Interditado após o acidente que vitimou sete pessoas na Fonte Nova, o Ginásio Esportivo Antônio Balbino, o Balbininho, foi o primeiro anexo do estádio a ser demolido, também em 2010. Cinco anos depois da tragédia, a capital baiana continua sem um equipamento que abrigue o esporte olímpico. Palco de grandes eventos nas últimas décadas - lutas de boxe, seleção brasileira de vôlei -, o ginásio passou por um processo de defasagem. Mesmo antes do acontecimento, já era alvo de queixas e reclamações por parte de atletas e federações.
Com a demolição do antigo estádio foi-se também a piscina olímpica da Vila, único equipamento com dimensões oficiais na capital baiana. Escolinha de boxe, judô e ginástica também funcionavam no local. Sem um espaço adequado para treinar, atletas são obrigados a deixar o estado e procurar abrigo em outras regiões, o que preocupa o ex-nadador e medalhista olímpico Edvaldo Valério, hoje aposentado."Eu comecei a nadar com treze anos e passei toda minha vida na Vila Olímpica. Hoje vejo com total tristeza o descaso que fazem com o esporte olímpico. Não só a natação, mas todo esporte amador. Com a demolição da Fonte Nova destruíram a piscina olímpica e o ginásio, o Balbininho, e durante todo esse tempo nenhum outro ginásio foi construído. Temos que buscar um espaço entre o futebol e o esporte amador, não criticando o futebol pois eu sou um consumidor, mas o futebol vem engolindo o esporte amador", disse Edvaldo Valério, medalhista de bronze no revezamento 4x100, nas Olimpíadas de Sidney, em 2000.
No atual projeto da Arena Fonte Nova está previsto a construção de um anexo onde ficava o antigo ginásio. Porém, o local não será usado para práticas esportivas, mas para a realização de shows, feiras e eventos. O início da construção do espaço está previsto para depois da Copa do Mundo de 2014. Durante o Mundial, o espaço será utilizado pela Fifa para montagem de estruturas.Ginásio Esportivo de Cajazeiras - Apresentado em 2008 como solução para o esporte amador, o Ginásio Esportivo de Cajazeiras teve sua construção iniciada em março de 2010 e ainda não foi concluído. Segundo o site Transparência Bahia (portal do Estado da Bahia que informa o repasse de cada órgão) a Superintendência de Construções Administrativas da Bahia (SUCAB) repassou a empresa Tekton Construtora LTDA o valor de 891.271,86, no período de janeiro a dezembro de 2010. Porém, o equipamento, que está orçado no valor de R$ 2.806.000,00, teve sua construção paralisada. Procurados pelo iBahia Esportes, o secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (SETRE), Nilton Vasconcelos, e o diretor geral da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), Raimundo Nonato Tavares da Silva, o Bobô, não foram encontrados para comentar o assunto.Outra solução seria o Complexo Esportivo de Pituaçu. Desde de 2011, o governo Federal liberou R$ 20 milhões para a construção do equipamento que contará com todo aparato necessário para a prática esportiva, mas as obras de adaptação do estádio, totalmente reformado e entregue em 2009, continuam no papel. Pituaçu será um dos centros de treinamentos da Copa do Mundo de 2014."Quando a Fonte Nova foi demolida rapidamente reformaram o estádio de Pituaçu, mas nada fizeram pelos outros esportes. O projeto de uma piscina olímpica em Pituaçu nunca saiu do Papel, isso é muito triste. É extremamente vergonhoso saber que a Bahia possui apenas uma piscina olímpica, em Valença, enquanto outros estados nordestinos possuem três, quatro equipamentos. Os clubes tradicionais estão fechando suas portas, não existe mais locais para praticar esportes em salvador", bradou Edvaldo.
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