Bolicenho admite decepção com demissão: "absolutamente surpreso"

Onde o Bahia vai parar? A torcida espera que não seja na Série B. Vice-lanterna do Brasileirão com apenas nove pontos em 12 rodadas, o tricolor, na tentativa de evitar um desastre no final da temporada, promove uma reformulação no departamento de futebol.

Depois do técnico Marquinhos Santos e do gerente Cícero Souza no final de semana, o diretor Ocimar Bolicenho foi demitido na manhã de ontem. Por telefone, o dirigente ainda não havia entendido o motivo. “Estou absolutamente surpreso. Eles só me falaram que haverá uma reformulação total do futebol. Tudo bem, página virada. A vida segue”, lamentou Bolicenho.

O presidente do Bahia, Fernando Schmidt, falou sobre o assunto em nota no site oficial do clube. “Resolvemos promover essa reestruturação aproveitando a chegada do treinador (ainda não anunciado) e o momento vivido pela equipe. Temos potencial para uma campanha bem superior à qual estamos fazendo”.

A nova composição do departamento de futebol poderá ser anunciada hoje. Segundo o Bahia, os substitutos para Cícero e Ocimar estão contratados. Um deles é Marcus Vinicius Beck, que assumirá a gerência de futebol. O profissional de 38 anos já exerceu essa função no Paraná, onde começou a carreira. Entre 2012 e 2013, foi coordenador de futebol do Criciúma, conquistando, além do título catarinense, o acesso à Série A do Campeonato Brasileiro.

Os dois dirigentes serão responsáveis pela contratação do novo técnico já que, a princípio, o vice-presidente Valton Pessoa ficará um pouco mais distante do futebol. O nome de Gilson Kleina ainda é o mais forte, apesar de Enderson Moreira, demitido do Grêmio no domingo, também agradar.

O ex-diretor Ocimar Bolicenho confirmou as negociações avançadas com Kleina, demitido do Palmeiras em maio. “Negociei com Kleina o tempo inteiro. Foram várias ligações e estávamos perto de chegar a um acerto. Nos falamos bastante no domingo e depois passei os detalhes financeiros para Valton”, revelou Ocimar. Resta saber se a saída do diretor significa uma mudança de direção.

Francis Melo, empresário de Enderson Moreira, negou ter feito qualquer contato com o Bahia, apesar de deixar as portas abertas. “Posso te garantir que ninguém do Bahia me ligou. É só especulação. Sou assessor de Lincoln, que joga aí, tenho uma boa relação com Valton (Pessoa), mas não fui procurado”, contou ele. “Enderson vem fazendo bons trabalhos há três anos. Ele está tranquilo. Nesse momento, só vai aguardar mesmo a movimentação do mercado”.

Márcio Araújo, que conseguiu o acesso na Série B de 2010, também apareceu na lista, só que com menos força e não deve vir. Sem trabalhar desde 2011, o treinador ficou animado em voltar ao Esquadrão. “Hoje, pelo que acompanho, percebo que a prioridade do Bahia parece ser o Gilson Kleina. Mas, no que depender de mim, tenho total interesse em voltar. Por enquanto, entre mim e o Bahia, ainda não houve contatos”, afirmou ao site Bahia Notícias. Opinião no iBahiaFC: "Quem entende de futebol?"

Clima tenso - Enquanto isso, no Fazendão, o ambiente continua pesado. Ontem, antes do treino começar, os muros do CT foram pichados com frases como “Acabou a paz” e “Vergonha!”. Depois da atividade, comandada por Charles Fabian, campeão brasileiro em 1988 e que estava à frente do time sub-20, alguns jogadores foram hostilizados. O carro do atacante Maxi Biancucchi, inclusive, foi apedrejado. Apesar do ocorrido, o argentino não quis comentar o assunto.

O interino Charles Fabian falou sobre como os jogadores receberam a notícia da reformulação no departamento de futebol. “Por toda mudança e, da forma que foi feita, alguns tomam um susto. Quando você chega no clube e vê que a parte que comanda o futebol saiu, realmente os jogadores tomam susto”. Matéria original: Jornal Correio* Ocimar Bolicenho admite decepção com demissão: "Estou absolutamente surpreso"