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Capitão do tri critica jogadores da Seleção: "não estão nem aí"

Ex-lateral dispara contra estilo e profissionalismo dos atletas convocados por Dunga e pede mudanças

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29/06/2015 às 10:55 • Atualizada em 02/09/2022 às 0:07 - há XX semanas
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Óculos, roupas de grife, boné ou capuz, agasalho, fone de ouvido e brincos. Tudo da moda e, muitas vezes, extravagante. Você provavelmente deve estar pensando em um modelo ou um artista, mas estamos falando dos jogadores de futebol. Hoje em dia é praxe, principalmente no Brasil, a boleirada se vestir de forma diferenciada. Já não é muito difícil identificar um atleta do ramo. Desde as divisões de base, os garotos estão vislumbrando carrões, fama, perfumes importados e lindas mulheres. No entanto, com o futebol pouco vistoso e o insucesso da Seleção Brasileira em algumas competições, já há quem credite as derrotas ao comportamento extracampo dos protagonistas nos gramados.
Carlos Alberto Torres, o "Capita", criticou modo de se vestir dos jogadores
Após mais uma derrota do Brasil para o Paraguai nos pênaltis, que culminou em outra eliminação da Copa América, o capitão do tricampeonato mundial da Seleção, Carlos Alberto Torres, criticou duramente a geração atual. Após ver o atacante Roberto Firmino, recém-contratado pelo Liverpool, e o meia Willian, do Chelsea, dando entrevistas para explicar a derrota do último sábado (27) usando capuz e óculos escuro, respectivamente, o ex-jogador se revoltou. Em participação no programa "Troca de Passes", do canal fechado SporTV, o Capita atribuiu os resultados negativos ao descaso com que os boleiros brasileiros encaram a Seleção. Para ele, isso estaria afetando também o respeito dos estrangeiros com a amarelinha. "Quando você tem um time mais ou menos, você diz: 'esse eu posso até ganhar'. Vocês entendem isso? É o caso do Brasil hoje. Quando o Neymar joga, as esperanças são maiores, porque o moleque é bom para burro e, de repente, ele vai lá e decide o jogo numa jogada individual. Agora, a Seleção Brasileira de hoje não inspira confiança a quase ninguém. Quem conhece bem o futebol, sabe. A gente diz sempre aqui: não pensem que a Seleção Brasileira está no caminho certo para ganhar uma Copa do Mundo, porque não está não. Tem muita coisa errada", iniciou. "Tem gente diz que é conservadorismo e não sei o que, mas eu vi um garoto desembarcando em São Paulo... Pô, aquilo não é jogador de Seleção Brasileira. Aquilo é jogador de pelada! O cara de capuz na cabeça. Aí você vê o Uruguai, que foi eliminado... Todo mundo de terno e gravata. Não interessa se é o estilo de hoje. Eles vão para a Europa e você vê Neymar, todo mundo desembarcando de terninho e gravata, tudo bonito, respeitando à instituição. Aqui os caras não respeitam mais a Seleção Brasileira. Não vamos defender o que está errado. Vamos gritar para mudar, senão vamos continuar perdendo e todo mundo vai dizer: 'ah, vamos ganhar'. Não vamos! Desse jeito o Brasil não ganha nada", esbravejou.
Willian, Thiago Silva e Roberto Firmino em entrevistas após eliminação da Copa América
O ex-jogador também cobrou mudanças da CBF, que aparentemente não cobra seriedade no modo de se vestir dos atletas. De acordo com Carlos Alberto Torres, os jogadores sequer ligam para o resultado obtido com a camisa da Seleção, pois a maioria é paga por clubes europeus. "Porquê a CBF não começa a mudar? Tem que mudar essa coisa de cultura também. Começa dali. Aí é que você vê se o jogador está com cabeça para servir a nossa Seleção ou não. Os caras não estão nem aí! Não tem ninguém aí! Perdeu, está tudo bem, porque eles vão embora. Ninguém tem que encarar torcedor no próximo domingo, no Maracanã", desabafou, antes de enaltecer o profissionalismo dos estrangeiros e pontuar que os atletas não precisam mais da amarelinha para conseguirem um bom contrato fora do país. "Eu, mais ou menos, conheço futebol e comportamento de jogador. Eu joguei aqui e joguei no exterior. No exterior, os caras são profissionais, iguais aos jogadores da Seleção, que quando chegam lá, são todos profissionais. Chegou aqui no Brasil, é oba-oba e aí não ganham nada. Estão há muito tempo sem ganhar nada e enquanto a gente não tiver peito de começar a mudar comportamento de jogador extracampo, não vamos ganhar nada. A gente leva esse comportamento de fora para dentro do campo. Os caras não estão nem aí se o Brasil vai ganhar ou não. Antigamente o jogador brasileiro dependia da Seleção para fazer um bom contrato. Hoje os caras não estão nem ligando, porque estão jogando lá fora. Se perdeu, 'que se dane! Eu não preciso da Seleção para ganhar nada. Não preciso ganhar campeonato, Copa América, Copa do Mundo, porque eu tenho um belo contrato aqui", disparou. Por fim, o Capita disse que, tecnicamente, o Brasil não está longe dos adversários, mas voltou a bater na tecla do profissionalismo para que o time verde e amarelo volte a ser respeitado dentro das quatro linhas. "Enquanto a gente não mudar, vamos continuar nesse lenga-lenga. E nós vamos continuar 'agora vai, não vai, vai'. É oba-oba, nego descendo de helicóptero na concentração. Ah, todo mundo com o negócio aqui (sinal para o fone de ouvido). Nós vamos para o campo sem pensar no jogo. Não estamos tão longe dos caras, tecnicamente. Agora, tem que mudar. Os caras lá fora são profissionais. Nós aqui, não somos não", finalizou.

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