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No Dia dos Namorados, o coração de Hamilton Calabrich Filho está dividido. Seus dois amores se enfrentam hoje, na Arena Corinthians, em São Paulo. Brasil e Croácia abrem a Copa do Mundo, às 17h. Ele é brasileiro, mas... “Quem é descendente de croata, é croata”, resume o antiquário, de 60 anos. “Um empate seria melhor, tranquilizaria muito mais o meu coração”, diverte-se. Confira aqui as principais notícias de Copa do Mundo
Hamilton é neto de croata. Seu Simeone Calabrich chegou ao Brasil em 1921, logo após a Primeira Guerra Mundial. Deixou a pequena ilha de Krapanj, onde nasceu, na Croácia, e veio sozinho para o Brasil em busca de emprego. Ao contrário da maioria dos croatas que viajaram com ele, não quis ficar em São Paulo e decidiu vir para a Bahia. “Ele falava com sotaque e era um cara durão, bem fechado”. Mas aqui em Salvador se rendeu aos encantos de dona Marialva, por quem se apaixonou, casou e conviveu até ficar viúvo. A união dos dois gerou seis filhos. O pai de Hamilton era o primogênito.
Depois que conheceu as maravilhas da Bahia, seu Simeone nunca mais retornou para a Croácia. Morreu aqui, em agosto de 1979, aos 79 anos. A escolha de Praia do Forte como sede da seleção croata durante a Copa do Mundo fez Hamilton estreitar ainda mais os laços com a terra natal do avô. “Foi um resgate da história da minha família. Já programei uma viagem pra lá esse ano, inclusive pra conhecer a ilha onde meu avô nasceu”, diz Hamilton, que fala inglês, francês e agora pretende também croata. “É uma língua que ninguém fala, por isso nunca quis aprender, mas essa vinda deles pra cá despertou muita coisa em mim”.
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Hamilton também se aproximou muito da delegação croata que está em Praia do Forte. Na semana passada, visitou o centro de treinamento, conheceu os jogadores, a comissão técnica e ainda acompanhou um treino fechado. “Eles treinaram muito posse de bola, combate, desarme. Têm uma defesa muito forte”, revela. “Por isso, não será uma surpresa pra mim se o jogo contra o Brasil for empate”, opina. E não é que deu uma forcinha bem baiana pra que isso aconteça? Hamilton levou o embaixador croata, Drago Stambuk, para amarrar umas fitinhas vermelha e branca na Igreja do Senhor do Bonfim. “Foram benzidas pelo padre. Ele achou muito interessante”.
O brasileiro também teve a honra de bater um papo com Davor Suker, eleito pela FIFA terceiro melhor jogador do mundo em 1998 e artilheiro da Copa do Mundo da França naquele ano, com seis gols. Ele liderou a Croácia na melhor campanha que o país fez em um mundial, quando ficou em terceiro lugar. “Conheci ele em Praia do Forte e vou presenteá-lo com uma foto de Pelé de 1958. Ele me disse que quer colocar na parede da Federação Croata de Futebol”, conta. A Croácia foi eliminada na primeira fase nas outras duas vezes em que disputou o mundial, em 2002 e 2006. Na última participação, enfrentou o Brasil e foi derrotada por 1x0, com gol de Kaká.
Hamilton acredita que a seleção croata vai mais longe dessa vez. “Eu fui para o amistoso contra a Austrália, em Pituaçu, foi a primeira vez que vi a seleção de perto. O jogo foi morno, mas me impressionou a tranquilidade do goleiro Pletikosa e a categoria de Sammir, é um cara que vai dar trabalho”, avalia, com o coração dividido. “Sou brasileiro e minha história é aqui, por isso, vou torcer mais para o Brasil, mas confesso que não vou vibrar muito, pois minha segunda seleção do coração é a Croácia. Acho que os dois que passam do grupo são Brasil e Croácia. Os dois têm time pra isso”, vibra. Matéria original: Jornal Correio* Croata baiano, torcedor fala sobre coração dividido na Copa do Mundo
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