A série de entrevistas com os candidatos à presidência do Bahia apresenta hoje Antônio Tillemont e Marcelo Sant’Ana. Tillemont, 54 anos, é radialista e ontem ganhou o apoio de Ronei Carvalho, que retirou a candidatura. Confira:
Por que você se sente capaz de ser presidente do Bahia?Eu ganhei uma certa experiência ao longo dos meus quase 40 anos no meio do futebol, 21 anos com empresa e 38 anos como adialista. O gerenciamento de empresa é tipo clube. Chegamos a ter 120 jogadores. Nem toda empresa tem esse potencial, mas a nossa chegou ao ponto de parecer um clube, com profissional e divisão de base.
Qual a primeira medida que vai tomar caso seja eleito?Atacar o departamento de futebol. O tempo é curto. Pretendo no domingo, caso eleito, já anunciar o treinador. O gestor de futebol, não tenho pressa, pois acho que posso exercer num primeiro momento. Quero um gestor do Cruzeiro, o Valdir Barbosa, mas não sei como vai ficar após a ida de um diretor deles pro Palmeiras.
Como será a composição da sua diretoria? Já tem nomes?Dependo do Cruzeiro para ver o Valdir. O Bahia precisa de uma profissionalização de gestão. Tem que fazer uma candidatura livre, sem estar amarrado a Deus e ao Diabo, para poder demitir em caso de incompetência. Contratar profissionais para cada área. Especialista de marketing, gestão financeira, social.
O que você considera negativo na gestão atual? E o que pretende manter?A gestão atual pecou no futebol. É preciso de alguém que conheça o mercado, ainda mais numa Série B. Acho que algumas coisas avançaram, mas não tanto como ouço falar. Arrumou a parte financeira. Será? Tenho convicção que melhorou, mas teve salários atrasados. Corinthians e Flamengo podem errar, ganham R$ 110 milhões da TV. Quem ganha R$ 35 milhões não pode errar. O Bahia precisa de reformulação geral.
Qual perfil de contratações irá buscar?Nesse primeiro momento o Bahia precisa de um especialista de Série B. Técnico que vivencie a Série B, até pelas condições financeiras. Não adianta trazer jogadores altamente técnicos. É um campeonato diferente da Série A, gramados ruins, por isso eu prego que o Bahia precisa entrar num entendimento com a Arena Fonte Nova no sentido de fazer jogos em Pituaçu. Série B é alçapão.
O que pretende fazer para aumentar a receita do clube?Num primeiro momento, com a imagem deteriorada, isso é complicado. Temos que mudar a imagem do clube. Se o Bahia iniciar a temporada mal no campo, vai ser difícil. O futebol vai desencadear as outras coisas. Fala-se que essa diretoria deixou bem adiantada a situação coma Caixa. Se isso acontecer, ótimo. Eu acho que o futebol, em 2015, vai passar por um período complicado pelas conversas que tive com economistas.
Qual Bahia você enxerga nos próximos três anos?De volta à Série A, com melhores condições. Já ouvi propostas de construção de estádio, universidade tricolor, tudo isso é balela. Ou se arruma a casa e coloca as coisas em equilíbrio ou quebra. Nosso plano de gestão não contempla fórmula mirabolante. É arrumação da casa. Eu não pretendo, em hipótese alguma, se vencer a eleição, me candidatar a reeleição.
Você se afastou totalmente da Antoniu’s? Está preparado para negociar com os jogadores que são clientes da empresa?Eu tinha dado entrada na Junta (Comercial da Bahia) desde o dia 6 de novembro, mas a Juceb passou por uma reforma de sistema e o processo ficou travado. Houve um erro da formatação que depois foi corrigido e me parece que está sendo finalizado. A Antoniu’s tem 24 jogadores no Bahia, 12 com direitos econômicos e outros registrados como jogadores da base apenas no clube. Julgam um absurdo ter 24 jogadores, eu poderia ter 100. Não vão vingar os 24, sobrarão dois ou três. Vai ser natural a relação na condição de presidente. No profissional só tem Feijão, que renovou por cinco anos, ou seja, minha gestão vai acabar e ele vai continuar. Não vejo maior dificuldade, nem no aspecto de meu neto (Jeanzinho) ser goleiro da base, apesar de minha relação estremecida com o pai dele.
Ser empresário não é incompatível com a candidatura?De forma alguma. Tenho minha consciência muito tranquila.
Você falou sobre Lomba, Titi e Fahel e houve repercussão negativa por parte dos atletas...Eles interpretaram mal. Disse que a torcida não os quer. Mas não se pode descartar jogador com contrato. Mandar embora iria gerar um débito de R$ 4,5 milhões de início. Eu tenho o maior respeito por Fahel. No último título, ele fez dois gols.
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