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Por onde anda? Ídolo do Vitória, Chiquinho hoje é comentarista

Revelado no Sport, ele hoje está com 38 anos e parou de jogar futebol só em 2012, mas não conseguiu se afastar do esporte

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02/10/2014 às 12:00 • Atualizada em 01/09/2022 às 19:46 - há XX semanas
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Chiquinho comenta jogos de Sport, Santa Cruz e Náutico
Francisco Carvalho da Silva Neto, para os íntimos Chiquinho, hoje com 38 anos, se aposentou da carreira de jogador, mas não conseguiu se afastar do futebol. Morador de Olinda, o ex-atleta atualmente é comentarista de jogos de futebol da Globo Nordeste, em Recife. O ex-atleta, que começou sua carreira no Sport Recife, foi ídolo do time de Pernambuco e também do Vitória. Revelado em 1994 na equipe pernambucana, Chiquinho participou de uma das gerações mais talentosas do Leão da Ilha, junto a Juninho Pernambucano, Leonardo, Dário, Adriano e Bosco. No Vitória, o ex-jogador chegou em 97. Suas boas atuações o levaram para a Seleção Brasileira. No entanto, estava machucado e não conseguiu atuar na partida que poderia ser o carimbo para as próximas convocações. Após o chamado de Zagallo, mesmo não atuando com a camisa da seleção, torcedores do Leão da Barra passaram a admirar ainda mais Chiquinho.Com três passagens pelo Rubro-Negro baiano (97 a 98; 2000 a 2002; 2003), ele conseguiu a identificação com a torcida baiana e logo se tornou ídolo também em Salvador. Em conversa com o iBahia Esportes, Chiquinho falou como está sua vida, opinou sobre a atual fase do Rubro-negro baiano e aproveitou para criticar a postura de alguns atletas que estão atuando no futebol profissional atualmente. Confira o bate-papo: O que você está fazendo atualmente?"Estou há um ano sendo comentarista da TV Globo do Recife. Comento os jogos de Sport, Santa Cruz e Náutico. Estou gostando muito dessa área, não pensei que fosse me identificar tanto assim. Se dentro de campo a gente tem que se preparar para os jogos, na TV também precisa de um preparo. Por isso comecei a fazer faculdade de jornalismo, estou no segundo período. A rotina tem sido um pouco cansativa, porque estou na emissora quase todos os dias e ainda tenho que ir para a faculdade, mas, na medida do possível, estou conseguindo executar as minhas atividades, até porque meus professores estão sendo bem flexíveis com os meus horários".Depois de ter parado em 2009, o que te fez voltar a jogar em 2012?"Meu último clube foi o CRB em 2009. Mas aí Nereu Pinheiro, meu técnico no início de minha carreira, o cara que me deu oportunidade de aparecer no Sport, me chamou para disputar o Campeonato Pernambucano (2012), da segunda divisão, pelo Olinda. Como foi um pedido dele, eu atendi. Sou muito grato a ele. Na oportunidade, quase que a gente consegue o acesso. Mas não deu, ficamos pela semifinal. Foi uma experiência muito boa. Mesmo com 36 anos, eu estava bem fisicamente, porque sempre me preparei muito. Claro que não tinha como ter o mesmo ritmo da garotada, mas eu participei de quase todos os jogos. De 24 partidas eu fiz 19. Só não foi melhor porque a gente não subiu. Depois do Olinda, eu parei de vez. Terminei com quem me deu a oportunidade de começar".
Se estivesse em atividade, qual clube você escolheria jogar? "Um clube que eu gostaria de ter jogado mais tempo foi o Fluminense. Quando eu pertencia ao Vitória, fui emprestado ao clube carioca, no entanto eu me machuquei logo. Joguei apenas um jogo. Passei cerca de quatro meses lá, mas logo retornei para Salvador. Minha vontade de jogar pelo Fluminense é mais para atender um sonho de minha mãe, que queria me ver atuando com a camisa do time das Laranjeiras".
Você começou a carreira no Sport. Entretanto, passou um bom tempo no Vitória. Qual o time que faz seu coração bater mais forte? O Leão da Ilha ou o da Barra?"Eu tenho um carinho muito grande pelos dois clubes. No Sport eu comecei. O Leão da Ilha me deu a oportunidade de aparecer para o Brasil, como jogador. Aqui eu tive a oportunidade de jogar ao lado de grandes craques do futebol brasileiro, como por exemplo o Juninho Pernambucano. Logo depois, eu fui pro Leão da Barra, um time que me acolheu de um jeito que eu nunca vou esquecer. Passei ao todo, com as idas e vindas no Vitória, cerca de seis anos. Esse clube nunca me abandonou, principalmente nas horas mais difíceis. Tive minhas lesões, minhas complicações, mas o time sempre tinha o cuidado de estar me avaliando e cuidando de mim. Portanto, eu não tenho distinção de nível de amor pelos dois clubes. São clubes importantes na minha carreira. O Vitória pela minha sequência e no Sport pelo meu começo".
O que você está achando do Vitória atualmente?"A atual situação do clube não condiz com o que ele representa nacionalmente. Sei que o Vitória passou por momentos complicados, como a queda para terceira divisão, mas logo retornou ao seu lugar. É um time grande. Acho que a equipe está passando por essa situação porque faltou planejamento na hora certa. O elenco é muito forte, porém foi montado muito tarde. Além disso, contou com a perda de alguns atletas. Acredito no potencial desta equipe e sei que irá sair dessa".
Tem algum tipo de decepção por ser convocado para Seleção Brasileira e não ter a oportunidade de jogar?"Eu não diria decepção, mas sim frustração. Eu estive em uma época em que tinha grandes nomes no futebol, momento esse que uma posição na Seleção Brasileira valia ouro. Eu fui convocado para o jogo contra Camarões, mas cheguei lá sentindo algumas dores. Informei ao Zagallo e ele me disse para ficar tranquilo, que outras oportunidades viriam. Mas não veio. Não coloco culpa nele, porque eu sei como era disputado cada vaga. Fiquei triste na hora, mas depois eu me dei conta do que aquilo representava para mim. Além de vencer a disputa entre os atletas que queriam chegar à seleção, eu vencia a barreira de ser um jogador nordestino para ser convocado para defender a amarelinha".
O que mais te chama atenção no futebol atual?"A falta de profissionalismo de alguns atletas hoje. Estamos vivendo em uma era em que os jogadores têm todo tipo de aparato. Eles têm acompanhamentos de nutricionistas, de médicos especializados, além de um salário altamente acima dos padrões em que eu vivia. Enquanto os jogadores que jogaram comigo ou contra, não tinham isso, mas se dedicavam ao máximo para dar o melhor dentro de campo. Respeitávamos o clube, os torcedores e a nós mesmos enquanto profissionais".
*Sob supervisão do repórter Hailton Andrade

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