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Entrevista: Ronei Carvalho promete reformulação total

Presidente da Terror Tricolor promete Bahia diferente do da atual gestão caso seja eleito

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09/12/2014 às 14:13 • Atualizada em 01/09/2022 às 23:03 - há XX semanas
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Ronei Carvalho, 39 anos, é presidente da torcida organizada Terror Tricolor. Pela primeira vez tenta chegar à presidência do Bahia. Confira a entrevista com o candidato:
Por que você se sente capaz de ser presidente do Bahia?
Porque vim da arquibancada para representar o torcedor, que é o verdadeiro dono do clube. Estamos cansados de promessas, mentiras, de ver o clube passar por humilhações. Sou líder de torcida há 10 anos e há quatro tenho um grupo de estatística que acompanha os jogadores das séries A e B. Não adianta contratar o melhor diretor de futebol, diretor financeiro, diretor jurídico, se o presidente não entende de futebol.
Qual a primeira medida que vai tomar caso seja eleito?
Resgatar a grandeza do Bahia, da sua marca. Precisamos fazer um trabalho de desenvolvimento de gestão com o sentimento de torcedor e o profissionalismo de gestor. O Bahia não é cabide de emprego. Não posso colocar um amigo para ter cargo, tem que ser profissional. Todos os clubes que trabalham dessa forma, com cabide de emprego, estão nas séries B ou C.
Como será a composição da sua diretoria? Já tem nomes?
Já temos o diretor de futebol, inclusive falei em alguns sites desde o dia 26 de novembro que seria César Sampaio. Ele foi injustiçado no Palmeiras, saiu por briga de Felipão com os jogadores. Agora no Joinville soube administrar a perda de Jael. Teria um diretor, um gerente e um superintendente. O nome do departamento de marketing é Marco Antônio. Já temos três empresas conversadas: um banco privado, uma construtora e uma distribuidora de carne.
O que você considera negativo na gestão atual? E o que pretende manter?
Tudo é negativo. O Bahia teve a pior gestão dos últimos anos. Conseguimos o terceiro título que foi a democracia e, pela nossa carência, acreditamos nas palavras deles. Mas o Bahia serviu para ser cabide de instituição política. O maior erro foi o futebol. O torcedor quer título. Não tem nada que eu queira manter.
Qual o perfil de contratações que irá buscar?
A gente precisa de um gestor que, preferencialmente, seja ex-jogador de futebol, com perfil de profissional respeitado, que conheça o interior para que possamos trazer talentos. Tenho uma lista de jogadores para trabalhar também. Caso eleito vou trabalhar com a base: Bruno Paulista, Pará, Lourival, Rômulo... Tem jogadores que acho que devem ficar, como Lucas Fonseca e Guilherme Santos, e outros que não têm condições de ficar no clube, não pela parte técnica, mas porque o torcedor não quer mais, como Titi, Fahel e Lomba. Temos que trabalhar com um teto salarial de R$ 100 mil.
O que pretende fazer para aumentar a receita do clube?
Precisamos fazer uma reformulação total no departamento de marketing. O Bahia perdeu R$ 5,5 milhões com os patrocinadores que saíram. A marca do Bahia é muito grande, tem que captar recurso. Outra forma é o sócio torcedor, mas que precisa melhorar. No nosso plano, vamos criar o “sócio nota 10”: vamos colocar 50 mil pessoas em seis meses a R$ 10. Só para dar um impacto para reaproximar o torcedor. Precisamos colocar entre 80 a 100 mil sócios em três anos. Qual Bahia você enxerga nos próximos três anos?
Um time digno, que traga prazer para o torcedor. Precisamos ter um projeto de transparência com as contas do clube. O torcedor precisa saber para onde vai o dinheiro, quanto gasta, quanto ganha. O Atlético Mineiro já faz isso. Se não for profissional, vamos continuar na mesmice dos últimos 20 anos.
Como vai ser a sua relação com as torcidas organizadas?
É necessário ter a torcida organizada no estádio. Imagine a Fonte Nova ou o Barradão sem as organizadas? Vai ficar parecendo um cemitério. Então tem que ter torcida organizada. Acho que as torcidas de hoje já são empresas e não precisam do clube. Vendem seus próprios materiais e se sustentam. O Bahia precisa da imprensa e do torcedor.
Você disse que o Bahia não terá jogadores com salário superior a R$ 100 mil. E os que já estão no clube, o que vai fazer?
Vamos renegociar ou emprestar. Hoje existem clubes como o Goiás, o próprio Vitória, que têm teto salarial. Para isso tem que fazer uma divisão de base forte, com olheiros e observadores que resgatem talentos para que a base gere receita, como foi o caso de Talisca. O Goiás e o Atlético Paranaense têm muitos jogadores da base, assim como o Bahia campeão brasileiro em 1988 e o Vitória vice-campeão em 1993.
Como você acha que vai ser a repercussão diante das torcidas organizadas após a eleição?
A organizada tem o intuito de ajudar o clube. Andrés Sanchez, que foi o maior presidente do Corinthians, veio da Camisa 12, uma organizada. Roberto Monteiro foi o segundo mais votado nas eleições do Vasco e também veio da arquibancada. Tive apoio de membros das outras torcidas. Estamos conseguindo construir uma nova imagem das torcidas organizadas.
Correio24horas

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