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Ex-Vitória, Biluca foi pivô de confusão em BaVi histórico

Pelo Campeonato Baiano de 1984, lateral reagiu a entrada violenta e instaurou verdadeira batalha campal no gramado da Fonte Nova

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06/05/2012 às 8:24 • Atualizada em 30/08/2022 às 0:46 - há XX semanas
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Passar apenas um ano por um clube e ficar marcado em sua história pela participação em um clássico contra seu maior rival é para poucos. Participar dela por ter sido pivô de um episódio incomum é para menos gente ainda. O lateral Biluca, que passou pelo Vitória, é uma dessas figuras. Biluca ficou no Leão apenas entre 1983 e 1984. Na sua curta passagem vestindo a camisa rubro-negra, o mineiro de Muriaé viveu uma das fases mais opacas do clube. Em 1983, o Vitória fez um mau Brasileirão e nem participou no ano seguinte. Tendo apenas o Campeonato Baiano como oportunidade de título expressivo, os BaVis do Baianão eram os jogos mais importantes do ano. E, por isso, ganhavam ainda mais tensão.
Em sua curta passagem pelo Vitória, Biluca também ficou marcado pela força física
A batalha da Fonte Nova - Em um dos BaVis de 1984, a tensão pairava no ar. Na antiga Fonte Nova, o Bahia começaria o jogo atacando para o lado do Dique, enquanto o Vitória mirava o gol do lado de Nazaré. Logo aos três minutos, aconteceu o fato que entraria para a história do clássico. Biluca carregava a bola pelo lado direito, quando recebeu um carrinho por trás de Rodrigues. Na hora, Biluca reagiu com fúria e partiu para cima do adversário. O que se viu no gramado da Fonte, após a reação intempestiva do ex-lateral, foi uma verdadeira batalha campal: todos os jogadores entraram no meio da pancadaria e ficou difícil controlar a situação. Nas arquibancadas, mais de 80 mil pessoas assistiam a uma luta entre 22 gladiadores. Quando a situação em campo foi controlada, o árbitro não poderia fazer nada além de tirar o cartão vermelho do bolso e distribui-lo a granel. "O certo seria expulsar quase todo mundo, mas aí não teria mais jogo", diz Biluca. "O que eles fariam com toda aquela gente que tinha ido ver o BaVi? Mandar pra casa?", argumenta. De acordo com o ex-jogador, foi preciso que os presidentes dos clubes se reunissem e decidissem escolher três jogadores de cada lado. Eles seriam expulsos pelo árbitro para que o jogo tivesse continuidade e os pagantes não ficassem desapontados - ou, pior, revoltados. Quando a bola voltou a rolar, sem Biluca e mais outros cinco jogadores, o Bahia acabou dominando a partida e venceu por um folgado 3 a 1. Personagem polêmico - Como se fosse pouco, esse não foi o único episódio controverso na passagem de Biluca pelo Vitória. No mesmo ano da pancadaria no BaVi, o mineiro teve um problema com o técnico rubro-negro da época, Aymoré Moreira - o mesmo que havia sido campeão do mundo com a seleção brasileira, na Copa de 1962. Ele estava machucado e não jogaria uma partida do Campeonato Baiano. "Sempre tomei uma cervejinha, não vou negar. Não fui convocado para o jogo e fui tomar uma. Me tiraram do bar falando que eu tinha que jogar, senão o clube não receberia a cota", diz o lateral. Apesar de ter jogado com uma lesão, o que mais deixou Biluca irritado foi a atitude do técnico: "Aymoré pediu para cheirarem minha boca para verem se eu não tava com bafo de cerveja e eu não gostei. Preferi sair do time", explica Biluca. Depois de sair do Vitória, Biluca passou por outros clubes de Salvador, como o Botafogo, o Ypiranga e o Leônico - equipe pela qual passou mais tempo na carreira, cerca de três anos. Na equipe branca e vermelha da capital, ainda dividiu vestiário com o atacante Beijoca, ídolo da torcida do Bahia, que também havia jogado com ele no Vitória. Biluca, que havia sido revelado pelo Atlético Mineiro e também havia passado pelo Operário-MT antes de chegar à Bahia, só foi encerrar sua carreira em 1994, pelo Arabutã, equipe amadora de Santa Catarina. Mesmo tendo parado de jogar no sul do país, hoje Biluca continua morando em Salvador. Foi aqui que constituiu família e criou raízes. Atualmente, ele trabalha com escolinhas de futebol e treina equipe de masters, em Itapuã.

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