Que o trabalho de refundação do clube durante os sete meses anteriores, fora de campo, vivia naquele instante um momento de coroação também dentro dos gramados.
Que mostrava que democracia, transparência e profissionalismo ganhavam jogo e faziam gols. Que não abriria brecha para o retorno da época de troféus em sacos de lixo. Que era o triunfo de quem pagava em dia, não financiava torcidas organizadas e mantinha relacionamento de independência com a imprensa.
Hoje, aniversário de um ano da primeira eleição direta da história do Bahia, com direito a urna eletrônica e fiscalização do TRE, mantenho tudo, pois. Da mesma forma.
A campanha no Campeonato Brasileiro está longe da que planejávamos.
Mas, para além de erros que também cometemos –e de toda a imprevisibilidade que cerca o futebol–, ainda falta um turno de competição. A outra metade inteira. E sigo acreditando na reformulação geral realizada no departamento de futebol. E considerando este elenco o melhor desde a volta do Tricolor à elite, em 2011.
A Copa Sul-Americana, com o time a três passos da final, é outra esperança.
Sabemos que os resultados esportivos influenciam a avaliação da torcida. Afetam as demais áreas da gestão. Porém, continuo convicto de que é mais fácil dar certo com honestidade e organização.
Quando contratamos Maxi Biancucchi, foram 300 novos sócios em 24 horas. Quando começou a venda de ingressos para a decisão estadual, as filas vinham desde a madrugada e eles acabaram em minutos. Quando chegamos ao 4º lugar do Brasileirão, na terceira rodada, vi gente falando em terceira estrela. “Por que não?”
Porque, lamentavelmente, herdamos um Esquadrão em ruínas, com mais de R$ 80 milhões em dívidas, patrimônio zero, monopólio no licenciamento da marca e crise técnica.
O déficit financeiro tricolor, por exemplo, foi o que mais cresceu de 2012 para 2013 entre as 24 principais equipes do país: incríveis 174%, segundo a consultoria BDO.
Mas, se antes tomava de 5 a 1 e 7 a 3, o Bahia Democrático permanece invicto após seis duelos contra o rival: três triunfos e três empates. Um clube que só havia conquistado um título nas últimas 11 temporadas.
Um clube que saiu de 600 para 24 mil sócios. Que pulou de dois para 39 licenciamentos –e meta de 500 produtos até dezembro. Que, depois de anos sem divulgar o balanço anual, agora revela todos os gastos, mês a mês, de cada diretoria.
Pegamos o Bahia sem sede de praia nem Fazendão e vamos entregar com dois CT, um reformado e outro novo em folha. Com TV oficial. Um milhão de seguidores nas redes sociais. Agência de viagens própria. Auditoria contínua das contas. Fluxo de caixa. Certificado de clube formador na divisão de base. Plano de cargos e salários. ‘Acordão’ trabalhista que já resolveu centenas de ações, elogiado até pela Justiça
Entre as ações da redução do custo administrativo, o fim de uma luxuosa sede na região do Iguatemi gera economia de R$ 400 mil anuais, além de integração de todos os departamentos (finalmente)
O clube que melhor soube aproveitar a exposição da Copa do Mundo, conforme a mídia especializada, ainda resolveu a questão com a Nike, rediscute o contrato com a Arena Fonte Nova e ampliou o projeto das Embaixadas pelo interior, pelo Brasil e pelo mundo
Tudo isso rompendo com velhas práticas, em geral, do cenário reinante no futebol brasileiro.
E o melhor: quem não estiver satisfeito agora tem chance de mudar os rumos da instituição. Daqui a três meses você poderá eleger diretamente o novo presidente. Ou seja você mesmo o candidato.
Atualmente, o nosso querido Esquadrão de Aço possui algo que não existe em mais da metade dos 193 países filiados à Organização das Nações Unidas.
A Democracia Tricolor é, de longe, a maior conquista do processo de renascimento do Bahia.
*Fernando Roth Schmidt, 70, é presidente do Esporte Clube Bahia (esse artigo foi publicado originalmente no jornal Correio* desta segunda). Leia as principais notícias do Tricolor
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