O mercado de produtos eróticos está cada vez mais em ascensão no Brasil. Em 2020, durante a pandemia da covid-19, as vendas nos sex shops on-line bateram quase R$ 2 bilhões, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual (Abeme).
Apesar do tabu que ainda permeia esse universo, a comunidade LGBTQIAP+ vem acompanhando a evolução que envolve o mercado e consumindo cada vez mais os produtos sensuais. Novos itens, adaptação da linguagem utilizada na comunicação com os clientes e criação de conteúdos educativos nas redes sociais veem favorecendo a quebra de preconceitos quando o assunto é sex shop.
Em entrevista ao Fervo das Cores, do portal iBahia, Jordana Sena, que é empreendedora da Donna Boutique Sensual, destacou que durante muito tempo o consumo dos produtos eróticos era majoritariamente feminino, mas que nos últimos anos a liberdade sexual possibilitou uma maior tranquilidade para a utilização de itens cada vez mais inovadores.
“Quando fomos ampliando, fazendo novas conexões, a gente começou a perceber o quanto que o grupo LGBTQIAPN+ consumia a questão dos itens, acessórios de sex shop e de lingerie. Antes, era de forma bem inibidora esse consumo, mas, principalmente quando a gente se fixou no Parque Shopping, a gente percebeu a liberdade e a necessidade que esse grupo precisava de consumir alguns itens”, pontuou.
Ao falar sobre o produto mais procurado pela comunidade, Jordana surpreendeu com a resposta: “Um dos itens que a gente mais vende para o grupo é o lubrificante. Quando a gente pensa nos itens de sex shop, a primeira coisa que a gente pensa são os dildos. Mas não, o campeão de vendas, principalmente para a comunidade LGBTQIAPN+, é o lubrificante”.
Trabalhando nessa área há cinco anos, juntamente com a sócia Danielle Caetano, Jordana entende que ir a um sex shop é importante para cuidar de questões que vão além de apimentar uma relação.
“Nós entendemos que a sexualidade vai muito além de apenas realizar prazeres e fantasias. A questão de você procurar os recursos de um sex shop é para você, principalmente, ter saúde e bem-estar sexual e íntimo”, enfatizou.
A empresária relembrou, ainda, que percebeu uma mudança na abordagem sobre o mercado sensual em 2010, com o lançamento do filme ‘De Pernas Para o Ar’. “Ele deu um start aqui no Brasil, tentando naturalizar as conversas nas rodas de conversa conversas sobre o sexo. E, a partir daí, o mercado cresceu bastante”.
Veja também:
Sex shop - Espaço de liberdade
Mais importante do que apenas ser um espaço de compra, o sex shop também precisa ser um local de liberdade para expor os desejos e curiosidades.
Sobre isso, Jordana afirmou que “o que possibilita que o público LGBTQIAPN+ se sinta à vontade é, primeiramente, porque não há distinção”.
“Pessoas são pessoas, e a gente precisa cada vez mais acolhê-las, abordá-las de forma carinhosa. Uma outra forma é saber a forma como abordamos sobre esse tema. Aqui somos todas consultoras sensuais, e estamos sempre se aprimorando sobre o tema”, disse.
Além disso, ela enfatizou: “Por a gente tratar de forma tão profissional as pessoas, de qualquer que seja o grupo, elas se sentem à vontade de se abrir, falar das suas necessidades e aqui conseguimos dar um direcionamento”.
Elson Barbosa
Elson Barbosa
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!