Cientistas internacionais publicaram uma carta aberta, destinada à Organização Mundial de Saúde (OMS), na qual sugerem o adiamento ou até a mudança da sede das Olimpíadas de 2016 por conta dos casos de zika no Brasil. O documento, assinado por 150 especialistas de dezenas de países, alerta para os riscos de realizar a competição internacional no Rio de Janeiro após a epidemia do vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. A carta lembra o número elevado de turistas esperados no Rio durante os Jogos Olímpicos e mostra preocupação com o risco do vírus se espalhar para diversas partes do mundo, transformando-se em uma questão global Ainda de acordo com o documento, o Rio de Janeiro é uma das cidades mais atingidas pelo zika, apesar das tentativas de controlar sua disseminação. Os pesquisadores argumentam que o vírus zika pode trazer consequência sérias aos indivíduos, como microcefalia e a síndrome de Guillain-Barré. A conclusão é que "realizar as Olimpíadas na presença do vírus é um risco desnecessário", com a recomendação de que os Jogos sejam adiados ou transferidos a outro país, o que também ajudaria, na visão dos cientistas, a "reduzir o impacto de outros riscos trazidos pela histórica turbulência na economia e no governo brasileiros". O documento é assinado por 150 cientistas, de países como EUA, Canadá, Japão, Turquia e Índia. A única signatária do Brasil é Débora Diniz, professora da Universidade de Brasília (UnB) e pesquisadora da Anis - Instituto de Bioética. ZIKA GERA PREOCUPAÇÃO EM ATLETAS Segundo os cientistas, um "conflito de interesses" vem impedindo a OMS, que montou parceria com o Comitê Olímpico Internacional (COI), de tomar uma posição mais firme em relação aos Jogos Olímpicos de 2016. A carta lembra que muitos atletas já manifestaram preocupação em vir ao Brasil para a Rio-2016 devido aos casos de zika. Em fevereiro, a nadadora espanhola Mireia Belmonte, prata em Londres-2012, anunciou que não participará dos Jogos do Rio caso considere que sua saúde está em perigo. Já uma empresa australiana pretende desenvolver camisinhas anti-zika para os atletas do país que participarem das Olimpíadas. No início deste ano, Richard Budgett, diretor médico do COI, descartou um adiamento ou cancelamento dos Jogos por conta do vírus, e garantiu que o comitê trata a saúde dos atletas como prioridades.
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Redação iBahia
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