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Foto: Gilvan de Souza/CR Flamengo/Divulgação |
Pressionado no comando no Flamengo, Cristóvão Borges resolveu se abrir e falar sobre um assunto muito delicado no país: o racismo. Para o técnico rubro-negro, a intolerância com ele é menor por ser negro. “Venho sofrendo críticas que fogem do padrão normal do futebol. Existem as críticas exacerbadas e, por serem sistemáticas, parecem perseguição. Algumas têm conotação racista”, comentou em entrevista concedida à ESPN na sexta-feira, mas veiculada somente nesta segunda. “Começam com as críticas insistentes. No conteúdo de algumas delas, tem essência racista. Disseram por exemplo, que deixaram de trazer o Osvaldo de Oliveira para trazer o ‘Mourinho do Pelourinho’. E tudo que acontece no Flamengo, ganha uma projeção maior.” O comandante flamenguista lembrou da já conhecida característica do brasileira de não se considerar racista, mesmo com a realidade mostrando o contrário. “Como sou negro, eu consigo identificar o racismo de longe. Mas isso é uma coisa que acontece e não atrapalha, porque tenho que estar preparado pra isso. Se passa do limite, vou buscar meus direitos. O racismo no Brasil é camuflado, mas ele existe e é forte.” E por fim, analisou o motivo de estar sofrendo com esse tipo de pressão desde que assumiu o Fla. “O racista vê o negro como uma pessoa que deve dizer “amém” pra tudo. E eu sou visto como abusado, porque não aceito essa imposição”.