Neymar prestou depoimento nesta terça-feira (18) em um tribunal da Espanha sobre as supostas irregularidades na polêmica transferência do Santos para o Barcelona em 2013. O jogador, assim como o pai dele, Neymar Santos, e dirigentes do clube catalão, são réus por corrupção.
O julgamento começou na segunda (17). No primeiro dia, o jogador esteve presente no tribunal durante 1 hora e 30 minutos, até ser dispensado pelo juiz. Nesta terça, ele afirmou em julgamento que assinava os documentos que o pai pedia.
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"Meu pai sempre cuidou das negociações de contrato. Eu assino o que ele pede", afirmou Neymar ao ser questionado pela promotoria, que o acusa de corrupção e pede dois anos de prisão para o jogador, além do pagamento de multa de 10 milhões de euros (cerca de R$ 51,8 milhões).
O depoimento de Neymar foi antecipado a pedido dos advogados do jogador, que alegaram que o atacante jogará pelo Paris Saint-Germain no campeonato francês na sexta-feira (21) e pela Liga dos Campeões na próxima terça-feira (25).
A defesa de Neymar, que a partir de 20 de novembro comandará a seleção do Brasil na Copa do Mundo, conseguiu autorização para que o atacante e seus pais, também processados, deixassem o tribunal por algumas horas durante a audiência inicial.
Após ter prestado depoimento nesta terça, Neymar não será obrigado a acompanhar presencialmente o julgamento, mas poderá prestar novo depoimento antes do fim do processo, previsto para 31 de outubro, por videoconferência.
Entenda o caso
Neymar foi vendido ao Barcelona em maio de 2013, por 17,1 milhões de euros. A DIS era dona de 40% dos direitos econômicos do atleta, modalidade de negócio que era permitida na época e foi proibida pela Fifa em 2016. Diante disso, a empresa recebeu 6,85 milhões de euros.
No entanto, mais tarde, o próprio Barcelona revelou que a transação custou 57 milhões de euros. A diferença de quase 40 milhões de euros foi paga à empresa N&N (sigla para Neymar e Nadine, pais do jogador).
A revelação deu início a uma batalha judicial. Posteriormente, uma investigação constatou que o total da transação foi ainda maior: 86,2 milhões de euros.
Nesse valor estavam embutidos pagamentos por amistosos a serem disputados por Barcelona e Santos, direito de preferência por jovens atletas da base santista, acordos entre o Barcelona e a Fundação Instituto Neymar Jr, direitos de imagem, luvas para Neymar e comissões para agentes.
A DIS argumenta que manobras foram feitas para reduzir o valor da fatia da empresa no negócio. A DIS comprou 40% dos direitos de Neymar em 2009, quando ele tinha 17 anos, por 2 milhões de euros. Caso a negociação entre os dois clubes – sem os outros contratos – tivesse sido fechada em 86,2 milhões de euros, a empresa teria faturado 34,5 milhões de euros.
O jogador, os pais deles e os dirigentes do Barcelona são acusados de “corrupção privada”, um crime que só passou a existir na Espanha em 2014. E que até hoje não existe no Código Penal Brasileiro – o que é a principal linha de defesa de Neymar.
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Redação iBahia
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