Com a proximidade da Semana Santa, o consumidor já sabe o que lhe espera: peixes mais caros e pouca alternativa para economizar. Nesta quarta-feira (4), o movimento no Mercado do Peixe, na cidade baixa, já era grande mas os permissionários esperam ainda mais nos próximos dias. "Hoje tá bom, mas amanhã é que isso aqui enche. Pelo menos, é o que nós esperamos", afirma Rita América. Trabalhando há 10 anos no Mercado do Peixe, ela defende os vendedores da culpa pelo inflação nos valores dos pescados. "Na verdade, quando chega o verão os fornecedores aumentam os preços e como nós não podemos ficar no prejuízo, temos que aumentar o preço na hora da revenda", explicou.
Veja também: Saiba como fazer uma deliciosa torta de bacalhau Apesar dos valores altos, Rita afirma que existem algumas alternativas boas e mais baratas de peixe. "Existem pescados mais populares que também são bons, como a Arraia e a Corvina que, em média, custam R$ 8 e R$11 o quilo de cada um", explicou. Foi o que fez Maria Auxiliadora. A psicóloga disse que sempre compra no Mercado do Peixe e já está acostumada com o aumento dos preços. "Sempre há uma inflação. Eles lucram com tudo e até cobram pela limpeza, coisa que normalmente não fazem, não quis pagar tão caro e acabei comprando a Arraia".
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Adelmo Santos pesquisou bastante antes de comprar o peixe da Semana Santa. "Fui em supermercados mas não gostei da qualidade dos peixes, então decidi vir aqui", contou Santos que esteve pela primeira vez no Mercado do Peixe. Adelmo comprou no total sete quilos de peixes. "Levei Pescada, Tainha e Cavala e paguei R$111. Sem dúvidas não é o valor mais barato, mas o peixe é mais fresco e a vantagem acaba sendo a qualidade", disse. Já Juraci Souza pagou R$32 nos dois quilos de peixe que comprou e reclamou da diferença dos preços de um box para o outro. "Pesquisei pouco os preços, mas percebi que existe uma diferença estúpida entre os boxes. Eles aproveitam a oportunidade e como eu não tive tempo de pesquisar, tive que comprar", explicou. Com o aumento no movimento, alguns permissionários acabam tendo que contratar funcionários extras para dar conta de tantas vendas. "O movimento aumenta muito e não tem gente suficiente para tratar, limpar e vender os peixes", explica o pescador Ubiratan Silva, que há cinco anos ganha um dinheirinho extra, trabalhando somente no período da Semana Santa.
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Já na Feira de São Joaquim, os feirantes reclamam que o movimento está menor em comparação aos outros anos. "Não é por causa do Mercado do Peixe que estamos vendendo pouco, é por causa do mudança do local. As pessoas ainda não estão acostumadas com a nova Feira de São Joaquim, que fica muito afastada da antiga. Sem falar que aqui também não tem estacionamento para a freguesia e o ponto de ônibus é muito longe", queixou-se Marivaldo Pereira, que há 50 anos trabalha vendendo na feira. Odivaldo Lima buscou uma alternativa diferente para ganhar dinheiro. Vender Cavalinha no carrinho de mão ou no balde. "Assim eu não tenho que pagar nenhuma taxa pelas minhas vendas e posso estar em qualquer lugar", explicou. Já os preços dos legumes e verduras continuam os mesmo. Quem pretende fazer um caruru, o quilo do quiabo custa em média R$12. Já o camarão seco, a depender do tamanho varia entre R$12 e R$24, e o litro do azeite de dendê sai por R$4.