Cicinho tem uma missão desafiadora a partir de hoje: conquistar a confiança e o carinho da torcida do Bahia. Já faz cinco anos que nenhum lateral-direito consegue essa mescla no clube. Contratado para resolver a carência da camisa 2, ele é a novidade do time no jogo das 21h contra o Boa, na Fonte Nova, que fará o tricolor dormir na liderança da Série B em caso de triunfo por dois gols de diferença. Aos 29 anos, Cicinho se mostra confiante para a estreia. “Estou com muita vontade de jogar e estrear, ter uma sequência pra ficar bem. Estou há um tempo parado, estava de férias na Europa, mas quero jogar, vim pra ficar”, promete. O último lateral-direito a cair nas graças da torcida tricolor foi Jancarlos, em 2010, na campanha de acesso à Série A. De 2010 pra cá, muitos laterais tentaram se firmar na posição: Arílton, Marcos, Boiadeiro, Coelho, Gil Bahia, Neto, Pablo, Angulo, Madson, Roniery, Diego Macêdo, Galhardo, Railan, Tony e Adriano Apodi. Todos oscilaram e nenhum chamou a camisa 2 de sua por muito tempo.
Assim como Jancarlos, Cicinho foi contratado para qualificar a lateral direita. Se até agosto de 2010 o Bahia sofria com as fragilidades de Carlos Alberto, Apodi e Arílton, nos sete primeiros meses da atual temporada, o clube foi refém do desempenho contestável de Tony e Adriano. Prata da casa, Railan começou o ano como titular, mas jogou apenas três partidas antes de sofrer uma grave lesão no joelho. A previsão é que ele retorne aos gramados em dois meses. A contusão de Railan fez Tony se tornar a única opção de ofício durante três meses. Improvisado, o volante Yuri foi a solução em oito partidas, cinco delas como titular. Apesar das 34 chances com a camisa do Bahia, Tony abusou dos erros de cruzamentos e perdeu espaço para Adriano. Atualmente machucado, o jogador contratado em maio do Vitória da Conquista fez dez jogos, mas também não resolveu o problema na direita. O vínculo com o Bahia se encerra neste domingo.
Cicinho ganhou destaque com a camisa do Palmeiras, mas estava atuando na Espanha (Foto: Felipe Oliveira/ECBahia) |
Europa Diante desse contexto, Cicinho precisará se adaptar rápido. Depois de cerca de duas semanas treinando no Fazendão, ele vai reestrear em gramados brasileiros. O lateral estava no futebol espanhol desde 2012. Por lá, defendeu o Sevilla - onde foi campeão da Liga Europa - até dezembro de 2014.
Em janeiro deste ano, foi emprestado ao Numancia, clube da segunda divisão do Campeonato Espanhol, pelo qual fez sua última partida no dia 7 de junho.
Ele contou ter aprendido muito na Espanha. “Lá eles exigem muito a marcação. Quando cheguei, eles falavam que eu parecia índio, só queria atacar. Lá não tem pressa, eles trabalham muito a bola. Às vezes, eu saía com a bola, o treinador dizia ‘volta’ e eu falava: ‘Mas eu posso ir pra cima, no mano a mano’ e ele: ‘Não, volta’. Então lá melhorei a marcação e aprendi a trabalhar melhor a bola”, ilustrou.
Dificuldade para entender os comandos à beira do campo ao menos Cicinho não terá. Ele jogou com o técnico Sérgio Soares no Santo André, em 2009 e 2010. “Sérgio é um excelente treinador. Trabalha muito bem, cobra muito e exige muito do atleta, o que é importante para o jogador não se acomodar. Às vezes, um jogador não está sendo utilizado e ele mesmo avisa pra se preparar que vai jogar uma hora”. A hora de Cicinho chegou e a confiança do treinador, ele já tem. Agora, precisa conquistar a da torcida. [[saiba_mai]]
Veja também:
Leia também:
AUTOR
AUTOR
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!
Acesse a comunidade