Quem é o dono da camisa 6 do Bahia? Se deixar a própria preferência de lado, nem o mais antenado torcedor tricolor vai conseguir responder essa pergunta com convicção respaldada pelas escalações do técnico Sérgio Soares. O desempenho em campo e os números da temporada apontam que o clube ainda não acertou na posição em 2015. Em sete meses, 10 jogadores passaram pela lateral esquerda do Esquadrão. Por ordem de estreia: Raul, Carlos, Sávio, Patric, Bruno Paulista, Yuri, Adriano Apodi, Marlon, Ávine e Vitor. Pior. O rendimento deles em campo mostra baixa eficiência. Entre os seis laterais-esquerdos de ofício, apenas dois contribuíram diretamente para gol: Carlos e Marlon deram uma assistência cada. Marlon também balançou a rede uma vez. O troca-troca aconteceu nas quatro competições disputadas pelo Bahia este ano. No Campeonato Baiano e na Copa do Nordeste, Sérgio Soares usou cinco atletas na lateral esquerda. Na Copa do Brasil e na Série B do Brasileiro, seis passaram pela posição.
O campeão de oportunidades é Patric, 21 anos. Prata da casa, ele foi formado como meia na base e promovido ao time profissional este ano como lateral-esquerdo. Atuou em 14 jogos, mas não conseguiu conquistar a torcida nem a comissão técnica. Não foi sequer relacionado para as últimas duas partidas na Série B, contra Santa Cruz e ABC, mesmo com Ávine poupado. Antes de Patric, outros três jogadores passaram pela posição.
Contra o Boa, Ávine deve voltar a vestir a camisa seis tricolor (Foto: Arisson Marinho/Correio) |
Raul foi o primeiro a vestir a camisa 6 em 2015. E foi expulso logo na estreia do estadual, na derrota por 2x0 para o Vitória da Conquista. Jogaria apenas outras três partidas antes de ser liberado para o América-MG. A suspensão de Raul deu brecha para Carlos, 20 anos, outro atleta revelado na base e promovido neste ano. Carlos fez 11 jogos e deu espaço a Patric. Porém, as fragilidades apresentadas por ele fizeram Soares improvisar nos momentos decisivos.
Improviso Bruno Paulista apareceu como solução na reta final do Nordestão e do Baiano. No total, atuou 10 vezes na lateral-esquerda, como titular ou deslocado no decorrer do jogo. Yuri foi usado ao longo de três partidas. Sávio, volante do sub-20, de 19 anos, atuou em duas, uma delas como titular, no empate em 0x0 com o Nacional-AM, na primeira partida da Copa do Brasil.
Até o lateral-direito Adriano Apodi caiu na dança das cadeiras e estreou improvisado contra o Luverdense, pela Copa do Brasil. Não foi bem. Contratado para a Série B, Marlon assumiu no jogo seguinte, no triunfo por 3x0 contra o CRB. Ele já entrou em campo 13 vezes e perdeu a posição quando Ávine voltou.
Apos três anos se recuperando de uma lesão no joelho, ele reestreou ao som de “Acabou o caô, o Ávine voltou”. Atuou bem nas duas partidas que jogou, mas demanda atenção especial da fisiologia e foi poupado das duas últimas rodadas. Vitor, de 21 anos, fez sua estreia no time profissional sexta-feira, contra o ABC. Quem vestirá a 6 contra o Boa, sexta-feira, às 21h, na Fonte? A camisa precisa de um dono pra chamar de seu.
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