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Por onde anda? Aposentado, Capixaba quer seguir no futebol

Bicampeão baiano e da Copa do Nordeste pelo Bahia, o ex-jogador também passou pelo Vitória em 2007

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29/03/2014 às 7:46 • Atualizada em 28/08/2022 às 0:44 - há XX semanas
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Capixaba atualmente mora em Vitória, no Espírito Santo
No futebol, poucos jogadores são lembrados frequentemente por três nomes. Hoje em dia, Paulo Henrique Ganso talvez seja o mais badalado. O comum é um ou, no máximo, dois, seja com apelido ou apenas sobrenome. Fazendo um exercício rápido, é difícil produzir uma lista extensa. A Seleção Brasileira já teve dos seus, como Jair Rosa Pinto, Carlos Alberto Torres e Paulo Roberto Falcão. Nos certames baianos, o último a ficar marcado foi Luís Carlos Capixaba.
Ex-volante, meia e ponta, ele conquistou títulos pelo Bahia e teve uma rápida passagem pelo Vitória. No futebol, deixou como marca as suas arrancadas e impressionante força física para chegar à linha de fundo antes de todo mundo. Capixaba, como ficou conhecido, está hoje com 40 anos e mora em Vitória, capital da sua terra, o Espírito Santo. A carreira de boleiro chegou ao fim há dois anos, mas o ex-jogador conta ao iBahia Esportes que pretende continuar no mundo da bola, seja como gestor, treinador ou até apresentador.
"Recebi um convite da Adriana Veloso, que é apresentadora aqui no Espírito Santo, para fazer parte de um programa. Não é nada certo ainda, mas seria para fazer entrevistas, conversar com técnicos, jogadores. Estamos conversando ainda", explicou Capixaba, que acabou de finalizar um curso de formação de gestores e treinadores na Federação das Associações de Atletas Profissionais (FAAP).
Ele até já recebeu uma proposta para comandar uma equipe, mas preferiu não aceitar. "Fui convidado para assumir um time aqui da segunda divisão estadual. Só que o futebol aqui é muito precário, muito difícil. Como é que você vai cobrar um jogador que já ganha pouco e não recebe? Isso pesou. Até falei para o presidente do clube que se ele não achasse ninguém, eu treinaria o time de graça", contou.
Aposentado dos gramados há duas temporadas, quando jogou a Série A2 do Campeonato Paulista pelo Comercial-SP aos 38 anos, Luís Carlos Capixaba por pouco não virou dirigente quando tinha 36. Pesou a vontade de continuar desempenhando sua função no campo. "Quando eu joguei no Paysandu, o presidente chegou a me convidar. Perguntou se eu não queria parar de jogar para ser gerente de futebol. Disse que acima de mim só teria ele, mas eu falei para ele que ainda queria jogar mais uns dois anos. Anos depois, voltamos a conversar, chegamos a acertar salário e tudo, mas algumas pessoas do clube sentiram um desconforto pelo respaldo que eu teria. Falei para o presidente: 'comigo ninguém vai te roubar'. No futebol, infelizmente, tem muita coisa errada".
O Bahia - Bicampeão baiano e da Copa do Nordeste, Capixaba jogou no Bahia de 1999 e 2002, mas o primeiro contato com o Tricolor aconteceu em 1998. Atuando pela Tuna Luso-PA, ele veio a Salvador para um duelo contra o Bahia, na Série B daquele ano, e pouco antes viu o Esquadrão de Aço vencer um timaço do Corinthians na final Taça Maria Quitéria, torneio quadrangular que naquela temporada reuniu também Vitória e Palmeiras.
"Até brinquei na época, dizendo que a gente ia brigar pelo segundo lugar do nosso grupo na primeira fase da Série B, porque a primeira vaga é do Bahia. Acabou que o Bahia nem classificou, mas tinha um bom time", relembrou Capixaba.
De fato, o Bahia daquele ano sequer avançou e por pouco não foi rebaixado à terceira divisão. A Tuna Luso-PA acabou ficando no terceiro lugar entre os seis times. "No ano seguinte, fui emprestado. Depois o Bahia comprou meu passe. Cheguei como aposta, para ser avaliado. Se não desse certo, eu ia embora. O técnico era o Joel Santana. Ele gostou de mim e, graças a Deus, deslanchei no Bahia".
Para o ex-jogador, o seu auge com a camisa tricolor aconteceu em 2001. "Aquela Copa do Nordeste de 2001 marcou muito. Começamos muito mal o Nordestão e, depois que ganhamos para o Vitória, embalamos. Acho que o Vitória nem classificou. A torcida lotou todos os jogos e a gente atropelou aquele timaço do Sport na final", recordou.
Campeão do torneio novamente em 2002, Capixaba foi decisivo no empate em 2 a 2 que garantiu o título ao Bahia, no Barradão. "Em 2002, eu estava machucado e fiquei uns dois meses sem jogar. Voltei antes dos jogos da final. Fui para o banco no primeiro jogo, mas não entrei. No segundo o Bobô me colocou e tive a felicidade de dar aquela arrancada pela direita, olhei para área, vi que tinha dois zagueiros do Vitória e Nonato no segundo pau. Cruzei e o Nonato fez. Ele fazia muitos gols".
A jogada narrada pelo atleta revelado no Rio Branco-ES era corriqueira. "Gostava de jogar mais avançado, pegando a bola e partindo para cima. Eu, fisicamente, não era forte, mas tinha muita força de arrancada. E treinava muito. Eu assimilei isso cedo. Eu não era craque, me achava bom jogador. Unia minha qualidade técnica e a minha força física. Eu me destacava por isso. Graças a Deus isso me ajudou muito. Quando eu partida para cima, era difícil me parar. O pouco de habilidade que eu tinha".
Torcida - No bate-papo com o iBahia Esportes, Capixaba fez questão de destacar a força da torcida do Bahia, que o impressionou logo na chegada. "Você pensar em um cara que jogou em clubes menores e chegar num time grande com uma torcida daquela. Era uma diferença enorme. Estava acostumado a jogar para 5 mil pessoas, daqui a pouco tinha a Fonte Nova lotada. Teve um torcedor uma vez, que lavava carros, e me disse que deixava de comprar comida para ir ver o Bahia. Aquilo ali mexia com a gente. O torcedor baiano é muito apaixonado por futebol. O torcedor do Bahia é fora de série".
O Vitória - Depois de passagens por São Caetano, Coritiba, Botafogo e Náutico, Luís Carlos Capixaba voltou para a Bahia em 2007. No entanto, ele chegou para vestir vermelho e preto, e não mais azul, vermelho e branco. Contratado pelo Vitória, ele acabou não repetindo o sucesso que fez no Bahia. "No Vitória foi bom. Não foi muito bom, mas foi bom. O problema do Vitória é que eu não comecei muito bem. Como eu falei para você, eu preciso estar bem fisicamente. Só que no Vitória eu não comecei muito bem. Até fui para o banco. Quando eu estava bem, passei a jogar. Só que aí, não sei o que houve, parece que o presidente queria rescindir comigo", explicou Capixaba.
"Não me pagaram nada na época, até foi parar na justiça e tudo. Mas me pagaram já tudo. O Vitória não me deve nada, não. Não tenho nada contra o Vitória. É uma equipe maravilhosa, torcida muito grande. Infelizmente, não tive a passagem maravilhosa que tive no Bahia", complementou o ex-jogador, afirmando que também não tem mais nada a receber do Bahia.
Gratidão - Luís Carlos Capixaba passou quatro temporadas no Tricolor. Em nenhum outro time ele ficou por tanto tempo. Por nenhum outro ele ficou com tanta gratidão. "O Bahia foi um trampolim, foi uma universidade para mim. Tenho para mim como a universidade do futebol. Graças a Deus eu passei pelo Bahia. Aprendi muito. Aprendi a gostar muito do povo baiano. Até falo com minha esposa. As pessoas perguntam qual eu mais gostei. A torcida do Bahia é fora de série. É uma coisa inexplicável, a paixão da torcida do Bahia".

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