Marcelo Lomba está a dois jogos de comemorar o terceiro título estadual no Bahia. Ele festejou em 2012 e, assim como em 2014, pode erguer novamente a taça do Campeonato Baiano. Pra isso, precisa passar pelo Vitória, amanhã, às 16h, no Barradão, e no dia 8 de maio, na Fonte Nova. O capitão tricolor, 29 anos, fala sobre a estratégia para derrotar o rubro-negro, sua nova postura em campo, a relação com os jogadores mais jovens e o “peso” da braçadeira.
O que o tricampeonato significa para você?
Voltei para o Bahia este ano com alguns objetivos. O principal é retornar o clube à Série A, até porque quando caiu, eu participei. Eu tinha três grandes objetivos. Um era tentar conquistar a Copa do Nordeste e, por detalhes, a gente não chegou à final. O grande objetivo é voltar à Série A, mas o Campeonato Baiano tem todo seu charme e, por se tratar de um tricampeonato, hoje a gente vê a importância dele e trata nesse momento como prioridade, porque é nosso objetivo mais próximo. Há muito tempo o Bahia não conquista um tricampeonato (desde 1988).
Foto: Btto J./CORREIO |
O que mudou no Marcelo Lomba que ergueu a taça em 2014 para o de 2016?
Eu amadureci, com certeza. Em 2014, eu me expus muito. Foi um ano complicado por causa da intervenção e das trocas. Apesar do título baiano, 2014 foi turbulento. Eu acabei me expondo muito e o extracampo me prejudicou dentro de campo. Acabei indo para a Ponte Preta e lá eu não me envolvi em nada, porque eu tinha me desgastado muito em 2014 e queria ter um ano light. Isso foi bom porque eu me concentrei muito em ser goleiro e quando eu chegava em casa não tinha outra coisa pra pensar. Mas sei que aqui no Bahia, a minha responsabilidade vai um pouco além disso. Eu tenho que representar o grupo diante das necessidades, ajudar a diretoria em algumas questões. Não posso me omitir.
Na sua primeira passagem pelo Bahia, você era mais enérgico em campo. O que mudou?
Faz parte de um amadurecimento, de manter uma frieza. Faço isso dentro dos jogos de maneira um pouco mais prudente, porque depende muito do time que você joga. Este ano, eu joguei jogos com o par de zagueiros e os laterais muito jovens, com a média de idade talvez de 20 ou 21 anos, então não adianta chegar e dar uma chamada igual a que você dá em um jogador de 30. Quando eu cheguei no Bahia, os jogadores eram mais cascudos, independentemente de qualidade. Com um time mais jovem, você tem que saber falar, ser mais flexível e passar mais aprendizado em vez de dar um esporro e jogar o companheiro pra baixo.
O que a braçadeira significa para você?
Aqui no Bahia com certeza significa mais do que qualquer outro clube que eu passei ou que eu ainda vou passar. Aqui as coisas têm uma grande proporção e eu também sei do meu histórico com o clube. Sei do carinho do torcedor. O engraçado é que eu vi esse carinho muito quando eu estive fora. Hoje, eu realmente vejo o tamanho da responsabilidade que é ser goleiro do Bahia.
O que o Bahia tem que fazer para conquistar o tri?
Todas as vezes que eu joguei no Barradão, se você não for lá com espírito de luta, com dedicação e uma garra que te mova para conquistar, o Vitória consegue se impor. Por isso, a gente tem se mobilizado esta semana para, além da técnica e da tática, que serão fundamentais, ter as partes motivacional e de concentração. É fundamental a gente conseguir um bom resultado.
Como o Bahia precisa jogar no Barradão?
Marcar forte e sair rápido com a bola, porque a gente tem um ataque que é poderoso, com Hernane, Thiago Ribeiro, Edigar Junio, tem a chegada do Juninho. Tem que ter atenção na marcação e evitar dar oportunidades ao Vitória. Quando tiver a bola, realmente ir pra cima e fazer uma transição rápida. Os dois times têm características diferentes, então é um jogo um pouco imprevisível.
Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia |
Tabu de sete clássicos, eliminação no Nordestão e derrota na fase classificatória. O Bahia chega psicologicamente inferior ao Vitória nesta final?
Não, porque a gente tem uma grande campanha, entre as cinco melhores do Brasil em termos de números. Isso passa tranquilidade e a gente tem uma forma de jogar desde o primeiro jogo do ano. A gente sabe o que tem que fazer. Fomos eliminados da Copa do Nordeste jogando bem, tentando o gol a todo o momento, mas futebol é assim.
A defesa é o setor mais criticado do Bahia. Por quê?
Acho que principalmente por causa do ano passado. Tiveram dois pontos. Um é o ano passado, que eu não participei e não tenho nenhuma vontade em comentar, mas sinto que ficou uma marca. A outra foi o jogo nos Estados Unidos, que a gente tomou seis gols. Isso pegou muito pesado. Claro que uma falha ou outra acontece, mas dizer que a zaga está ruim este ano, eu discordo, porque a média de gols é baixa, vencemos a maioria dos jogos, chegamos à semifinal da Copa do Nordeste e estamos na final do Baiano com uma campanha convincente. Depende muito da leitura do torcedor.
O pessoal pegava muito no pé com as bolas aéreas e este ano a gente não tomou nenhum gol de bola aérea, excluindo o jogo nos Estados Unidos, quando a gente foi lá fazer um amistoso, sem condições físicas, enquanto o Orlando veio como se fosse campeonato.
Qual o ponto forte do Bahia?
Transição rápida, muita velocidade na hora que tem a bola e bom poder de finalização.
E qual o ponto fraco?
Acho que a gente precisa melhorar na hora que jogar com adversários mais fechados. A gente precisa ter a posse de bola e saber explorar as falhas do adversário. Como nosso time é muito agressivo e muito bom nisso, a gente é muito veloz e, às vezes, não é hora de velocidade e sim de toque de bola, de ter a cadência.
Quer mandar um recado para o torcedor tricolor?
O torcedor é fundamental. No jogo contra o Fortaleza, na Copa do Nordeste, que a gente estava com um jogador a menos e tinha sofrido um gol, foi a voz da arquibancada que fez a gente reagir. A partir do momento que o torcedor nos incentiva, a nossa energia e motivação são maiores.
Veja também:
Leia também:
AUTOR
AUTOR
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!
Acesse a comunidade