Mexicana, pintora, ativista, revolucionária e acima de tudo, mulher. Essas são apenas algumas palavras que descrevem Frida Kahlo, mas que não conseguem evidenciar a complexidade dessa artista.
Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón é um ícone do feminismo até hoje, por ser uma fonte inesgotável de inspiração. Desde muito jovem, ela desmonstrava ser à frente do próprio tempo com atitudes marcantes, personalidade irrevente e, claro, uma real disposição pela vida. Disposição essa que mesmo com limitações físicas, causadas por um grave acidente, não a deixou desistir ou viver isolada.
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Amores tóxicos, abortos, influência política, traições e muitas resignificações eram situações constantes na rotina de Frida, que tinha como essência o amor e o desejo de romper as barreiras impostas pela sociedade.
Inspiração familiar
Frida tinha uma grande família tradicional e artística. Filha de pai alemão e mãe espanhola desde pequena teve uma saúde debilitada. Mas, nada era impeditivo para ela projetasse os anseios individuais.
A fotografia praticada pelo pai e pelo avô eram vitais para ela. Os passeios com o pai e os inúmeros momentos em contato com a profissão a deixaram ainda mais livre e com desejo de fazer seus ideais voarem através das telas.
Neste período, data-se que já usava calças do pai por tamanha inspiração pela obra dele. Isso entre 1913 e 1920. Por outro lado, a feminilidade da artista mexicana veio com as irmãs e a mãe. Todas seguiam os costumes impostos pela sociedade utilizando saias longas e trajes coloridos, hoje históricos.
Mas, como Frida se construiu?! Foi o acidente com o bonde que fez a artista se sentir perdida e claro, diante do maior desafio da vida: renascer.
Amor à arte e quebra dos padrões
Se sobreviver é um ato de coragem, Frida Kahlo é uma prova viva de que precisamos fazer valer a pena. Com muita inteligência, ela transformou o ofício da pintura em grande válvula de escape. Ela teve 35 fraturas, e como não tinha como sair de casa, encontrou nas telas uma oportunidade de se ver e transcender.
Parece útopico, mas foi real. Frida resignificou a própria imagem e com sua recuperação acabou se tornando uma mulher política, bela e extremamente sensual. A arte foi auxílio para que ela fugisse dos padrões e é por isso, que boa parte das próprias obras são autoretratos com abordagens explícitas.
Na prática, Frida nunca se importou com padrões estéticos ou convenções sociais. Apesar de nunca ter se intitulado como feminista, ou até mesmo pintado obras com essa temática, durante toda sua vida necessitou se impor frente ao patriarcado.
Com uma herença feminina forte, ela também precisou encontrar uma saída para se reconhecer novamente. E foi através dos atos sociais, dos quadros e também da moda que ela se posicionou.
Batons vermelhos, flores no cabelo e roupas bem coloridas criavam a atenção que ela precisava para si. Inicialmente o objetivo principal era evitar olhares preconceituosos diante do corpo engessado com coletes e, também na contraposição para evidenciar a fala. Mas, depois o conjunto se tornou uma verdadeira identidade.
E tem mais: Frida assumiu a monocelha, os pelos no buço e no queixo, os gessos e tudo que a fazia 'menor', se tornar grandioso. O que fugia do tradicional e era motivo de resistência, se tornou marco.
Lutas feministas
Qualquer semelhança não é mera coincidência. Frida é um símbolo para o feminismo também por ter sido essencialmente mulher e por ter assumido esse poder socialmente. Muitas lutas que hoje ainda são vivenciadas por nós foram travadas por ela, e por outras mulheres, no passado.
Desde muito jovem, Frida assumiu a bissexualidade e os próprios desejos, como mulher. Além disso, aos 22 anos, casou-se com um homem com dobro da idade, viveu o amor intensamente e sim, enfrentou traições e assumiu relacionamentos extraconjugais.
Sonhava em ser mãe, teve dois abortos, transbordou as dores com a mãe e a ama de leite e ao final, optou por dar amor fraternal aos sobrinhos e aos animais.
Juntou-se ao Partido Comunista Mexicano (PCM) e foi apresentada a um círculo de ativistas políticos e artistas, incluindo o exilado comunista cubano Julio Antonio Mella e a fotógrafa ítalo-americana Tina Modotti.
Enfim, viver era essencial e assim Frida fez. Resistência não faltou na vida da mexicana que era doce e potente. Como ela mesmo disse: “Dor, prazer e morte não são mais que um processo para a existência. A luta revolucionária neste processo é um portal aberto à inteligência.”
Salve Frida!
Serviço
Exposição imersiva Frida Kahlo – A Vida de um Ícone
Local: Salvador Shopping, Salvador – BA, Avenida Tancredo Neves, 3133 – Caminho das Árvores;
Período: 05 de outubro a 14 de dezembro de 2022;
Horários: Segunda a sábado, das 10h às 21h; domingo, das 10h às 20h;
Vendas:
Balcão de Ingressos: Salvador Shopping, L1, em frente à loja da Adidas.
Valores
- R$60 inteira e R$30 meia – Todos os dias
- Combo 4 (apenas inteira): compre 4 ganhe 1 – Todos os dias
- Vip Experience: R$120 – Inclui uma pulseira fast lane (o cliente não precisa pegar fila), uma ecobag, um copo, uma bebida e um nacho.
*01 criança até 12 anos, acompanhada de 01 adulto não paga
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Mayra Lopes
Mayra Lopes
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