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Free Road Clube em uma das trilhas pelo estado. Foto: Divulgação |
A tradicional trilha de rally da Usina da Aliança, na região de Santo Amaro não é mais território livre para os pilotos do off road. Depois de um impasse com o Movimento Sem Terra (MST), que montou assentamento no local, os praticantes da atividade estão impedidos de passar pela rota, o que provocou indignação na liderança da Federação de Automobilismo da Bahia.Nas últimas semanas, quando tentavam passar com os carros pela região da trilha, os pilotos foram barrados por integrantes do movimento. Na duas primeira vezes, foi pedida uma espécie de pedágio. Os assentados alegaram servir para pagar serviços de trator no terreno. Na terceira tentativa dos trilheiros, no último final de semana, não houve acordo e a aventura foi suspensa."Nós, do automobilismo baiano, já fomos 'mexidos' por muita gente, agora é a vez do MST. A trilha da Usina da Aliança é famosíssima, é uma trilha importante, mas agora os pilotos resolveram que ninguém mais deve ir para lá. Desde o final do ano passado que eles vêm sendo barrados", disse Selma Morais, presidente da Federação de Automobilismo da Bahia (FAB).Ainda segundo Selma, no episódio do final de semana os pilotos encontraram um trecho da trilha cercado por arame e madeira e, mesmo pedindo autorização para passar por outro trecho, não foi possível continuar. "Isso é uma falta de respeito. O povo precisa saber que eles estão fazendo isso. A gente respeita todas as regras de cuidado com o meio ambiente. Se não tomar providência, eles vão invadir os jardins de nossa casa", desabafou a liderança do automobilismo baiano em tom de indignação.
Barrados - Miguel Carneiro, piloto e presidente do Free Road, estava entre os aventureiros impedidos de continuar na trilha da Usina da Aliança. "A gente faz essa trilha há mais 15 anos, mas agora fomos surpeeendidos por um grupo de 130 famílias, dizendo que a gente não podia passar", disse Miguel. O presidente do Free Road enviou comunicado a outros clubes pedindo que evitem a trilha e ainda apontou que a saída agora é partir para outras rotas no estado.Sobre o "pedágio" citado por Selma Morais, o piloto explicou: "na primeira vez, demos 200 reais que eles pediram pra pagar o trator. Na segunda vez, já que o trator não tinha passado, a gente ajudou mais uma vez e demos 260 reais. Da última vez, eles nos mostraram um documento do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) mostrando que era assentados e não nos deixaram passar".
"MSP" - Inconformada com a situação, a presidente da FBA convocou os pilotos para outro movimento. "Ironicamente, estou convocando todos para criarmos o MSP - Movimento dos Sem Pista. Quem sabe se organizados e com uma sigla não conseguimos que atendam nossos pedidos?", finalizou Selma.A equipe de esportes do
iBahia entrou em contato com a secretaria estadual do Movimento Sem Terra, em Salvador, para ouvir os representantes do grupo. Segundo o secretário, todas as lideranças do movimento no estado estão em uma caravana que viaja por localidades na zona rural baiana, onde, segundo a Secretaria, não seria possível também o contato por celular.