Não há diferença entre ver um jogo do Vitória ou ouvir Pablo enquanto sofre pela mulher amada. É uma sofrência sem fim. Sai Tiago Real, entra David, sai Cárdenas, entra Serginho, mas o time continua sem poder de reação. Neste domingo, o Leão perdeu do Cruzeiro, por 1x0, no Barradão. Com a quarta derrota seguida na competição, a Série B é a única coisa que a torcida consegue enxergar no fundo do túnel. O grito de “Ão ão ão, segunda divisão” ecoou no estádio gritado pela própria torcida rubro-negra.
O resultado deixa o Vitória em 17º lugar, na zona de rebaixamento, com 35 pontos. São dois pontos de desvantagem para o 16º colocado, que no momento é o Coritiba (está perdendo do Fluminense por 1x0), mas pode ser o Sport ao fim da 32ª rodada. Seja qual for, terá 37 pontos.
Mesmo sem peças de confiança para um esquema com três atacantes, o técnico Argel Fucks insistiu no esquema 4-2-3-1, procurando desesperadamente um substituto para o machucado Marinho. Contra o Cruzeiro, David foi a cobaia e, assim como Tiago Real, não deu certo.
No meio, a escolha de Serginho também não rendeu. Nos treinos durante a semana, Serginho se destacou, mas no jogo mal conseguia dominar a bola. Com a metade do time reserva, o Cruzeiro começou melhor, com o uruguaio Arrascaeta se destacando.
Após pressão cruzeirense até os 25 minutos, o Vitória acordou e chegou perto do gol em duas oportunidades. Na primeira, após lançamento na área, Kieza quase marcou de cabeça. Na segunda, David invadiu a área e bateu cruzado, mas a bola acabou esbarrando na zaga.
No meio, apenas José Welison parecia lúcido. Por pouco não marcou o gol após cobrança de falta. Organizado, o Cruzeiro jogava no erro do Vitória. Aos 39 minutos, a limitação rubro-negra mais uma vez causou consequências desastrosas. Arrascaeta cobrou escanteio, Ariel Cabral apareceu livre no primeiro pau e cabeceou de peixinho. Foi o primeiro gol do volante argentino no Campeonato Brasileiro.
Os 27 mil pagantes, empurrados pela promoção de ingresso, observava o Vitória apático, sem demonstrar poder de reação. No segundo tempo, uma ponta de esperança. Aos 10 minutos, Léo derrubou Kieza, interrompendo um contra-ataque que terminaria com o camisa 9 rubro-negro na área adversária. Como já tinha cartão amarelo, acabou expulso. Para completar, o técnico Mano Menezes tirou Arrascaeta ao recompor a zaga. Faltava agora o Vitória se ajudar na tentativa de uma virada no placar.
O Leão até atacava, mas, sem organização, apenas mandando bola na área na esperança de uma cabeça salvadora. Zé Love tantava cavar pênalti, o juiz não ia dele. O Cruzeiro nem precisava se esforçar muito em se defender. Sem organização, o Vitória não parecia estar com um jogador a mais.
Aos 28 minutos, Willian Farias quase marcou de cabeça. Foi a melhor chance na etapa final. Aos 38 minutos, o balde de água gelada. Kieza sofreu pênalti e, na cobrança, o goleiro Rafael defendeu o chute de Cárdenas. Foi o terceiro pênalti perdido seguido do Vitória.
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Redação iBahia
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