Titular absoluto durante a sua trajetória no Bahia, Marcelo Lomba deixou o clube e pela primeira vez criou uma disputa acirrada pela posição nos últimos anos. Se quando o camisa 1 fazia parte do elenco, sua escalação era a única que praticamente não se discutia entre os treinadores que passavam pela equipe, agora Sérgio Soares e Ricardo Palmeira, treinador de goleiros do Esquadrão, terão uma dor de cabeça ao olhar para as metas e avistarem Omar e Douglas Pires, concorrentes diretos pela vaga.
Se dependesse dos ainda jovens goleiros, os dois jogariam juntos, mas como só um pode ser escalado no gol, a declarada amizade vai ter que ficar um pouco de lado quando a bola rolar nos treinamentos. Mas engana-se quem pensa que isso é um problema para os jogadores. Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (9), Douglas e Omar trocaram elogios e pregaram respeito um pelo outro, independente de quem venha a jogar. "O Omar, trabalhar como ele trabalha, são poucos que eu já trabalhei junto. Força de vontade. Principalmente depois da recuperação da cirurgia que ele fez. Dentro de campo, jogando, é um ótimo goleiro. Defeito: tem não", disse Douglas, que chegou ao Bahia em 2013. Mais antigo no elenco (desde 2009), Omar já acumula mais de 50 partidas pelo Esquadrão. Ainda assim o goleiro de 25 anos não se vê em vantagem na disputa com o amigo. "Douglas tem demonstrado a qualidade nos jogos que apareceu. Quanto a mim, também. A gente que é amigo tem muitas qualidades que suplantam os defeitos". Os dois se conheceram antes mesmo de chegarem aos profissionais. Pouca gente sabe, mas Omar defendeu o Cruzeiro, clube de berço de Douglas, nas divisões de base e apesar da diferença de dois anos, a dupla chegou a figurar na mesma categoria. "A gente se conheceu em 2008, no Cruzeiro. Eu já estava lá desde 2003 quando ele (Omar) chegou. A gente foi para o júnior. Ele dois anos mais velho, mas eu estava no juniores. Ficávamos no mesmo quarto, ficamos amigos. Ele veio para cá, eu fiquei lá. Fui para o Benfica, voltei para o Cruzeiro e em 2013 eu vim para cá. Quando cheguei, minha maior alegria foi ver o Omar aqui", revelou Douglas, reforçado por Omar. "A gente conversa bastante, troca experiência. A gente concentrava desde a base do Cruzeiro. A gente tem intimidade para qualquer tipo de conversa. Não tem nenhuma restrição. Acho que todo ano a gente tem a oportunidade de aparecer e, estando bem, a gente cria melhores opções para o treinador. Os treinadores que passaram optaram por outros. O Sérgio tem toda a autonomia para optar por quem quiser".
Omar ainda confessou ter recebido propostas de outros clubes nesta temporada, que acabaram não se concretizando. Entretanto, a permanência no Tricolor foi vista com bons olhos pelo mais experiente goleiro do elenco. "Felizmente eu estou aqui, no clube que me projetou, que tem o meu respeito, carinho e amor. Sei que essa recíproca é verdadeira, vejo com torcida, funcionários, jogadores. Isso pesou muito para que eu não saísse", pontuou. Por sua vez, Douglas contou que veio para o Bahia sabendo que seria a terceira opção do grupo e que não se incomoda em esperar seu momento chegar. Enquanto isso, ele busca aprender com os companheiros de posição. "Quando fui convidado pelo Ricardo Palmeira para vir para o Bahia, ele falou que eu ia ser o terceiro goleiro, mas que minha hora ia chegar. Vim sabendo que o Lomba era titular, que o Omar já tem uma história no Bahia e que eu seria terceiro. Vim com a cabeça tranquila para esperar o momento certo. As oportunidades que eu tive, acho que aproveitei. Tudo é aberto, com o maior respeito e não pensei em sair", ressaltou.
Na última temporada, Douglas e Omar disputavam a reserva de Lomba |
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Com a saida de Lomba para a Ponte, amigos serão rivais na disputa pela titularidade |
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