O Bahia encerrou seu primeiro semestre no dia 12 de junho, ao perder para o Internacional, 3 a 1, pelo Brasileirão. O tricolor, no entanto, terminou essa primeira etapa do torneio entre os oito primeiros colocados e com perspectiva tranquila para a sua sequência. Mas as eliminações precoces nas Copas Sulamericana e do Nordeste dão ao primeiro semestre do tricolor um saldo negativo.
Foram incríveis 40 jogos do Bahia no ano até aqui, com 19 triunfos, 12 empates e 9 derrotas. O Bahia do então técnico Enderson Moreira começou 2019 esperançoso após terminar o Brasileiro do ano anterior com sua melhor colocação nos pontos corridos - 11º lugar. Também marcou positivamente a bela campanha na Copa Sulamericana, com a polêmica eliminação para o campeão Athletico-PR, e a eliminação frente ao Palmeiras na quartas de final da Copa do Brasil, em jogos bastante disputados.
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Em razão destes resultados havia a expectativa natural do torcedor de campanhas vencedoras no Nordeste e, por que não, na Sulamericana, sem falar no Baianão. Não foi isso que aconteceu. A ausência de Zé Rafael, vendido ao Palmeiras antes da temporada, pesou.
Peça por peça
Apesar do ótimo início de ano do goleador Gilberto, o time não encaixou. Artur Victor teve bom início, mas logo oscilou. Eric Ramires voltou da seleção brasileira sub-20 sem o mesmo futebol que encantou o torcedor no ano passado. A defesa era inconstante e Lucas Fonseca não tinha um parceiro fixo que conseguisse justificar a titularidade.
O planejamento de usar time B no campeonato baiano acabou não acontecendo de forma tão efetiva. Em certos momentos da primeira fase, Enderson acionou o time titular para 'garantir' triunfos. A pressão também aumentou com a chegada de Fernandão. O então treinador não soube lidar bem com o fato de os 2 principais nomes do elenco serem da mesma posição.
Com Gilberto e Fernandão à disposição, Enderson acabou ouvindo a arquibancada e colocando os dois juntos em jogos como na derrota para o Liverpool-URU pela Sulamericana e o empate em 1 a 1 com o Vitória, ambos os jogos na Fonte Nova. Nos dois casos, o time perdeu totalmente o meio campo ao abandonar o 4-2-3-1 padrão e adotar o 4-4-2 sem nenhum jogador com perfil de armação de jogadas.
Sem triunfos nos Bavis, com a classificação à próxima fase do Baianão apenas na última rodada e eliminado na primeira fase de Copa do Nordeste e Sulamericana, não dá para dizer que o Bahia teve um bom primeiro semestre, mas apresentou boas razões para que a torcida acreditasse em um bom campeonato brasileiro.
E boa parte dessa esperança passou pela mudança de técnico. Enderson foi demitido após a derrota para o Sampaio Correa, que resultou na eliminação do tricolor na Copa do Nordeste. Roger chegou e já teve de cara uma eliminatória da Copa do Brasil e a final do Baianão, conquistada diante do Bahia de Feira.
O time não evoluiu de primeira com Roger. Ainda havia indícios do time de Enderson nos jogos, mas uma coisa o novo treinador recuperou: o domínio absoluto atuando em casa: 100% de aproveitamento na Fonte Nova sob o comando do ex-técnico do Palmeiras. O Bahia começou com uma boa campanha no campeonato brasileiro e descobriu uma variação tática que se mostrou bem interessante.
A volta dos 3 volantes
Os duelos contra o São Paulo foram o ponto alto de Roger - e possivelmente do Bahia - neste primeiro semestre. Com Eric Ramires em má fase, Roger recorreu a uma trinca de volantes formada por Gregore, Douglas Augusto e Elton. Três jogadores com bom passe, que marcam bem e sabem sair para o jogo. O Bahia passou a jogar mais na reatividade, algo que foge ao estilo do Roger Machado que ficou conhecido no Brasil inteiro. O tricolor baiano dominou o paulista nas três partidas, empatou no brasileirão e venceu os dois jogos pela Copa do Brasil.
Resta saber como se portará o Bahia do segundo semestre, depois de perder Douglas Augusto, peça importante no esquema de Roger, seja com dois ou três volantes. A janela de transferências está aberta e o tricolor pode perder outras peças, além do volante e do lateral esquerdo Paulinho. A chegada de Lucca, atacante de 29 anos pertencente ao Corinthians e que estava emprestado ao Al-Rayyan, do Catar, deve agregar valor e acirrar uma disputa no ataque. O zagueiro Juninho, 24 anos, e o meia Alejandro Guerra, 33, vindos do Palmeiras por empréstimo, estão sem jogar desde o ano passado, mas especialmente o venezuelano pode fortalecer um setor que ainda parece um mistério após a saída de Douglas.
*sob supervisão e orientação do editor-chefe Rafael Sena
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Redação iBahia
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