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Salários atrasados viram preocupação no Bahia: "afeta"

Diretor de futebol, Rodrigo Pastana admite atraso e fala das dificuldades do clube. Gilson Kleina também comenta o assunto

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07/10/2014 às 12:45 • Atualizada em 01/09/2022 às 19:36 - há XX semanas
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Sem previsão de pagamento dos atrasados, o Bahia deve dois meses de salários aos seus jogadores profissionais. Comissão técnica e funcionários estão com os vencimentos em dia. Nesta terça-feira (7), 5º dia útil do mês de outubro, os atletas cobraram uma posição do clube e o diretor de futebol, Rodrigo Pastana, conversou com eles no campo de treinamento do Fazendão.
"Havíamos feito uma reunião há 15 dias atrás e fechado um pacto para quatro jogos: Figueirense, Vitória, Sport e Flamengo. O objetivo foi alcançado dentro daquilo que foi solicitado. Quanto ao grupo, não temos o que falar. Eles estão extremamente comprometidos, eles têm feito a parte deles. Nós da diretoria não conseguirmos ainda fazer a nossa no que diz respeito a parte financeira. E aí eles pediram para que a gente trocasse uma ideia", explicou Pastana, em entrevista coletiva.
Apesar dos gestos feitos durante a conversa, o diretor de futebol do Bahia garante que tudo ocorreu de maneira tranquila e tentou justificar os atrasos. "Os gestos são normais. Tem muitos paulistanos ali, como eu mesmo, que falam com as mãos, são normais. Foi tudo numa boa. Estávamos conversando sim sobre posicionamentos financeiros. Posicionamentos esses que não se resolvem da noite para o dia, até pelo bloqueio que tem hoje de algumas contas, algumas pendências trabalhistas, e também do problema da Globo de antecipação de cotas, que não está sendo autorizado". Veja como está a classificação da Série A
Sem previsão - De acordo com o dirigente, o clube não pôde dar aos jogadores um prazo para pagamento dos vencimentos atrasados. "Essa previsão não foi dada exatamente. A gente precisa de alguns feedbacks, principalmente das instituições financeiras, para a gente poder dar essa data. Essa data não foi dada. A gente acredita que em 15 ou 20 dias, no máximo, isso será resolvido. Mas essa data definitiva não foi dada. Eles sabem disso. Aqui agimos com a realidade, com a verdade. Não vamos dizer uma data que não possa ser feita. Com calma até sexta-feira a gente define uma data".
Preocupação - O técnico Gilson Kleina também comentou o assunto envolvendo os atrasos salariais e admitiu que isso pode ser um problema. "A gente está administrando várias situações. Acredito que sempre com transparência tudo aquilo que o clube pode dar uma satisfação para o elenco, acho que o caminho que a gente tem que levar é da seriedade. Ao mesmo tempo em que esse grupo reivindica, é um grupo sério, que está em uma crescente, mas também é uma coisa que afeta. Não vou negar para vocês. A cabeça não é a mesma. Atleta com problema é um homem com problema. É o mesmo. A diferença é que ele troca para vir ao campo e depois troca para ser o pai da família, o marido, o filho... A gente sabe que as pessoas que trabalham no futebol ajudam muita gente. Isso chega um momento que também começa a atrapalhar", disse.
O comandante tricolor sabe que o atraso salarial é um mal que atinge vários clubes do futebol brasileiro, mas cobra mudanças e crítica o atual cenário do país. "No futebol brasileiro muitos clubes estão passando por essa situação, mas tem que ter uma organização, tem que acabar isso no futebol brasileiro. Essas situações de salários atrasados, premiações, isso cada vez mais... a gente que está há algum tempo no meio da bola sabe que não é um caminho bom. O caminho começa a desvirtuar".
Espera - Rodrigo Pastana concorda que o atraso não é justo e espera que o problema seja solucionado o quanto antes. "Todo mundo tem suas contas para pagar. Nós, eles, e não é justo que o trabalhador trabalhe, ainda mais da forma como eles estão trabalhando, super comprometidos e alcançando os objetivos do clube, que é sair da zona de rebaixamento, e não sejam pagos". Ainda segundo o dirigente, a remuneração é prioridade neste momento. Algumas premiações também estão atrasadas, mas o foco será o pagamento dos salários.
Preparando a equipe para enfrentar o Santos, quinta-feira, na Vila Belmiro, o técnico Gilson Kleina também aguarda uma solução rápida e segue trabalhando para que os atletas mantenham o foco no que vêm fazendo no Campeonato Brasileiro e na Copa Sul-Americana.
"A gente tenta motivar eles da mesma maneira. Eles mostraram profissionalismo. Depois da reunião, treinaram forte. Claro que a cabeça não está voltada só para o trabalho de campo. Começa a se preocupar com outras coisas. A diretoria também, dentro da sua possibilidade, está fazendo de tudo para as coisas poderem colocar em dia, que é de fundamental importância, até pelas pretensões nossas, já que estamos em duas competições muito importantes", finalizou.

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