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Na Várzea: tá chegando a Copa do quê, do teatro e da plateia

Repórter do iBahia faz duras críticas à organização da Copa do Mundo, que "alugou" o Brasil e não respeita as tradições

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08/06/2013 às 8:00 • Atualizada em 02/09/2022 às 1:39 - há XX semanas
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Mandões: Blatter, presidente da Fifa, e Valcke, secretário-geral
O mundial de lucros da Fifa, que é organizado por terceiros com a permissão dada pela benevolente entidade, está chegando. Brincando, brincando, falta cerca de um ano para bola rolar, mas o dinheiro já tá voando faz alguns anos. Vez ou outra esqueço o nome... Copa do quê? Do mundo é que não é. Nem sua, nem minha. É dos cartolas da Fifa, da CBF, do COL, da politicagem, é de poucos. Tem legado? Tem. Compensa? Não. Mas vai acontecer. Os cofres do nosso bolso foram abertos, de certa forma com a nossa anuência, e, como num furto lancinante, sofremos o duro golpe de saber que as esperanças de progresso eram todas vagas. Na prévia da festa, temos a Copa das Confederações a poucos dias de seu início, e com acarajé. Do dia 15 a 30, não vamos falar de outra coisa em terras tupiniquins. Alguns dos melhores jogadores do planeta estarão em solo brasileiro e, creio, será tudo muito belo por aqui. Durante 15 dias, a violência, o caos na saúde, os problemas de educação e tudo mais de ruim que esse país tem para oferecer será esquecido. Uma alienação coletiva promete tomar conta dos teatros... ops, estádios... com uma plateia... ops de novo, torcida... que aplaude sentada e precisa de animador nas caixas de som para fazer festa. Me chamem de pessimista, atirem pedras virtuais, discordem. Só que não é compreensível, como o país se submeteu a tanta coisa? Podemos até dizer que alugamos algumas das principais cidades do país à Fifa. O detalhe é que o inquilino é pago pra morar, gastar mais, sujar e cair fora. O tal do legado que o torneio deixaria para o país não chega nem perto do que fora prometido. Só os otimistas em demasia é que acreditaram nas promessas vazias. Parece que poucos são vacinados. Cadê o metrô? Cadê as melhorias do trânsito? E os hospitais? E o fim da seca? Cadê, cadê?
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Para piorar, é inadmissível o desrespeito a nossa cultura e tradições. Baianas de acarajé tiveram que clamar por liberação para vender a iguaria nos arredores da Arena Fonte Nova. Colé, véi?! E a Fifa tem a cara de pau de dizer que cada mundial tem sua marca, sua característica. O porém é o seguinte: só se eles deixarem. No fim das contas, há muito o que se lamentar, reclamar, chiar. Dá agonia saber que falta vontade política para realizar grandes coisas que não sejam arenas multiuso. Nesse sentimento de impotência, a gente vai levando, como na música do Chico Buarque. De tal maneira que um paradoxo surge, pois a oportunidade de trabalhar em torneios como Copa das Confederações e Copa do Mundo é única. Ver alguns craques que atuam longe do continente sul-americano também. Difícil. Pode até soar como hipocrisia, mas é paradoxo mesmo. É aquela hora que o seu eu-criança substitui a razão e pede pra você comprar ingresso e fazer o papel de torcedor como há tempos não faz, já que o jornalismo te deixou um pouco menos emocional até quando o assunto é futebol. É, é um paradoxo. Repare só - E Nininho (conheça o nobre rapaz aqui) continua aprontando das suas. Depois da torcida, vendeu a sede do Sport Clube Tororó duas vezes e acaba de penhorar a escolinha do time. Haja gel pra tanta rebeldia. Oxeoxeoxe... - É rapaz, a camisa do Bahia vazou por descuido da própria Nike. Alguém perguntaria: pode isso? Acho que cabe ao clube processar a empresa americana, rescindir o contrato e se ajoelhar pra pedir a Lotto de volta. É só uma opinião, não tô ganhando nada dos italianos. Se ligue - Um viva para dupla Ba-Vi, que tem tudo para passar a Copa das Confederações longe da zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro da Série A. A briga esse ano é pra fugir da degola. Ou alguém aí acredita em Libertadores? Seria ótimo, mas... Sabe como é, né?! Um passo de cada vez. Pés-no-chão. Leia mais Na Várzea: a morte da Fonte Nova e o fim de uma relação futebolística

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