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Bamor acolhe torcedores do Nacional 'perdidos' em Salvador

Garotos estão alojados na sede social da Bamor. Para se manter vendem os artesanatos que produzem. Eles acompanham o time em todos os lugares

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22/10/2013 às 14:32 • Atualizada em 28/08/2022 às 23:42 - há XX semanas
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Faltando apenas dois dias para a partida de volta entre Bahia e Nacional da Colômbia, pela Copa Sul-Americana, cresce a expectativa da torcida tricolor em acompanhar um jogo internacional do Esquadrão. O último jogo de um campeonato oficial, em Salvador, aconteceu há 24 anos, pela Copa Libertadores de 1989. Maior ainda é a expectativa de 22 torcedores colombianos que viajaram de carona até a capital baiana para acompanhar o clube do coração.
Torcedores estão alojados na sede social da Bamor, no Centro
Há cerca de duas semanas em Salvador, torcedores do Atlético Nacional de Medellin estão alojados na sede da Bamor, maior torcida organizada do Esquadrão, no bairro dos Barris. Muitos saíram de Medellin, outros de Foz do Iguaçu e alguns estão acompanhando o clube alviverde desde a primeira fase da Sul-Americana, quando a equipe eliminou o Inti Gás, do Peru.Veja onde comprar ingressos para Bahia x Nacional, pela Sul-Americana Time chega na encruzilhada entre Brasileiro e Sul-Americana; o que fazer? Libertadores e rebaixamento: confira as chances da dupla BaVi no Brasileirão
"A maior parte da viagem foi de carona. Não contamos com meios suficientes para viajar de avião. Nós só fazemos simplesmente pela paixão, pelas cores do Nacional. Agora temos aqui pelo menos uns 20, 22 torcedores. A expectativa é que até quinta sejamos pelo menos uns 50", explicou Daniel Rojas, que afirmou que essa não é a primeira vez que eles saem da Colômbia para acompanhar o clube.
"Não é a primeira vez que viajamos assim. No ano passado nós fomos para os jogos da Libertadores. Fomos para a partida contra o Peñarol, em Montevidéu, no Uruguai. Depois para Mendoza, na Argentina, nós jogamos contra o Godoy Cruz. Para Santiago, na primeira fase. Depois fomos para Buenos Aires, onde o time foi eliminado. Tudo de carona", disse ele.Dificuldades e ajuda da Bamor - Sem dinheiro para se manter nas cidades por onde o Nacional passa, os torcedores costumam trabalhar vendendo artesanato e até pedindo dinheiro nas ruas. Segundo Daniel, no início a língua portuguesa foi um empecilho para o grupo, mas pela proximidade com o castelhano, idioma utilizado na Colômbia, os torcedores acabaram se acostumando.
"Muitos estão trabalhando. A maioria com artesanato, ou pedindo ajuda na rua. Nós não temos como viajar de avião. Nós saímos da Colômbia em sete de julho. Fomos para o Peru, onde o Nacional enfrentou o Inti Gás, depois para Paraguai, onde enfrentamos o Guarany, e agora estamos aqui para encarar o Bahia. Se a gente passar vamos esperar para saber se vamos para Santiago ou São Paulo. Todos esperamos que seja São Paulo, pela facilidade de viajar. É muito chão até Santiago", brincou Daniel.
Encontrados nas ruas de Salvador, os torcedores do Nacional foram levados para a sede social da Bamor, localizada no centro. Lá eles estão recebendo os cuidados da torcida, além de alimentação. Mas ficam livres para passear pela cidade e vender os artesanatos que produzem.
"Um integrante nosso encontrou com eles na rua e nós trouxemos para cá. Aqui eles tem um lugar para dormir e alimentação. Lá na Colômbia, na partida de ida, nós fomos muito bem tratados pela torcida do Nacional. Nós conhecemos eles, demos entrevistas em rádio, tudo muito legal. Não poderíamos deixar os garotos na rua. Além do intercâmbio cultural que é muito bom", disse Luciano, um dos diretores da Bamor.
Mulheres no grupo - Entre os torcedores do Nacional está a colombiana Marcela S. Ela está na estrada há quatro meses e diz que existe alguns perigos para uma mulher sair viajando de carona, mas o amor pelo Nacional faz com ela supere as adversidades. "É muito perigoso. Primeiro eu olho como é a pessoa mais ou menos, para ver como se comporta, como tratam as pessoas. A educação depende muito de como você trata as pessoa. Mas o maior perigo é que por ser uma mulher muitos acham que se fez um favor precisa ser recompensado", explica Marcela, que sempre viaja acompanhada de seu marido.
Marcela e seu marido estão seguindo o Nacional e pretendem ficar no Brasil para a Copa do Mundo
"Por isso temos que ser sempre claros, explicar que sou torcedora de um clube, que estou viajando para ver meu clube e nada mais. Muita gente interpreta mal, acha que se uma mulher está viajando só eles podem se aproveitar. E a gente não pode deixar que se aproveitem. Temos que tratar sempre com muito respeito para que eles não achem que nós vamos nos deixar ser aproveitadas", explicou a torcedora.
"Em minha casa eu sou a única mulher e meu pai colocou em mim todo o amor pelo Nacional. Eu vou para o estádio, eu conheço a história, os jogadores e quando o Nacional se classificou para um torneio internacional eu avisei: 'Mamãe, o Nacional se classificou, eu já estou olhando os jogos e meu voo sai no dia tal. Tchau, mamãe'. Mas estou sempre em contato com minha família. Vou avisando se o Nacional está ganhando, se está perdendo", disse Marcela. O casal pretende seguir o Nacional, mas garante que estarão no Brasil durante a Copa do Mundo.
* Sob supervisão do editor de Esporte Rafael Sena

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