Quando o torcedor do Bahia soube que Marcelo Lomba voltaria ao tricolor no início do ano, as reações foram
divididas. Apesar de aprovarem o retorno do goleiro, que estava em destaque nacional por causa da bela passagem pela Ponte Preta, alguns torciam o nariz diante do silêncio do jogador, que não declarava publicamente o desejo de voltar a vestir a camisa vermelha, azul e branca e ao mesmo tempo negociava para seguir no time paulista. Com ar desconfiado e preocupado em não se indispor com tricolores nem alvinegros, Lomba decidiu se calar. Ontem, também sem dizer uma única palavra, ele mostrou: voltou de corpo e alma, disposto a continuar a história iniciada em 2011. Apesar do gol de Juninho, do esforço de Hernane e da boa atuação de Feijão em seu surpreendente retorno, o nome do jogo foi Lomba, com seu vasto repertório: defesas simples, espetaculares, rasteiras e também um toquinho milagroso salvaram o Bahia da derrota e garantiram a vitória por 1x0 diante do Santa Cruz, no Arruda, em Recife. Assistir ao desempenho de Lomba em campo lembrou aquele goleiro de 2013. Festejado, recepcionado em aeroporto, celebrado. Ídolo. A mágoa de 2014, quando alguns torcedores chegaram a comemorar o empréstimo dele à Ponte Preta e o goleiro deixou Salvador por não aguentar mais o desgaste da relação, passou. Como em qualquer relacionamento em crise, ele precisava “dar um tempo”, respirar. O tempo foi dado e o goleiro soube aproveitar. Brilhou, foi um dos melhores goleiros do Brasileirão no ano passado. Provou que tem talento e que merece ser valorizado por isso. Do lado de cá, a diretoria tricolor assistia a tudo. Percebeu que não valia a pena julgar quatro anos de trabalho por alguns vacilos, mesmo que tenham custado caro. Um ano sem Lomba foi suficiente para o Bahia ver que, apesar de contar com jovens promissores como Douglas Pires e Jean, era necessário ter um paredão. Na estreia tricolor na Copa do Nordeste, Lomba mostrou que é esse paredão. E além de bom goleiro, é um líder. Não se contenta com pouco, não gosta de perder, quer participar do Bahia dentro e fora das quatro linhas. Veste a camisa. Ontem, não teve espaço para falhas. Lomba não parece insatisfeito nem de birra por ter sido forçado a voltar para Salvador. Ele é do Bahia, pelo menos até o fim de 2017, e já está convocando o torcedor para o próximo jogo, contra a Juazeirense, na Fonte Nova. “Fala, nação tricolor. Estamos juntos aí quinta-feira. Abraço”. Chamado do paredão, direto dos vestiários do Arruda.
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