Indiretamente imprevisível. A promessa de um estatuto mais democrático, com eleição direta, não aconteceu. Porém, não significa que as eleições rubro-negras de dezembro não serão ferrenhamente disputadas. E uma caixinha de surpresas. Ao contrário das últimas três escolhas para presidência do Vitória, o pleito para o triênio 2017-2019 não será decretada por aclamação. Desta vez, o atual presidente Raimundo Viana terá que disputar a reeleição com outras duas chapas que já anunciaram a pré-candidatura.
Viana terá que enfrentar duas vertentes. A chapa “Vitória de Todos Nós” é composta, em sua maioria, de desertores da atual gestão. A outra, intitulada “Vitória do Torcedor”, é uma união entre grupos independentes de torcedores, que até então estavam fragmentados. Grupos como Vitória Livre, que briga especificamente pela democratização do clube, além da Frente 1899 e Vitória de Primeira fazem parte desta empreitada.
Com as oposições articuladas, a situação ainda não se pronunciou sobre a eleição. Com o time na zona do rebaixamento do Brasileirão, Raimundo Viana escapa do assunto. “Não defini ainda sobre a possibilidade de reeleição. A única coisa que pretendo ganhar agora são pontos suficientes para não sermos rebaixados. Não penso em eleição agora, posso te adiantar isto”, afirmou Viana. O seu vice, Manoel Matos, já pontuou que não pretende mais concorrer a nada no Vitória.
O pré-candidato a presidência do “Vitória de Todos Nós”, Ricardo David, acredita que o racha no Conselho Deliberativo se deve ao que enxerga como poder ilimitado de Manoel Matos no Vitória. Ricardo foi diretor de marketing de Viana até outubro do ano passado, quando saiu sem justificar publicamente na época.
Agora, como nova oposição, relata que já não se entendia mais com Manoel Matos. “Na época estávamos bem, brigando pelo acesso. Por ética, preferi sair sem provocar estardalhaço. Sai por incompatibilidade com o vice-presidente (Manoel Matos). Ele é partidário de modelos gerenciais autoritários e eu venho de uma escola mais participativa e democrática”, afirma o pré-candidato. O pré-candidato a presidência do Conselho Deliberativo da chapa é o atual presidente do Conselho Fiscal, Cristóvão Rios, com o conselheiro Nilton Almeida como seu vice.
Composta em sua essência por torcedores de arquibancada, como pregam seus líderes, a chapa “Vitória do Torcedor” lança sua candidatura nesta semana, com data ainda indefinida. Apoiado por alguns conselheiros que fazem oposição à diretoria, a chapa acredita que será a única com verdadeira característica de oposição aos gestores atuais.
“Somos feitos genuinamente com torcedores que querem mudanças no clube. A outra chapa não é oposição. É apenas uma dissidência da situação. Temos a relação dos sócios para concorrer ao Conselho pronta. Não definimos ainda nosso candidato para presidência, pois estamos agora centrados na formação do Conselho Deliberativo.
No voto indireto, o que mais importa agora é a formação do Conselho, que escolhe quem será o presidente”, explica o sócio Felipe Ventin, um dos idealizadores do Vitória Livre, que prega a democratização do clube. A chapa conta com apoio de conselheiros como o ex-presidente Ademar Lemos, Fábio Mota e Antônio Carlos Rodrigues, mais conhecido como Cacau, ex-diretor jurídico do clube.
Nas duas chapas formadas, o que mais chama atenção é a promessa de campanha semelhante. Ambos pregam a reformulação do estatuto como prioridade, abraçando o voto direto. A chapa “Vitória do Torcedor” ainda assegura que, caso eleita, será convocada uma assembleia geral para a escolha do novo estatuto no prazo máximo de três meses após a posse. Ambos criticam o projeto da Arena Barradão, mas também prometem modernização do estádio, além de reformulação das categorias de base, Conselho Deliberativo proporcional e transparência financeira.
A comissão eleitoral tem até o dia 10 de novembro para abrir o período de homologação das chapas que pretendem concorrer ao pleito. No sistema de voto indireto, a decisão na escolha do presidente do Vitória é secundária em relação à escolha da chapa composta por 270 conselheiros. Os sócios votam na chapa, que será escolhida integralmente, sem proporcionalidade de voto. Em seguida, os conselheiros eleitos votam no candidato à presidência. Obviamente, eles escolherão o candidato próprio. Ou seja: o conselho campeão leva, de brinde, o presidente do Vitória.
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Redação iBahia
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