O hobby ficou mais caro. Quem quiser completar o álbum da Copa do Mundo do Catar terá que gastar, no mínimo, R$ 536. O valor refere-se ao custo para se adquirir 670 figurinhas, a quantidade de cromos diferentes existentes. No entanto, para conseguir a “façanha” o colecionador precisa de sorte e muito poder de convencimento.
Isso porque, ao adquirir “apenas” 670 figurinhas, o colecionador certamente terá diversos cromos repetidos, o que significa que faltarão algumas para realizar o sonho do álbum completo — a possibilidade de se conseguir apenas por meio dos pacotes comprados é extremamente remota. Outra importante aliada são as tradicionais trocas com outras pessoas, mas a dificuldade em se encontrar determinadas figurinhas (como as raras e as especiais) será muito grande.
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"Ao todo, o álbum tem 670 figurinhas, cada pacote vem com 5 figurinhas e custa R$ 4,00. Logo, se não houver figurinhas repetidas ou se o colecionador for extremamente eficiente e conseguir trocar todos os cromos repetidos, teremos 670 figurinhas divido por 5, que dá 134 pacotes de figurinhas. Com R$ 4,00 o preço de um pacote, chegamos aos R$ 536, o valor mínimo que um colecionador vai desembolsar", explica o professor Gilberto Braga, da faculdade de economia do IBMEC.
Segundo Augusto Teixeira, especialista em probabilidade do Instituto de Matemática Pura e Aplicada, os chamados modelos preditivos (função matemática que pode ser aplicada a uma grande quantidade de dados soltos) não são capazes de capturar com precisão qual será o fator de raridade de determinados cromos. Obter essas figurinhas classificadas como difíceis depende da lisura de quem está trocando e de uma distribuição logística honesta pela editora responsável pelo álbum, impedindo que algumas figurinhas fiquem restritas a determinadas regiões.
"O custo adicional tende a ser uma variável dependente do grau de dificuldade em se obter as figurinhas especiais e raras e do grau de ansiedade do colecionador. Há modelos matemáticos e estatísticos que simulam esse cálculo, mas na prática, depende da real impressão e distribuição desses cromos mais difíceis pela editora", conta.
Por conta disso, os pontos de troca são a principal saída para conseguir as figurinhas restantes. Há também a possibilidade de negociação pela internet, mas o custo e os riscos de fraude e de falha dos correios tende a desestimular muito o uso desse recurso, segundo Teixeira.
"Figurinhas classificadas como especiais e raras não são impressas com a mesma quantidade que as normais, razão pela qual costuma-se acumular uma quantidade de cromos repetidos quando se está perto de completar o álbum. Por isso, o custo para fechar a coleção é usualmente superior a R$ 536,00, posto ser improvável que o colecionador obtenha a eficiência máxima na troca das figuras repetidas", completa Teixeira.
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Agência O Globo
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