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No Kuwait, Rafael Bastos desabafa: 'Na Bahia, perdeu, não presta'

Meia do Kuwait SC reclama de filosofia antiquada no futebol, explica escolha pelo Kuwait e torce por Bahia na primeira divisão

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17/11/2014 às 17:32 • Atualizada em 29/08/2022 às 5:00 - há XX semanas
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Rafael Bastos
Rafael Bastos saiu do Bahia em 2007 com pinta de que ganharia os gramados mundo afora. Após boa temporada, o carioca, cria da base tricolor, foi direto para o Cruzeiro, clube que detinha seu passe, mas sequer entrou em campo e, a partir daí, não conseguiu se estabilizar na carreira. Portugal, Brasil, Japão, Portugal novamente, Romênia, Arábia Saudita, Bulgária e agora Kuwait foram os caminhos. A dificuldade para se firmar certamente contradiz com a qualidade mostrada em solo verde e amarelo, mas Rafael Bastos garante que teve muitas pedras pelo caminho. Em entrevista ao iBahia, ele falou sobre a adaptação ao Kuwait SC, time que pertence até junho do ano que vem, mas principalmente sobre a situação do Bahia na Série A do Campeonato Brasileiro. Rafael, que foi vice-campeão baiano com o tricolor em 2007 e campeão com o Vitória em 2009, citou a má administração das equipes como principal motivo para estarem nessa situação, revelou o desejo de voltar ao Esquadrão e mandou um recado para os torcedores tricolores; confira.
Rafael em sua passagem pelo Levski Sofia, da Bulgária; hoje jogador está no Kuwait
Como você está no Kuwait? Eu estou bem, graças a Deus. No começo tive duas lesões logo depois da pré-temporada, que me deixaram um pouco para trás. Não foi nada de muito grave, mas me atrapalhou um pouco. Aqui temos quatro estrangeiros no time, mas só podem jogar três. Como o time não estava muito bem, eu não estava jogando. Agora trocou o treinador e graças a Deus recuperei o meu espaço. A liga aqui é boa, mas o futebol é um pouco amador. Só podem jogar quatro jogadores profissionais e os demais são locais, que não são profissionais. Todos têm o seu trabalho, mas a liga é bastante competitiva. Temos quatro ou cinco times que brigam pelo título e está sendo uma experiência legal. A liga vem crescendo bastante. Foi uma opção financeira? Porquê a escolha pelo Kuwait em vez de, por exemplo, voltar ao Brasil? A opção financeira falou um pouco mais alto nesse caso, até por quê no Brasil não apareceu nada de concreto e, nas sondagens que tive, não tinha a valorização que esperava. Aqui apareceu a oportunidade de ter essa experiência por eu ter ido muito bem na Arábia Saudita e o financeiro falou muito mais alto. O contrato é bom. Estávamos disputando a Liga dos Campeões da Ásia, onde chegamos às semifinais. Então também foi bom por poder disputar essa competição. Está sendo um experiência boa. Agora em janeiro vai abrir o mercado e vamos ver o que vai aparecer, para estudar e ver se dá para voltar para o Brasil, para a Europa, ou até ficar por aqui mesmo. Como estão as negociações? É prioridade voltar ao Brasil? Eu sempre tive essa vontade, de voltar a jogar no Brasil, mas todas as vezes que estava livre nunca apareceu nada concreto. Houve muitas sondagens, muitos empresários falando, mas nada de concreto. Eu tenho essa vontade, até porque tenho muito tempo fora do Brasil, longe da família. Existe alguma preferência de clube ou de eixo aqui no Brasil? Você tem acompanhado a dupla Ba-Vi do Kuwait? Tenho acompanhado, tenho acompanhado. Os dois nesse ano estão brigando para não cair e a gente fica chateado de ver, por exemplo, Santa Catarina crescendo, os times brigando. São três, quatro times na série A e Bahia e Vitória sempre nessa mesma situação, brigando para não cair. A gente fica um pouco triste. Eu, principalmente por ser cria do Bahia e torcer muito. Todo ano é a mesma situação. Tenho vontade de voltar a jogar pelo Bahia novamente. A torcida sempre me dá bastante carinho nas redes sociais, mas tenho para mim que um dia eu vou voltar e vou dar alegria à torcida tricolor. Quando termina a liga no Kuwait? Aqui a liga termina em junho (de 2015). Há a possibilidade de você jogar pelo Bahia mesmo se o time vier a cair para a segunda divisão? Eu sou Bahia, então independente de divisão eu sempre vou ter vontade de jogar no Bahia. A vontade é a mesma. Para mim, que comecei na terceira divisão, jogar na segunda ia ser muito bom, até porquê eu teria a chance de recolocar o Bahia na primeira. Mas com o Bahia tudo pode acontecer. Ainda não acabou o campeonato e vamos torcer para o time se manter. Existe algum interesse do clube? Já entraram em contato com você? Esse ano eu tive uma conversa, mas não foi com ninguém da diretoria, foi com um empresário que estava intermediando e tinha me dito que estaria tudo certo, mas infelizmente não chegou uma proposta oficial e houve a proposta aqui do Kuwait. Como a gente tem família e a proposta era boa, não podemos ficar esperando. Você tem contato com algum jogador, de algum dos dois clubes? Tem o amigo Ávine, que ainda está no Bahia. Conheço alguns jogadores do Bahia, mas não tenho muito contato com nenhum deles. No Vitória, não tenho contato nenhum, com nenhum jogador. Em que posição você está jogando? Aqui eu jogo pela esquerda, as vezes pelo meio, as vezes como segundo atacante. Já joguei em várias posições aqui no Kuwait e estou adaptado a todas elas, mas a que eu mais gosto é no 4-2-3-1, que todo mundo vêm jogando hoje, ficando pelo meio. Tem os dois alas abertos e o meia centralizado, atrás do centroavante, que é a minha posição preferida, mas posso jogar também pela esquerda e pela direita. Tanto faz. O que você acha que faltou para Bahia e Vitória em 2014? Acho que boa administração e também planejamento. Os clubes baianos são assim. Perdeu um Ba-Vi, ninguém presta. Perdeu um jogo, ninguém presta e a gente sabe que futebol já não é mais assim. O jogador, se não tiver confiança, se não tiver uma sequência, acho que nenhum consegue jogar. Acho que esse é um grande problema que deveria ser mudado. Alguma mensagem para o torcedor do Bahia? Eu também sou torcedor. Temos que acreditar. Vamos ter as eleições e que a gente possa escolher o melhor presidente, a melhor administração para que, caso venha a cair para a segunda divisão, que possamos montar um time competitivo, para voltar o mais rápido possível à primeira divisão.

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