Colo-colo: conheça a história do time que parou o Vitória

Um time de futebol de Ilhéus, no sul da Bahia, vem se destacando no cenário esportivo. O Colo-Colo de Futebol e Regatas, fundado em 1948, retornou à elite do futebol baiano após uma campanha impressionante na Série B do Campeonato Baiano de 2024. O clube, que foi campeão em 2006, estava há oito anos fora da primeira divisão.

O Tigre do Sul, conhecido pela paixão fervorosa dos torcedores ilheenses, teve um desempenho invicto até agora na Série B, garantindo acesso à Série A do Baianão em 2025. O time amarelo e azul obteve a terceira melhor campanha na fase de classificação, ficando em terceiro lugar, com 17 pontos: 4 vitórias, 0 derrotas e 5 empates.

Conheça a história do Colo-Colo, time de Ilhéus

O Colo-Colo já é um velho conhecido no futebol baiano. Foi fundado por um grupo de esportistas liderado pelo coronel Airton Adami, com o objetivo de participar da Semana Inglesa, uma competição que, na década de 1940, atraía grandes públicos ao Estádio Mário Pessoa, na época um dos maiores do país. A Semana Inglesa era um torneio organizado pelo sindicato dos comerciantes e acontecia nas tardes de sábado, com os portões do estádio abertos.

O nome do time foi inspirado em um clube chileno que tinha a mesma denominação. “O clube é baseado na camisa do Boca Juniors e o nome do Colo-Colo do Chile, que eram os times dominantes da América do Sul na época, os mais fortes no final da década de 40. Então, eles fizeram homenagem aos dois times, com o uniforme e com o nome”, conta o presidente do Colo-Colo, Hermano Fahning, em entrevista ao iBahia.

O time, desde a sua criação, participava de campeonatos amadores, tornando-se profissional somente em 1999. Durante sua trajetória, o Tigre do Sul venceu vários campeonatos e chegou à elite do futebol baiano em 2015, mas foi rebaixado em 2016.

“Ele entrou na segunda divisão em 1999 e foi campeão. Disputou a segunda divisão até 2011, sendo campeão em 2006", diz o presidente. Naquele ano, no Barradão, diante do Vitória, o Colo-Colo aproveitou os erros do adversário e venceu por 2 a 0, placar suficiente para eliminar o rival e avançar para as semifinais do estadual.

"Depois, ele ficou na segunda divisão de 2011 a 2014, ganhando a segunda divisão em 2014, campeão invicto. E então, jogou a primeira divisão em 2015, chegando a ser quarto lugar, disputando o Campeonato Brasileiro Série D. E depois, o time ficou na segunda divisão de 2016 até esse ano”, relata o presidente.

O Colo-Colo garantiu o retorno para a Série A do Campeonato Baiano de 2025 com a partida contra o Grapiúna no dia 27 de julho, que terminou empatada por 0 a 0. O time jogou com a vantagem do empate, pois, no jogo de ida, o Tigre havia vencido o Grapiúna por 1 a 0.

“Graças a Deus esse ano nós conseguimos voltar para a Série A, a partir de 2025, o que a gente espera ficar por muito tempo. Tomara, né?”, torce Hermano.

O Colo-Colo passou por um momento de reestruturação administrativa, devido a renúncias de seus presidentes, no último ano. Sobre os avanços conquistados para o time, o presidente diz: “Nós fizemos um projeto do clube, um projeto de reestruturação, de reconstrução. Esse projeto chamou a atenção de um patrocinador de Portugal, uma empresa de energéticos, que veio para Ilhéus e foi se apaixonando pela história do clube, pela cidade de Ilhéus e o aumento econômico da cidade. Resolveram apostar no projeto, deu certo, e agora o clube se prepara para esse processo de transformação avançada”.

Além disso, na última terça-feira, (6), o Conselho Deliberativo do Colo-Colo de Futebol e Regatas realizou uma reunião extraordinária na sede da Câmara de Dirigentes Lojistas de Ilhéus (CDL), onde foi aprovada a alteração do Estatuto Social do Clube para autorização da constituição de Sociedade Anônima do Futebol (SAF).

A decisão permite a separação do Departamento de Futebol e a transferência de bens, direitos e obrigações para a SAF, conforme a Lei 14.193/2021 (Lei da SAF). Este momento marca o início de uma nova fase de modernização e profissionalismo para o Colo-Colo.

Sucesso do Colo-Colo é devido a entrosamento do elenco, diz presidente

Hermano Fahning comenta também sobre a que ele atribui o desempenho invicto do time de Ilhéus durante o campeonato. “Foi uma estratégia adotada pelos nossos diretores: o diretor-executivo Diogo Silva, que veio de Portugal, e nosso diretor de futebol, Márcio Santos. [...] A gente precisava trazer um elenco que já tivesse base, que já tivesse entrosamento, que já tivesse formado. Escolhemos o Lagarto Sergipe, um clube que está dirigido por Paulo Salles, que tem total conhecimento da Série B, um treinador que tinha oito acessos. Para quê? Para que o time já tivesse entrosamento”, conta.

“Tivemos uma base de sete jogadores que vieram de lá e depois nós completamos o elenco com algumas indicações nossas e alguns jogadores aqui da região. Então, nesse primeiro mês de campeonato, na fase de classificação, nossos concorrentes que fizeram contratações e montaram um time novo. Quando eles ainda estavam em fase do elenco se conhecer e ter entrosamento na liga, o nosso time ali já estava praticamente classificado com aquele arranque que a gente deu. Ficamos em primeiro, segundo, praticamente toda a fase de classificação. E, uma vez a gente classificado, a gente viu que a estratégia deu certo desse entrosamento. Aí, o time vai ganhando confiança e também a torcida começa a apoiar mais”, ele explica.

Agora, o Tigre do Sul treina para brigar pelo título em casa, no Estádio Mário Pessoa. O presidente conta quais são suas expectativas para essa final. “A gente acha que vai ser um jogo difícil. As duas equipes estão em total evolução. Vai ser um jogo muito bom e a gente espera que nesse final, talvez, quem errar menos vai ser o campeão, e esperamos que seja o Colo-Colo”, ele finaliza.

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