A drag queen Mary Jane Beck, interpretada pelo artista Rodrigo Salles, foi a convidada da live Fervo das Cores desta sexta-feira (14). E durante o bate papo, transmitido pelo portal iBahia e mediado pelo jornalista Elson Barbosa, ela falou sobre a carreira, sobre a relação com a família e claro, sobre o "universo de possibilidades" que o mundo drag proporciona.
"É exatamente isso, é um universo de possibilidades. A gente tem as drags queens, a gente tem as drags kings, a gente tem a galera - aqui em Salvador - que se chamam de monstras...enfim, são muitas possibilidades independente da sexualidade...A partir desse ponto, você já tira como a arte conduz as coisas de uma forma que vai para além do que a gente coloca na sociedade."
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Nascida em Fortaleza e criada em Salvador, Mary Jane Beck falou ainda que contou com apoio das amigas no início da carreira, principalmente para se montar.
"Eu fui em uma terça-feira, na época, comandada por Elvira na Âncora do Majuro, e eu fiz minha primeira apresentação...Vários amigos sempre apoiando: 'canta mais', 'você canta bem'. E aí quando eu levei esse papo de cantar ao vivo nos shows de drag e super deu certo...Eu tive muito, muito apoio, de várias amigas drags. A Aimée Lumière, antes da gente sair de casa, ela fazia minha maquiagem, depois fazia a maquiagem dela. E isso durou uns cinco, seis meses. Até o dia que eu toquei de forma mais independente, porque não podia ficar nas costas da amiga o tempo todo. Então, sai muito feia por aí (risos). Mas agora tô direitinha", brincou.
Talvez algumas pessoas não saibam, mas Mary Jane já faz sucesso tanto na internet como nos eventos de Salvador. Recentemente, ela, que também é cantora e compositora, realizou um show em homenagem a Pitty, na capital baiana.
O repertório reuniu músicas de todos os álbuns da roqueira, além de canções como “Dançando”, do projeto Agridoce. Os hits “Equalize”, “Me Adora” e “Teto de Vidro” também fizeram parte do setlist. Sobre as apresentações e processo de construção artística, Mary Jane disse que ainda falta espaço para as artistas drags e que conta nos dedos as casas que incluem na programação as apresentações.
"Sair para trabalhar nos shows de drag foi uma coisa que eu sempre fiz. Eu nunca fui a drag de ter, como a gente fala, 'bichas da bolsa' e tal. Sempre tive amigos ajudando. Mas, essa questão da dificuldade com relação as casas, com relação a viver de drag, a ter uma regularidade no nosso trabalho, isso vem até hoje. A gente conta em uma mão, a quantidade de casas que tem - de fato - shows de drag regularmente em sua programação em Salvador."
Assista a entrevista completa:
Redação iBahia
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