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"Errei ao não ousar", lamenta presidente do Leão; leia entrevista

O dirigente disse que seu grande erro foi “não ter tido a ousadia de renovar” e que vai enxugar o orçamento do clube

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10/12/2014 às 14:05 • Atualizada em 29/08/2022 às 7:39 - há XX semanas
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Carlos Falcão fracassou em seu primeiro ano como presidente do Vitória. Em 2014, não festejou título nem mesmo na divisão de base. Os erros culminaram no rebaixamento à Série B no domingo. Ontem, em entrevista ao CORREIO, ele analisou a temporada e traçou o perfil do Vitória para 2015. O dirigente disse que seu grande erro foi “não ter tido a ousadia de renovar” e que vai enxugar o orçamento do clube.
Qual o seu principal arrependimento no ano?Foi ter apostado alto na manutenção de um grupo que tinha dado certo no ano passado e que este ano não deu. O racional não deu certo. Manutenção da comissão, dos principais jogadores. Infelizmente não deu certo. Com isso, a gente já iniciou a temporada com investimentos muito grandes, o que normalmente não se faz. Normalmente, você monta uma parte no início da temporada, e no meio, para a Série A, faz novos investimentos. Como investimos muito para manter muitos atletas, isso fez com que a margem para que pudéssemos corrigir no meio do ano fosse muito pequena. Meu grande erro foi ter sido conservador, não ter tido a ousadia de renovar, de buscar outras opções. Preferi manter o que vinha dando certo.
Você se arrepende de ter recontratado Ney Franco no segundo semestre?Não. Não deu o resultado que esperava, mas naquele momento nos pareceu, pra mim e pra maioria dos conselheiros, que ele era a pessoa mais indicada, especialmente porque ele conhecia esse grupo e tinha obtido grandes resultados no ano anterior.
Por que este ano o Barradão não teve a força de outros anos?Há alguns anos isso vem acontecendo. Em 2010, a gente caiu precisando ganhar do Atlético-GO e não ganhamos. Em 2011, a gente precisou ganhar do São Caetano pra subir e não ganhamos. Há algum tempo o estádio não vem fazendo tanta diferença como fez no passado. Acho que isso também é porque o gramado de todas as arenas se equivalem, são praticamente uniformizados. Essa uniformidade das arenas tem diminuído um pouco a influência do mando de campo. Existe ainda, mas tem diminuído.
O que fazer para o Barradão voltar a ter a força de antes?O que a gente precisa fazer é um processo de motivação para que, na Série B, tenha uma média de público maior e o torcedor possa transformar o Barradão novamente em um caldeirão. Não posso dizer se os resultados seriam diferentes, mas a gente teve um público muito aquém da capacidade da nossa torcida.
Domingo, você e outros diretores vestiram uma camisa com a frase “Meu amor pelo Leão não tem divisão”. Por que uma ação em alusão ao rebaixamento?Ganhamos de presente de um conselheiro. Quando acabou o jogo, um conselheiro me procurou e disse ‘presidente, estamos com você, estamos com o Vitória, estamos com o Leão em qualquer divisão’ e aí nos deu a camisa. Naquele momento a demonstração que a gente queria dar era exatamente essa. Não foi feito pelo marketing do clube.
E a carta publicada no site oficial logo após o apito final?A gente tinha preparado uma ação dando certo e outra não dando. Existiam os dois discursos prontos pra caso ficasse na Série A ou na Série B. Ambos muito parecidos, reconhecendo os erros, que eles não mudariam por causa de uma partida.
Pensou em renunciar?Em nenhuma hipótese. Eu tenho mandato e vou cumprir ele até o último dia.
Há um movimento exigindo eleições diretas no Vitória. O que pensa disso?Como presidente, eu não tenho nada contra. Porém, essa não é uma ação de diretoria, é uma ação de Conselho (Deliberativo) e eu seguirei a orientação que o conselho me der. Nem tenho nada contra, mas também não é uma ação da diretoria executiva.
Falando do time, quais as principais posições para contratar?A gente precisa logo de um zagueiro, um meia e dois atacantes, pra começar.
Qual será o perfil? O Vitória vai tentar trazer medalhões?Não. Medalhões não. Até porque nós temos que reduzir nossa faixa etária. O Vitória este ano tinha uma faixa etária muito alta. Vamos buscar jogadores mais jovens. Claro que vamos ter alguns com experiência, mas, na Série B, o que temos que buscar não é atleta de renome e sim que tenha o comprometimento de jogar com garra e determinação. Esse é o princípio.
Faltou “alma” ao time?Acho que faltou alma, química, energia. Por diversas vezes perguntei aos jogadores ‘o que mais a gente precisa fazer para que a resposta seja a melhor e a gente volte a vencer?’. O tempo inteiro me disseram ‘nada, não tem nada, presidente, você já fez tudo que pode ser feito, agora só depende da gente’. Não foi uma nem duas vezes.
Renovará com algum jogador cujo contrato está pra encerrar?Não.
Isso inclui Dinei e Luiz Gustavo?Se houvesse possibilidade, manteria Dinei, mas já sabíamos lá atrás, antes do campeonato acabar, que ele não renovaria porque tem interesse em jogar fora. Luiz Gustavo interessa. Vamos ver se o Palmeiras libera.
Alguns jogadores têm contrato longo. Qual deles interessa fazer acordo para rescindir?Vamos avaliar caso a caso.
Juan seria um deles?Se tiver uma proposta para Juan sair, a gente avalia sim.
Escudero será mantido?Ele é o maior investimento do clube. Tem contrato até o final de 2015 e nosso entendimento é que ele deve ser o maestro do clube na Série B.
Quais jogadores da base serão integrados ao profissional?Durante essa competição (Copa do Brasil sub-20) alguns jogadores me chamaram a atenção: Guilherme, Wellington, David, Léo e a dupla de zaga Maracás e Vinícius. A gente espera que eles sejam incorporados, mas se serão ou não vai depender da comissão, do novo treinador e do desempenho deles.
Qual o orçamento previsto para a folha salarial em 2015?Ainda não tenho esse número exato porque nós precisávamos de uma definição se estaríamos na Série A ou B para fazer o orçamento. É uma suposição, pois vamos apresentar isso ao Conselho dia 22, mas eu calculo em torno de R$ 1,8 milhão para a Série B. Este ano, a folha salarial de atletas fechou R$ 2,2 milhões.
No ano seguinte ao rebaixamento não há redução das cotas de TV. Por que diminuir a folha?Em 2014 nós aprovamos um orçamento com furo operacional de R$ 13 milhões, que seria coberto com venda de atletas ou empréstimos. No ano que vem, provavelmente, vai estar vigente a lei de responsabilidade fiscal dos clubes, e essa lei limita os déficits operacionais no primeiro ano a 10%. No nosso caso, em torno de 6%. Mesmo que tivéssemos ficado na Série A, a gente precisaria fazer ajustes no orçamento. Essa lei estabelece uma série de penalidades para clubes que gastarem mais do que arrecadam.
O furo operacional foi coberto?Uma parte. Recebemos de Gabriel e vendemos Léo. Outra parte foi redução de despesa.
Com o orçamento maior que muitos clubes da Série B, dá pra ter um time com perfil Série A?A gente precisa ter um time e uma gestão de futebol com perfil de campeão de Série B. É isso que a gente tem que montar. Agora, nossa folha estará no nível do 15º ou 16º se estivéssemos na Série A.
Correio24horas

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