Restando apenas seis dias para o início da Copa do Mundo no Brasil, o
iBahia fez um rápido resumo para você ficar por dentro de quem, das 32 seleções participantes do torneio, deve ou pode chegar à final, além dos que podem surpreender durante os próximos 30 dias. Finalistas da última Copa das Confederações, Brasil e Espanha aparecem como grandes favoritos. Os holofotes, sem dúvidas, estarão voltados individualmente para Messi, Neymar e Cristiano Ronaldo, mas coletivamente a Bélgica pode surpreender com um time totalmente renovado. Confira abaixo.
Favoritos -
BrasilÚnica seleção pentacampeã do mundo, o Brasil chega, após o título da Copa das Confederações em 2013, como favorito à conquista do troféu ao lado da Espanha. Sob a orientação de Felipão, técnico que leva a fama de saber jogar este tipo de competição e que já foi campeão em 2002, a equipe tem tudo para chegar ao hexa. Além disso, trata-se de uma grande oportunidade para Neymar se fixar de vez como um dos melhores jogadores do mundo, após um início de temporada regular no Barcelona. O grupo é forte, jovem e rápido, mas se tem algo que pesa a favor de uma zebra é a inexperiência da equipe, já que 17 dos 23 jogadores convocados nunca jogaram uma Copa do Mundo.
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Em clima de descontração, jogadores brasileiros se preparam para o Mundial |
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EspanhaAtual campeã do mundo e com um futebol que revolucionou o esporte nos últimos quatro anos, o 'tiki-taka' espanhol pode e deve chegar, no mínimo, às semifinais do torneio. A base de 2010 foi mantida, com a inclusão de alguns nomes fortes como o de Diego Costa, atacante brasileiro naturalizado. O jogador do Atlético de Madrid foi o vice-artilheiro do Campeonato Espanhol e, talvez, a grande revelação da temporada, mas não começa a competição 100%, já que vinha de lesão e quase foi cortado da lista final de convocados. O entrosamento é o ponto forte dos espanhóis, mas se não respeitarem os adversários podem ser surpreendidos, principalmente porque começam a Copa em um grupo traiçoeiro, com Holanda, Chile e Austrália.
AlemanhaAs estatísticas falam por si só. Com três títulos mundiais já conquistados, a Alemanha vem de dois terceiros lugares e um vice-campeonato nas últimas três Copas (2010, 2006 e 2002). Os dados mostram que a equipe de Joaquim Low está sempre chegando e em 2014 não deve ser diferente. Com a mescla da nova geração, onde constam nomes como Mário Götze, Marco Reus e Julian Draxler, com a base das últimas copas, que inclui Neuer, Schweinsteiger, Lahm e Klose, o time alemão tem um dos mais fortes plantéis do torneio. Chega como uma das candidatas à final.
ArgentinaFinalizando o grupo dos principais candidatos ao título, não há como excluir os hermanos do favoritismo em qualquer competição que entrem. Não só pelo já reconhecido talento e tradição de uma bicampeã do mundo, mas também pelo fator Lionel Messi. Principal Copa do Mundo da carreira do jogador, eleito quatro vezes consecutivas o melhor do planeta, a Seleção deve se apoiar sobre os dotes de 'la pulga' e aproveitar a boa fase de nomes como Angel di María e Sergio Agüero para conseguir chegar longe. O calcanhar de Aquiles, mais uma vez, fica na defesa, tecnicamente bem inferior às demais seleções de ponta.
Podem chegarHolandaAtual vice-campeã do mundo, o time holandês é forte e sempre desperta respeito nos demais adversários, mas chega fragilizado com as ausências de Kevin Strootman, Rafael Van der Vaart e Jetro Willems, cortados por lesão. Além disso, Robin Van Persie, um dos principais nomes do time, se machucou no amistoso contra o País de Gales e ainda não sabe se poderá atuar nas primeiras partidas. Mesmo assim, Robben e o carrasco do Brasil em 2010, Wesley Sneijder, terão auxílio de novos talentos como o meia Clasie, chamado de 'novo Xavi' pela imprensa europeia. No ataque, Huntelaar e Kuyt esbanjam força física e possuem pouca técnica, compensada no talento de Persie. Se fizer valer a força de seu nome, a Holanda pode chegar, como há quatro anos.
ItáliaCom um time muito experiente, a tetracampeã do mundo é forte coletiva e individualmente. Tem sua espinha dorsal formada por Buffon, Chiellini, Bonucci, Marchisio, De Rossi, Pirlo e Balotelli. O volante da Juventus, aliás, segue desfilando um ótimo futebol mesmo aos 35 anos, com passes e lançamentos precisos, além da já conhecida bola parada mortal. De 2006, ano da sua última conquista para cá, a Itália perdeu a característica de ser um time baseado em seu fortíssimo sistema defensivo e resolveu, como se diz no meio, sair para o jogo. O time possui gratas surpresas da temporada como o meia Marco Verratti, do PSG e os atacantes Alessio Cerci, Immobile e Insigne. Por isso, pode chegar longe como habitualmente, mas pode também esbarrar na armadilha que é Mario Balotelli. Quando quer jogar, o jovem e polêmico atacante é um dos melhores na posição; quando não quer, termina prejudicando o esquema de toda a equipe.
InglaterraO time inglês neste ano não contará com a presença de Theo Walcott, mas o atacante do Arsenal, fora da lista dos 23, não fará assim tanta falta ao elenco inglês, que tem como sua principal credencial a tradição. O retrospecto negativo pesa, já que a Inglaterra não vêm de boas participações nas últimas Copas, caindo nas oitavas em 2010 e nas quartas-de-final em 2006, mas pode ser justamente nisso que a equipe pode se apoiar para ir além em 2014. O time tem bons nomes, mas está longe dos seus tempos áureos. Wayne Rooney é o craque do time, que conta ainda com Gerrard, Lampard e Joe Hart, goleiro campeão inglês pelo Manchester City. Aparecem como revelações Wilshere, Phil Jones, Luke Shaw, Chamberlain e Sterling, todos com 22 anos ou menos.
FrançaA campeã do mundo de 1998 teve um golpe duríssimo nesta sexta-feira (6) com o corte do craque do time, Franck Ribéry, que sofreu uma lesão nas costas. Nenhum jogador do time tem o talento do camisa 7 e, sem a convocação do meia Samir Nasri, do Manchester City, o grupo perdeu ainda mais em opções para mudar o panorama de uma partida, mas assim como a Costa do Marfim, os franceses deram a sorte de estar em um grupo teoricamente fraco, com Suíça, Equador e Honduras. Podem fazer valer o peso da camisa no mata-mata. Tem um time forte, com nomes como Lloris, Varane, Sakho, Evra, Sagna, Matuidi, Pogba, Benzema e Giroud, mas falta um jogador que chame a responsabilidade para si e tenha a liderança do grupo, como era Ribéry.
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Ribéry foi a grande baixa da Seleção Francesa nesta Copa do Mundo |
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Correm por foraUruguaiPrincipal nome da equipe, o atacante Luis Suárez teve que passar por uma cirurgia de emergência no joelho por conta de uma lesão nos meniscos às vésperas do Mundial e mesmo que se recupere a tempo não estará 100% fisicamente no torneio, mas ainda assim pode desequilibrar. O jogador só faltou fazer chover no Campeonato Inglês da última temporada, onde foi artilheiro com mais de 30 gols e vice-campeão pelo Liverpool. Praticamente carregará o time nas costas, mas é na vontade de vencer que os uruguaios levam vantagem. A equipe de Óscar Tabárez sempre acaba dando trabalho as demais. Em 2010, caiu na semifinal.
PortugalO nome da vez no Brasil é Cristiano Ronaldo. O gajo, sem dúvidas, vive o melhor momento da sua carreira, sendo campeão da Copa do Rei e da Liga dos Campeões pelo Real Madrid, além de ter sido o artilheiro do campeonato espanhol. Também foi dos seus pés que saíram a classificação portuguesa, suada, contra a Suécia na repescagem europeia. No geral, a equipe de Paulo Bento é mediana, mas se o coletivo funcionar bem e CR7 chamar a 'responsa', nossos colonizadores podem se sair bem, embora tenham caído em um grupo que pode dificultar as coisas, com Alemanha, Gana e Estados Unidos. Vale lembrar que, dentre os jogadores convocados para esta Copa, ninguém fez mais gols na carreira do que o atacante, atual melhor jogador do mundo.
BélgicaTem potencial para ser a sensação dessa Copa do Mundo. A Bélgica nunca teve uma equipe tão qualificada para disputar um mundial, a começar pelo goleiro Courtois, campeão espanhol e vice da Liga dos Campeões pelo Atlético de Madrid, passando pelos zagueiros Kompany, campeão inglês pelo Manchester City e Vermaelen, campeão da Copa da Inglaterra pelo Arsenal; no meio bons nomes como Dembelé, Fellaini, Defour, de Bruyne, Januzaj, Witsel e o craque do time, Eden Hazard, do Chelsea. No ataque, Lukaku e Mertens devem fazer as vezes. Um time jovem e talentoso, que se não chegar longe, ao menos tem condições de apresentar um excelente futebol no torneio.
Costa do MarfimDentre as seleções africanas na Copa, é a melhor. No mesmo grupo que Japão, Colômbia e Grécia, a Costa do Marfim pode aproveitar para cavar uma classificação antecipada e tentar a sorte no mata-mata. Mesmo aos 36 anos, o atacante Didier Drogba ainda causa terror nas zagas inimigas. O time conta com outros bons valores, como o atacante Gervinho, da Roma; Kalou, do Lille e do zagueiro Kolo Touré, do Liverpool. No entanto, o destaque da seleção marfinense hoje é Yaya Touré. O experiente volante do Manchester City foi campeão e eleito o melhor jogador no campeonato inglês da última temporada. Aos 31 anos, ainda desperta interesse de grandes clubes na Europa. Tem força, técnica, chuta bem, tem bom passe e boa estatura. Com a estratégia certa, os africanos podem surpreender.
*Sob a supervisão do editor-chefe Rafael Sena.