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Quem é Beatriz Ferreira, colecionadora de nocautes baiana

Ao garantir terceira medalha do boxe brasileiro nesta edição, Beatriz igualou campanha de Tóquio-2020 com Londres-2012

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Redação iBahia

03/08/2021 às 9:30 • Atualizada em 31/08/2022 às 15:44 - há XX semanas
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Fazendo jus à expectativa que lhe foi dada, Beatriz Ferreira garantiu o pódio em Tóquio-2020, e a medalha foi a oitava brasileira e terceira nesta edição – igualando a campanha de boxe desta edição com a de Londres-2012. Além disso, se tornou a segunda boxeadora brasileira a conquistar uma medalha olímpica, depois de Adriana Araújo ter levado o bronze em 2012.
A pugilista, de 28 anos, que representa a modalidade na categoria peso-leve feminino (até 60kg), emendou duas vitórias nesta Olimpíada: nas oitavas, contra a taiwanesa Shih-Yi Wu; nesta terça-feira, pelas quartas, venceu Raykhona Kodirova, do Uzbequistão.
A conquista do primeiro duelo foi considerada de forma unânime pelos juízes, devido ao bom desempenho de Bia, que enfrentou uma oponente visivelmente mais alta que ela. Aos espectadores, a impressão era que tinha sido uma luta “tranquila” para a brasileira, mas, ao descer do ringue, ela negou.
— Fácil nada. São cinco anos treinando para isso aqui. Eu estava pronta. Me senti confiante, confiei nos meus corners. Estava conseguindo executar tudo que eu já tinha pensado — disse ela.
— Na Europa, ela luta muito com meninas mais altas, que cobrem ela. Ainda brinco: “O lugar mais alto é o seu, para você conseguir ficar do tamanho delas” — conta o pai da atleta.
Bia tem o boxe quase como uma herança de família; uma instituição que herdou e, graças ao esforço, levou ao ponto máximo que o esporte permite. O pai dela também era lutador. Agora, Raimundo Ferreira, ou Sergipe – como é conhecido – atua apenas como treinador.
Quando ela colocou a luva pela primeira vez, tinha apenas 4 anos e ainda morava em Salvador. Aos 14 anos, se mudou para Juiz de Fora, em Minas Gerais, e, lá, floresceu nos ringues. Já que não podia lutar em competições oficiais, treinava. Da primeira vez que competiu em um Campeonato Brasileiro, entrou nos 69kg, uma categoria acima da que disputa, contra uma rival que também era mais alta. Beatriz nocauteou a oponente com 30 segundos de luta.
Treinando em São Paulo, com melhores possibilidades de desenvolvimento, começou a entrar em torneios abertos e ser paga. Não demorou muito para ingressar na seleção e participou da Vivência Olímpica da Rio-2016, programa promovido pelo Comitê Olímpico Brasileiro para jovens talentos, em que foi reserva de Adriana Araújo.
De lá para cá, vislumbrou o futuro pódio e despontou nos ringues, colecionando ouros: no Torneio de Belgrado, em 2017; no Pan-Americano de Lima-2019; e no Mundial de Boxe, também em 2019, se consagrando como melhor do Mundo na sua categoria.

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