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Árbitro Igor Benevenuto se declara homossexual: 'Finalmente eu mesmo'

Juiz mineiro, de 41 anos, se tornou o primeiro dos quadros da Fifa a manifestar-se publicamente sobre sua orientação sexual

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Agência O Globo

08/07/2022 às 12:37 • Atualizada em 27/08/2022 às 2:16 - há XX semanas
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					Árbitro Igor Benevenuto se declara homossexual: 'Finalmente eu mesmo'
Foto: Divulgação

O árbitro Igor Benevenuto declarou ser homossexual em entrevista ao podcast 'Nos Armários dos Vestiários', do GE. Com isso, o mineiro de 41 anos se tornou o primeiro juiz do quadro da Fifa a se manifestar gay.

"Meu nome é Igor Junio Benevenuto de Oliveira. Sou árbitro de futebol. A partir de hoje, não serei mais as versões de Igor que eu criei. Não serei o Igor personagem árbitro, personagem para os amigos, personagem para a família, personagem dos vizinhos, personagem para a sociedade hétero. Serei somente o Igor, homem, gay, que respeita as pessoas e suas escolhas. Sem máscaras. Somente o Igor. Sem filtro e finalmente eu mesmo", afirmou.

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Em longo depoimento, o árbitro relatou que cresceu "odiando profundamente" o futebol por conta do "ambiente, do machismo e do preconceito disfarçado de piada".

Ele, que disse saber que era gay desde cedo, também contou que montou um personagem para "sobreviver na rodinha" de meninos que viviam jogando bola.

"Não havia lugar mais perfeito para esconder a minha sexualidade. Mas jogar não era uma opção duradoura, então fui para o único caminho possível: me tornei árbitro", acrescentou.

Natural de Minas Gerais, o árbitro disse que sempre foi levado a estádios para assistir a jogos de Cruzeiro, Atlético e América-MG, mas que não conseguia torcer para nenhum time. A Copa do Mundo de 1994, dos Estados Unidos, foi um marco em sua vida.

"Olhei a televisão e me interessei imediata e exclusivamente pela figura diferente que estava em campo: o árbitro. Foi justamente naquele ano que a Fifa aprovou a mudança dos uniformes dos juízes para o Mundial", lembrou.

Assim, o preto das camisas deu lugar a cores vibrantes e ele ficou enfeitiçado "pelas cores e pelo cara que controlava tudo".

"No dia seguinte, na pelada com os meninos, avisei que não iria mais jogar. Queria comandar a partida, e foi assim que comecei a apitar e ressignificar minha relação com o futebol", afirmou.

Ele já dedicou 23 anos de sua vida "ao apito" e revelou que, até hoje, nunca havia sido ele de verdade.

"Os gays costumam não ser eles mesmos. Passei minha vida sacrificando o que sou para me proteger da violência física e emocional da homofobia. E fui parar em um dos espaços mais hostis para um homossexual. Era por saber disso que eu odiava o futebol", completou.

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