreira, criativo, que ele consiga resolver problemas complexos, que ele trabalhe com colaboração – pois a colaboração é necessária para os projetos darem certo e sejam concluídos com agilidade – e que ele saiba lidar com a máquina e sua maior participação nas rotinas”, diz Roberto Mosquera.

Caso o profissional não se qualifique para se inserir nesse mercado de trabalho, o número de vagas em aberto, mas sem preenchimento por falta de profissionais preparados pode subir. “Hoje em dia já há uma quantidade de vagas sem profissionais para preenchê-las, mesmo com essa taxa de desemprego grande aqui no Brasil. Isso porque há uma escassez de profissionais capacitados para exercer esses cargos”, afirma o profissional. Para ele, a solução mais rápida e eficiente é apostar em cursos de duração menor, porque há mais chances dele estar atualizado com as últimas novidades tecnológicas e se preparar mais rápido para se inserir nesse novo mercado de trabalho.

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