O ambulante Antônio Batista: drible na fiscalização |
Vistorias minuciosas são realizadas por agentes da Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom). “A gente tá metendo a mão até o fundo do isopor”, disse o fiscal da prefeitura Antônio Carlos Alves, no portal de madeira instalado na Rua Marquês de Caravelas, na Barra. “A partir daqui só pode entrar Itaipava. A não ser que seja para consumo próprio”, avisou o fiscal no Circuito Dodô. Clique aqui e leia as notícias mais importantes do Carnaval de Salvador
Para terem exclusividade de exposição de marca e venda, a Itaipava e Schin pagaram R$ 10 milhões cada à prefeitura. Segundo a administração municipal, a negociação permitiu que pela primeira vez o Carnaval de Salvador desse lucro.
Segundo a Sucom, já foram apreendidas, desde o início da folia, 10 mil caixas de bebidas não autorizadas — um total de 142 mil latinhas. Baixe o aplicativo que localiza os blocos nos circuitos da folia: www.ibahia.com/ondeestameutrio
Para desespero de alguns, as revistas estão dando certo. Encontrar outros rótulos que não sejam Itaipava (Barra/Ondina) e Schin (Centro) tem sido tarefa difícil. Só profissionais do “contrabando”, como o ambulante Antônio Batista, 48 anos, conseguem entrar. “Rapaz, eu tô pegando na mão de um colega que tá com um esquema aí para entrar com Skol. A gente bota em caixas de papelão. Porque tem um pessoal que só bebe Skol, né?”, diz Antônio.
Elogio Enquanto isso, havia os ambulantes que vestiam a camisa da patrocinadora. Evandievaldo Alves, 55 anos, parece ter saído do setor de marketing da empresa. “Itaipava é uma excelente cerveja, melhor que Skol. Tão vendendo Skol de R$ 1 lá fora, né? Já viu cerveja de R$ 1 ser boa?”, ironiza. “Eu acho (Itaipava) boa. Ontem, comi água e nem acordei com dor de cabeça”, concordou o estudante Flávio Oliveira, 25 anos.
Mas bebedores inveterados da redonda fazem de tudo. São muitos os grupos de amigos comGrupo de foliões com Itaipava na mão: patrocínio |
Centro No Centro, só dá Schin. Com um pequeno isopor, o ambulante Alexandre Sena, 20 anos, conseguiu burlar a fiscalização. “A gente infiltrou dizendo que ia consumir”. Mas o caso é tão raro que um homem fantasiado de palhaço achincalhava alto: “Pago R$ 5 em uma Skol. Pago R$ 5”. Depois, admitiu: “Eu nem bebo. Só tô sacaneando com a cara deles”. E ainda tem os que, mesmo gostando de cerveja, estão aproveitando para não beber. “Prefiro ficar de cara do que tomar cerveja que não gosto. Na rua, eu tenho o direito de beber o que quiser. Cadê a democracia?”, disse a funcionária pública Relma Leal, 49 anos, ainda sofrendo “bulling” da amiga, Lorena Farias, 28. “Por isso que eu sou total flex. Bebo todas. Fique aí sofrendo”. *Matéria original Correio 24h: Vendedores e foliões se viram para driblar restrição a cervejas que não patrocinam folia
Veja também:
Leia também:
AUTOR
AUTOR
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!
Acesse a comunidade