Foram dois anos sem celebrar um dos momentos mais marcantes da história nacional. Mas, após tanta espera, o desfile que marca a independência do Brasil na Bahia retornou, e fez deste 2 de julho um sábado de reencontro.
Na região da Lapinha, no bairro da Liberdade, local em que o evento é iniciado todos os anos, foi possível perceber a expectativa do público com o retorno das comemorações após o período mais crítico da pandemia de Covid-19. Alguns perguntavam, ansiosos, quando as bandeiras seriam hasteadas.
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A ação, que marca o início dos festejos, começou pouco depois das 8h. Participaram da cerimônia o governador do estado, Rui Costa (PT), o prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), Adolfo Menezes (PSD), e o presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), Joaci Góes.
Em seguida, foram feitas homenagens à estátua do General Labatut - um dos grandes personagens da Guerra da Independência -, que fica em frente às bandeiras, no mesmo largo. Autoridades políticas, como o governador e o prefeito, deixaram flores no busto, além de militares.
E, após as cerimônias de abertura, a multidão, sob o som das fanfarras, começou a caminhada rumo à Praça Tomé de Souza, onde encerra a primeira parte do evento. Entre eles, estava o advogado Romualdo dos Santos. Para ele, a celebração carrega motivos de orgulho para os baianos.
“Essa volta é importante porque é um marco cívico da nossa sociedade. A Independência do Brasil se deu aqui, com a expulsão dos portugueses O grito dado por Dom Pedro foi algo apenas simbólico. A batalha real aconteceu aqui na Bahia”, afirmou.
Em meio aos grupos que faziam parte do cortejo, foi possível ouvir um comentário que se repetia: este 2 de Julho teve um dos maiores públicos da história. Se é verdade ou não, o que podemos afirmar com certeza é que é a edição que mais carrega a sensação de alívio, considerando a saudade contida.
Para o eletricista Iuri Nascimento Pereira, esse retorno trouxe surpresas positivas. “Está sendo uma festa tranquila e acima da expectativa. Sou morador do bairro [do Dois de Julho], todo ano estou aqui”, contou.
Outro aspecto marcante do desfile foi a presença de políticos e militantes, diante da corrida eleitoral deste ano. Para o ativista sindical e servidor público André Luís, foi interessante observar o respeito durante a celebração.
"Estamos vendo várias correntes políticas, assim como antigamente, uma ‘festa da democracia’. Ter esse reencontro é histórico e emocionante”, disse. André também reforçou que é preciso valorizar essas atitudes, principalmente considerando as possíveis diferenças nas escolhas de cada um.
“Isso é a Bahia. Um povo alegre, pacífico, que quer mudanças. A Bahia não é guerra, não é exclusão. A Bahia é respeito e diversidade”, complementou.
Até quem presenciou o cortejo pela primeira vez conseguiu observar o tamanho da representatividade dessa ocasião. É o caso do turista Francivaldo Melo. Professor de história, ele veio da cidade de São Luís, no Maranhão, e falou sobre como foi chegar a Salvador e já conhecer essa celebração.
“Estou encantando. Geralmente, a nível nacional, se fala muito sobre o Sete de Setembro, e não se observa as lutas regionais que ocorreram, que muita gente deu a vida para que nosso país viesse em liberdade. Hoje, vendo a Bahia demonstrar que houve muita luta e que tudo passa por esse processo que aconteceu aqui, é muito interessante. Fico feliz que minha presença coincidiu com essa festa”, contou.
Da Praça Tomé de Souza, o desfile segue à tarde para o Campo Grande, no centro da capital, onde será encerrado com um novo hasteamento de bandeiras, feito por autoridades.
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Ícaro Lima
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