Pela primeira vez desde Sydney-2000, a seleção brasileira masculina de vôlei não subirá no pódio. Enfrentando novamente a Argentina em Tóquio, os adversários conseguiram dar o troco e devolver o resultado de 3 sets a 2 da fase de grupos, conquistando o bronze pela segunda vez, suas únicas medalhas na História dos Jogos. A primeira tinha sido justamente contra o Brasil, em Seul-1988 — e pelo mesmo placar.
Apesar de uma leve vantagem brasileira nas Olimpíadas, que segue mantida (5 a 4), os argentinos mostraram muita determinação, dispostos a voltar ao pódio olímpico após mais de 30 anos. O favorável histórico recente do Brasil foi outro fator que pode ter incentivado a Argentina. Nos últimos três jogos olímpicos entre as duas seleções — fase de grupos em Tóquio, quartas da Rio-2016 e de Londres-2012 —, deu Brasil. Os argentinos não venciam os rivais na competição desde Sydney-2000.
O Brasil conquistou ouros e pratas em sequência desde 2004. Dois ouros contra a Itália (Atenas-2004 e Rio-2016) e duas pratas, uma após perder para os Estados Unidos em Pequim-2008 e Rússia em Londres-2012.
O bronze, no entanto, nunca tinha chegado para os brasileiros na História da modalidade, o que foi mantido em Tóquio.
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Na disputa do bronze em Tóquio, a Argentina se manteve boa parte do primeiro set na frente, com grande atuação do ponteiro Facundo Conte, que foi o maior pontuador da parcial. Os brasileiros chegaram a esboçar uma reação, diminuindo a vantagem, mas a Argentina fechou o placar em 25 a 23.
A fome não era à toa. A Argentina buscava voltar ao pódio. A única medalha que os argentinos haviam conquistado foi há mais 30 anos.
No segundo set o Brasil passou a incorporar outro espírito, fazendo inclusive seu primeiro ponto de bloqueio e exibindo mais vontade. A parcial foi novamente disputada, com o Brasil conseguindo uma folga maior no fim, quando abriu três pontos, com 20 a 17. O fim do set seguiu com um pouco mais de tranquilidade para o Brasil, chegando a abrir cinco pontos de vantagem, quando fechou em 25 a 20 a segunda parcial.
A segunda etapa também tinha uma outra boa notícia para o Brasil, que não chegava a ser novidade. Douglas, com sete pontos, encostou nos maiores pontuadores da partida, apesar de não ter começado jogando.
No terceiro set, o Brasil começou mal, com a Argentina tomando uma boa liderança. Mas durante a metade da parcial, a seleção brasileira foi conseguindo tirar aos poucos a vantagem, empatando em 10 a 10 com o seu maior pontuador na partida, Wallace. A Argentina voltou à frente, mantendo uma liderança curta, mas o retorno de Leal à quadra teve efeito imediato.
Ele marcou o segundo ace brasileiro, virando o jogo para o Brasil, 17 a 16. Como no segundo set, o Brasil voltou a impor vantagem no final e repetiu o placar: 25 a 20, com bloqueio de Wallace no último ponto.
Mais uma vez, apesar da vantagem brasileira nos sets pela primeira vez na partida, a Argentina começou melhor o quarto set, chegando a ficar na frente como uma vantagem de oito pontos, com 15 a 7. Parecia que o Brasil havia sofrido um apagão, enquanto os adversários passeavam em quadra. O resultado ilustrou o ocorrido: 25 a 17 para os argentinos.
O tie-break começou justamente como o set anterior, com a vantagem dos argentinos, chegando a abrir 4 a 1, ampliando depois, apesar de erros de saque, aumentando para 7 a 3. A entrada de jogadores como Alan e Cachopa, que até fez ponto de bloqueio, conseguiu apertar o placar, e até empatar com um ace de Lucarelli em 12 a 12. A Argentina, no entanto, voltou a liderar e pegou o bronze ao fechar o placar em 15 a 13.
— Não pode tirar o mérito deles [Argentina] de maneira nehuma, equipe com volume de jogo impressionante. No momento que eles nos colocaram em dificuldade, o time ficou tenso e a gente nao consegiu botar o nosso voleibol — reconheceu o treinador Renan Dal Zotto após o jogo ao SporTV. — O mais importante é que houve uma entega de 100% de todos. Mas não foi o suficiente. O time da Argentina jogou muito bem.
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Redação iBahia
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