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'Fadinha' Rayssa Leal quer realizar de mais um sonho no skate

Aos 13 anos e 7 meses, Rayssa é a atleta mais jovem a competir pelo Brasil em uma Olimpíada

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Redação iBahia

25/07/2021 às 13:00 • Atualizada em 31/08/2022 às 14:30 - há XX semanas
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Em 3 de agosto de 2016, o Comitê Olímpico Internacional confirmou, durante congresso realizado no Rio de Janeiro, que o skate faria parte do programa olímpico no Japão. A mais de 2.500 quilômetros dali, na cidade maranhense de Imperatriz, uma criança de apenas oito anos ficou tão empolgada com a notícia que escreveu no braço “Tokyo 2020, será?”, ao lado de um desenho das argolas olímpicas.

Quase cinco anos depois, o sonho (ou seria previsão?) daquela criança virou realidade. Rayssa Leal entra em ação hoje, a partir das 21h (de Brasília), como uma das favoritas da modalidade street. As finais serão disputadas no começo da madrugada de amanhã, a partir das 0h25.

Rayssa já chegou a Tóquio fazendo história. Aos 13 anos e 7 meses, é a atleta mais jovem a competir pelo Brasil em uma Olimpíada, superando a nadadora Talita Rodrigues, que tinha 13 anos e 11 meses quando disputou os Jogos de Londres-1948. Se conquistar o ouro, se tornará a campeã olímpica mais jovem, batendo a marca da americana Marjorie Gestring, que venceu nos saltos ornamentais em Berlim-1936 com 13 anos e 9 meses.

Feitos à parte, Rayssa vai entrar na pista hoje equilibrando a criança que só quer saber de diversão e a atleta que sabe que é favorita ao pódio e não quer desperdiçar essa oportunidade. “Diversão com responsabilidade”, como a pequena maranhense de apenas 1,45m e 35kg definiu em entrevista por vídeo ao EXTRA antes do embarque para o Japão:

— Estou muito ansiosa. Na competição, eu fico mais nervosa na semifinal. Quando chego na final, fico mais livre, tento me divertir.

“Divertir” foi um dos verbos mais usados por Rayssa na entrevista. É um ingrediente fundamental na meteórica carreira da menina, que ganhou as redes sociais quando tinha apenas sete anos e viralizou por um vídeo andando de skate fantasia de fada. Virou “a fadinha do skate”. Aos poucos ganhar campeonatos virou rotina e, quando menos se esperava, Rayssa já era vice-campeã mundial, em 2019, com apenas 11 anos. Neste ano, levou o bronze no Mundial, encerrando o ranking que classificava para Tóquio na segunda posição.

— Dos sete aos 13 anos, está acontecendo tudo muito rápido. Estou me divertindo, mandando manobras novas, viajando, conhecendo vários lugares novos. Eu imaginava me divertir como uma criança se diverte quando pratica esporte. Nunca pensei em Olimpíada, até aquela vez que escrevi “Tokyo 2020” no meu braço — conta Rayssa.

Os acontecimentos na vida de Rayssa têm passado com tanta velocidade que ela tem dificuldade até para se lembrar em que ano está na escola, quando perguntada sobre como faz para conciliar os estudos e a rotina de uma atleta olímpica:

— Estou no oitavo? Oitavo ano! Às vezes eu esqueço, passa muito rápido. Tento ao máximo acompanhar aulas on-line e ter notas boas.

— O colégio onde ela estuda apoia muito o esporte. Eles nos ajudam a organizar a rotina dela de estudo de acordo com as competições, e isso é muito importante, sabemos a importância da formação educacional — completa Lilian, mãe de Rayssa, que está acompanhando a filha em Tóquio.

Fã das companheiras de seleção brasileira Pâmela Rosa (número 1 do ranking mundial) e Leticia Bufoni (4), Rayssa aponta as duas e a japonesa Aori Nishimira (3) como principais adversárias na busca pelo pódio olímpico.

— Mas vou te falar a verdade: todas que estão ali são muito boas. O nível feminino está evoluindo cada vez mais. Em cada campeonato tem caras novas, manobras novas — diz Rayssa, que brinca sobre a baixa idade de muitas das competidoras no skate: — O que essas meninas estão tomando? O que tem nessa água? Está todo mundo começando mais jovem.

Revelando que os planos após a Olimpíada incluem fazer muitos vídeos de skate e comprar uma casa própria, Rayssa confessa que as noites de sono têm sido invadidas há muito tempo com uma mesma visão:

— Sonho que eu mandava uma supermanobra e ia para o pódio em primeiro lugar.

Assim como aconteceu cinco anos atrás, a torcida brasileira espera que se realize mais um sonho da “fadinha”.

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