Neste domingo (03), na segunda parte da entrevista, Ney Franco fala de torcida, Corinthians, 2014 e do seu legado na Seleção Sub-20.Confira a primeira parte da entrevista:Ney Franco elege trilha sonora ideal para embalar o Vitória rumo à Libertadores
A resposta do torcedor, esgotando ingressos para hoje, já é uma resposta que o torcedor está mais junto de vocês na luta pela Libertadores? Acho que sim. Além dos números, a forma que a gente venceu o último jogo (Fluminense). Ela teve uma provocação não só no meio do torcedor ou aqui em Salvador, mas no Brasil inteiro. Acho que isso ganhou a confiança. Acho que é o momento de abraçar, formar uma corrente, criar um ambiente legal.
O maior público no Barradão eram 17 mil. Domingo (hoje), vão ser 35 mil pessoas. Já dá para sentir um pouco a atmosfera? Era o que eu imaginava ao trabalhar no Vitória: esse Barradão lotado. Quando trabalhava em outros clubes e vinha jogar aqui, o que mais me impressionava era a força da torcida. É um campo muito difícil do adversário ganhar aqui dentro.
Você já se considera adaptado a Salvador? Sim. Até por já ter trabalhado no Rio, em momentos de verão, eu to adaptado. E a cor também ajuda um pouco.
Você assinou contrato até 2014. Foi uma exigência sua? Foi um pedido meu. Tenho característica de levar minha família em todos os clubes que trabalho. Gosto de planejar a minha vida. Eu gosto de iniciar os projetos. Se a gente tiver a competência de colocar o Vitoria na Libertadores e tiver um planejamento de qualidade, o Vitoria pode surpreender o Brasil om uma boa Libertadores e um boa Série A.
Depois da saída conturbada do São Paulo, o que pesou pra você aceitar a proposta do Vitoria? O principal fator que me fez pegar o projeto foi quando analisei o elenco. Tinham jogadores com qualidade como Wilson, Escudero, Cáceres (eu já tinha algumas informações dele antes de vir pro Vitória. Teve um período que o Coritiba queria contratá-lo). Victor Ramos, embora eu não tenha jogado muito no Vasco, mas foi um jogador que eu acompanhei. Dinei, que já tinha trabalhado comigo no Atlético-PR. Cajá. Juan tinha acabado de chegar, assim como Ayrton. E teve a abordagem do clube, que me passou que estava estruturado, sem problemas financeiros.
Você chegou a ficar com um pé atrás por ser a primeira experiência no Nordeste? Não. Em momento nenhum eu tive dúvida de pegar o Vitória. Me lembro que me apresentei em uma terça-feira e, na quarta-feira, dirigi em um jogo no Maracanã (Flamengo 2x1). A gente perdeu o jogo e, no dia seguinte, quando cheguei aqui, a grande preocupação do Vitória era a queda para a Série B. Os resultados começaram a entrar e esse jogo contra o Corinthians é determinante pra Libertadores. Esse jogo tem que ser encarado como uma final de Brasileiro.
O que mudou daquele Ney Franco campeão mineiro com o Ipatinga pra esse Ney de hoje? Eu trabalhei muito tempo em categoria de base de Atlético-MG e Cruzeiro. Em 2005, tive minha primeira oportunidade no profissional com o Ipatinga. Depois dessa passagem, conquistei títulos por onde passei. Aqui no Vitória, eu espero também que eu possa fechar 2014 com a volta olímpica.
Em relação à Seleção Brasileira, você acha que o trabalho que fez lá teve seguimento? No Sub-20, por exemplo, além de ter vencido o Sul-Americano e o Mundial, foi uma seleção que ofereceu vários jogadores para a Seleção Brasileira principal. Dentre esses jogadores, estão Neymar, Lucas, Oscar, Danilo e Alex Sandro, que são laterais titulares do Porto, o Fernando, que foi negociado pelo Grêmio, Casemiro, que está no Real Madrid... Foi uma seleção vitoriosa dentro de campo e uma seleção reveladora.
Nesse tempo no Vitória, você já bateu o olho em algum jogador mais novo e pensou: “Esse menino tem potencial para brilhar pela Seleção”? Um já está na prática: Marcelo. Acho que ele tem um perfil muito interessante. É um jogador que tem um biótipo para, no futuro, servir à Seleção.
Tem observado a base de uma forma geral? Assim que eu cheguei no clube, a gente fez uma reunião e coloquei para eles a forma que eu gosto de jogar. Coincidentemente, aqui eles armam a equipe também com dois homens de beirada e um jogador de meio centralizado. Isso ajuda muito na transição. Não adianta ter um baita trabalho da base se não tiver um mecanismo que puxe esses atletas.
Matéria original: Jornal Correio Ney Franco é pura confiança em partida deste domingo: "É uma final de Brasileiro"