Carlos Falcão renunciou à presidência do Vitória na noite desta segunda-feira (23) e ao que parece, o torcedor não deve sentir muitas saudades do agora ex-dirigente, já que em apenas 15 meses de gestão, o clube perdeu bastante em resultados. Do início de 2014 até aqui, o Leão acumulou eliminações, sem falar no rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro. Em uma rápida retrospectiva, o
iBahia listou algumas tragédias sofridas pelo Rubro-Negro durante a passagem de Falcão pela presidência; confira.
Vice-campeonato no Baianão 2014O Campeonato Baiano do ano passado foi o primeiro deslize do Vitória na gestão de Carlos Falcão. Em um formato onde a dupla Ba-Vi começou a competição já na segunda fase, o time do então técnico Ney Franco teve um aproveitamento de quase 80%, com 6 vitórias, um empate e uma derrota em oito jogos, classificando-se na primeira colocação geral. Nas semifinais, um massacre diante do Vitória da Conquista por 8 a 1 no placar agregado credenciava o Vitória como favorito, mas como clássico é sempre clássico, na final da competição, o tabu de Ney Franco, que não havia vencido nenhum Ba-Vi naquele ano, permaneceu. Com uma derrota por 2 a 0 na Arena Fonte Nova e um empate em 2 a 2, no estádio de Pituaçu, o Leão perdeu o título para o maior rival, que conquistara o seu 45º.
Eliminação na Copa do Nordeste 2014Uma eliminação pode acontecer para qualquer time, em qualquer competição, mas a sofrida pelo Vitória na Copa do Nordeste do ano passado dificilmente será esquecida pelos torcedores. Antes mesmo do vice-campeonato no Baianão, Ney Franco e sua turma sofreram diante do Ceará nas quartas de final do torneio. No estádio de Pituaçu, empate em 1 a 1 após sair perdendo. No jogo de volta, no estádio Presidente Vargas, um verdadeiro massacre: 5 a 1, com direito a hat-trick de Bill. Por coincidência (ou não), o Vitória havia sido eliminado pelo mesmo Ceará na Copa do Nordeste 2013, quando também foi goleado, só que por 4 a 1.
Um BaVi em seteA dupla BaVi se enfrentou em sete oportunidades desde que Carlos Falcão assumiu a presidência do clube, mas o dirigente só viu seu time ganhar uma única vez, por 2 a 1, no Campeonato Brasileiro 2014, na Arena Fonte Nova. Nas outras seis, foram quatro empates (dois por 1 a 1 e dois por 2 a 2) e dois triunfos do rival por 2 a 0, ambos na Arena, deixando a torcida do Leão bem insatisfeita.
Eliminação na Copa do Brasil 2014Na Copa do Brasil do ano passado, o Leão sequer passou da primeira fase. O adversário da vez foi o JMalucelli, do Paraná. Adversário este responsável por segurar dois empates em 1 a 1 e sair vitorioso nas cobranças de pênalti realizadas no Barradão: 5x3. Mais uma decepção para Ney Franco e sua turma.
Copa Sul-Americana 2014A dupla BaVi vinha bem na competição e tinha a chance de se encontrar nas quartas de final, protagonizando um clássico inédito em competições internacionais. No entanto, os dois acabaram não dando esse gostinho ao torcedor baiano. No caso do Vitória, pior ainda, já que na altitude de Medelín, contra o Nacional (COL), o Rubro-Negro conseguiu um empate por 2 a 2 e trouxe a possibilidade de classificação para o Barradão. A mística da casa, no entanto, não ajudou mais uma vez e com um gol aos 24 minutos de partida, Bocanegra decretou a saída dos baianos da competição, gerando revolta na torcida: 1 a 0.
Rebaixamento para a Série BDepois de uma bela campanha em 2013, com um futebol empolgante e um quinto lugar na tabela de classificação, o Vitória passou longe de ser o mesmo time no Brasileirão 2014. Se antes jogar no Barradão era sinal de desespero para os adversários, passou a ser sinal de oportunidade para pontuar fora. O time desperdiçou alguns pontos e se complicou na tabela. Em determinado momento, até conseguiu se manter fora da zona do rebaixamento, mas o tempo foi passando e a equipe mostrou cada vez menos força, terminando o torneio com uma derrota para o Santos por 1 a 0, em pleno Barradão, e uma 17ª colocação, resultando na queda para a Série B ao lado de Bahia, Botafogo e Criciúma. Os empates em casa contra Goiás e Coritiba, pelas 27ª e 35ª rodadas, respectivamente, refletiram bem o que era o time na ocasião.
Eliminação precoce no Baianão 2015 e ausência na Copa do Nordeste 2016O estopim para a renúncia de Falcão foi o mais recente vexame do Vitória: a eliminação precoce do Campeonato Baiano, nas quartas de final, com uma derrota dentro do Barradão para o Colo Colo por 2 a 0. Depois de vencer em Ilhéus por 2 a 1, o Rubro-Negro podia perder por até um gol de diferença, que mesmo assim se classificaria para a fase seguinte, mas não foi capaz de conseguir o feito. Destaque para Neto Baiano, que perdeu um pênalti nos minutos finais do encontro. Para piorar a situação, o resultado ainda culminou na exclusão da equipe na Copa do Nordeste 2016, já que só se classificam os três primeiros colocados do estadual. Dois dias depois, Falcão entregou a carta de renúncia para o Conselho Deliberativo do clube.
Falta de planejamentoJorginho, Caio Júnior, Ney Franco, Ricardo Drubscky e Claudinei Oliveira não são apenas nomes de técnicos brasileiros. Há uma coincidência entre eles. Qual? Todos comandaram o Vitória durante a administração de Carlos Falcão. Em 15 meses, cinco treinadores, mais de 30 jogadores e três diretores de futebol — Marcos Moura, Felipe Ximenes e Anderson Barros — tiveram passagem pelo Leão, uma clara amostra de que o planejamento feito pelo clube no início das temporadas não vem sendo bem elaborado — ou seguido.
Queda de produção nas divisões de baseEm tempos de outrora, as divisões de base do Vitória eram temidas em qualquer categoria, por qualquer adversário. Grandes atletas já saíram da fornalha Rubro-Negra, mas já há algum tempo isso não acontece. Para piorar, em 2014 o time sub-20 perdeu o título estadual para o Bahia e, junto a isso, a hegemonia dos últimos anos em competições do gênero.
Derrota no remoImplantado no clube logo após o cricket, a equipe de remo do Vitória, referência em âmbito regional, já não segue os mesmos padrões. Em 2014, ficou com o segundo lugar na Copa Norte/Nordeste, disputada em Brasília; perdeu o título do Campeonato Baiano para São Salvador após doze títulos consecutivos e ficou com a prata no Campeonato Brasileiro Juvenil. Sucessivas quedas de rendimento para um clube com tradição no esporte.
